terça-feira, 14 de outubro de 2008

Sem espaços pra sonhar.

A composição da Câmara Municipal de Itabaiana que sai das urnas depois deste último cinco de outubro chama a atenção para um aspecto: o do extremo profissionalismo de seus membros. Os nomes novos são os de Ivoni e Fabinho pelo lado de Luciano e o de Olivier Chagas por parte de Maria Mendonça. Retornam Heleno de Aciole, Valmir de Francisquinho, José Teles de Mendonça, primo, e João Cândido, pelo lado de Maria Mendonça e Francis de Andrade, Carlinhos da Atlética, e Vardo da Loteca pelo lado de Luciano Bispo. Exceção a Vardo, os demais da hoste lucianista retornam depois de quatro anos.
Nada de novo. Exceção a Fabinho – sobre quem ninguém tem a mínima idéia de como agirá dentro do Legislativo Municipal - os demais, mesmo quem ainda não exerceu cargo político eleitoral não pode ser considerado nenhum infantil. Escolada na vida pública desde muito tempo, Ivoni não tem experiência como parlamentar, porém, dá de olé em muito ex-parlamentar que já passou por ali. No caso de Olivier, idem. O advogado queimou-se na eleição para prefeito de 2000, todavia, bem administrando seu até agora pequeno cabedal de votos e montado no riquíssimo caixa dos “companheiros” fez uma campanha para jogá-lo às alturas. Excelente negociador, muitíssimo bem relacionado será páreo duro para Luciano podendo inclusive cooptar toda a oposição em torno de si. Espertamente Luciano Bispo aproveitando-se do “caminho já andado”, de pronto já ali interpôs o radialista e escolado vereador Francis de Andrade, mediante sua visível turbinagem eleitoral nesta última eleição; ao contrário de outros certames quando até atrapalhou. Francis, apesar de mais duro na arte de negociar tem a vantagem da excelente retórica. A entrada de Carlinhos da Atlética supre a ausência do lado “flexível” de Francis de Andrade. O xadrez está montado. Nele só entrou profissional. Nada de novo sob o sol, já diria o rei Salomão.
A oposição buscará travar para mais vantajosamente negociar. A situação esperneará. Quanto à qualidade legislativa, somente por milagre ela terá bom efeito. A composição de titãs não deixa dúvidas: aqui só existem profissionais. Nada de amadores. Os profissionais. E, se dois bicudos não se beijam, que se dirá de dez?
Esquecamo-nos, pois, de qualquer tratativa novidadeira por parte do Legislativo Municipal itabaianense nos próximos quatro anos.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Cantilenas.

Nada há de mais chato do que repetições à exaustão de algo do qual, no máximo é necessário que se ouça uma vez, e pronto. Cobra-se tanto de Luciano Bispo que “não faça os mesmos erros” que fez noutras administrações que vem a indagação: será que na hora certa haverá crítica séria, fundamentada, a ponto de por o prefeito eleito numa saia justa por erros que venham a ser cometidos? Acusações a esmo “não vale”. Nem leviandades que não constrói nada. O Luciano que vem aí em nada difere do anterior, salvo pela inevitável experiência acumulada. Acúmulo que tanto pode servir para o bem quanto para o mal. A população de Itabaiana não mudou; e a administração municipal (pra não ficar solta no ar) tem que ter a cara da população. Também em muito pouco deverá mudar os nomes de auxiliares do prefeito futuro, logo, tudo que foi feito “de errado” nas administrações passadas poderá se repetir. Não seria mais conveniente cobrar do futuro prefeito um norte administrativo mais afinado?
O pior nessa história de “erros do passado” de Luciano é que muita gente que assim fala sequer tem noção daquilo que fala. Quantos cronistas, palpiteiros e afins têm conhecimento do que é, e como se faz administração pública? Têm conhecimento do lastro legal, do conjunto de leis que rege a administração pública? O que é crime administrativo? O que é malversação do dinheiro público? Onde se enquadra essa ou aquela situação?

domingo, 12 de outubro de 2008

As palavras do responsável.

Não conheço o Marcélio Couto, marqueteiro que pilotou a campanha política de Maria Mendonça à reeleição. Todavia, as suas considerações iniciais sobre os resultados eleitorais de cinco de outubro, explicitadas em e-mail ao articulista Claudio Nunes (ver A hora da verdade em Itabaiana) demonstram que seu trabalho não poderia vingar. Ou ele é fraco ou, como é de praxe em pequenas economias(muita esperteza e pouca inteligência), foi enfraquecido. Estou mais a acreditar na primeira hipótese já que, no mínimo deveria ter feito como o fez Marcos Aurélio, primeiro secretário de Comunicação e Assuntos Parlamentares do atual governo: pegar o boné e cair fora enquanto foi tempo.
É impossível se bem trabalhar com gente que acha que porque ganhou dinheiro já é o mais sábio dentre os mais sábios do mundo (Tô pagano!!! – como diz a Lady Keiti do Zorra Total). No caso aqui, quem ganhou várias eleições. Acho que a prefeita não chega a fazer exatamente esse figurino, mas, além de ter a péssima idéia de não buscar somar mais e mais, e sim cercar o que tem, impedindo a saída, mas também a entrada, no “seu lado político” tem muito mais gente com o olho maior que o planeta e a visão que só enxerga o umbigo, que do “lado” de Luciano. E esse pessoal, esteja em que lado estiver é exímio em destruir, impedir, tosar, e fazer desaparecer a tudo que demonstre progresso, que naturalmente sempre lhe é uma ameaça.
Ainda sobre o disposto pelo Marcelo em seu e-mail, redime-se ele quando aponta a falta de comunicação da Prefeita com o eleitorado como responsável pela sua derrota, todavia, insiste em usar a cantilena de que quem estava a mandar era Luciano e não Maria. Depreende-se isso da intensa acusação dos marianos de abuso por parte dos lucianistas. Ora, abusos eleitorais – pouco ou nada punidos - são sempre coisas de quem está no poder. É assim que o povo identifica. É assim que o povo vota.