sábado, 14 de março de 2009

Geografia urbana



Uma rápida olhadela sobre o mapa urbano de Itabaiana nos traz uma constatação: onde mais tem gente é onde menos tem serviços públicos.
A cidade concentra vinte por cento das suas residências e, conseqüentemente, habitantes, numa extensa faixa ao norte, de quase quatro quilômetros de leste a oeste e de mais de quinhentos metros de largura, entre as ruas Percílio Andrade/Av. Olímpio Arcanjo e o fim do sítio urbano mais ao norte e, nesta área, excetuando-se um posto de saúde no meio da Percílio Andrade, um outro na Bananeira e a escola que lhe é vizinha, nada mais é encontrado. Do loteamento São João, ao fim da Rua Esperidião Noronha até a escola mais próxima, segundo o mapa de distribuição das escolas municipais da Secretaria de Educação do Município, são mais de um quilômetro de distância. Ironicamente, é nesta faixa, a oeste que se encontram as duas universidades em atividade na cidade. No espaço de uma delas, a Federal de Sergipe, Campus Itabaiana, funcionaram até algum tempo atrás cursos de alfabetização no natimorto projeto CAIC.
Mesmo incluindo a linha urbana que compreende as duas vias de maior comprimento, além da Percílio Andrade, ou seja, a Jose Batista Corcínio/ Elísio Araújo/ Boanerges Pinheiro/ Jason Correia e a Antonio Diniz Santana/ Antonio Dutra/ Antonio Jose da Costa fica muito distante da privilegiada região sul e até mesmo da região leste.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Re-invasão.



A extensa programação hoje em Itabaiana (ver mais aqui) envolvendo três juízes do Tribunal da 5ª Região, no Recife, relembra um pouco as peripécias de muito tempo atrás quando Felipe Camarão cruzou o São Francisco com seus guerrilheiros, em fuga do exército dos holandeses de Maurício de Nassau. Se vieram até a Itabaiana como os juízes de hoje, ninguém o sabe; todavia, Marcgraf gravou muito bem a estrada usada em parte pelo Conde João Mauricio de Nassau, atual zona da mata pernambucana; e em parte pelo guerrilheiro Camarão, na região entre Penedo e São Miguel dos Campos.
Observação: um dos três homenageados, Vladimir Souza Carvalho é genuíno itabaianense e, foi dito que a juíza, Margarida Cantarelli, por aqui também teve ramos.
Bons filhos à casa retornam. Pernambucanos e sergipanos têm entre si muito mais laços do que possam pensar suas vãs filosofias. Que o diga a cepa dos Barros Pimentel de onde provém o deputado federal Albano do Prado Pimentel Franco. “Jose de Barros Pimentel que já é fallecido foi casar á Sergipe d’El-Rey, com D. Joanna Martins, filha do Sargento Manoel Martins Brandão, Cavalleiro da Ordem de Christo, senhor do Engenho do Sedro Brasil...” Antonio Jose Victorino Borges da Fonseca, in Nobiliarchia Pernambucana, 1748. Coleção Anais da BN-Rio.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Ah se eu soubesse...

Fugimos prás grandes cidades, bichos do mato em busca do mito;
de uma nova sociedade, escravos de um novo rito.
Mas se tudo deu errado, quem é que vai pagar por isso?
Lobão in Revanche
O Ministério da Saúde estará neste dia 13 de março, das 9:30 às 12hs promovendo um amplo debate, com o qual se poderá interagir a partir da internet no link http://www.saude.gov.br/emtemporeal , mandando perguntas e sugestões, e cujo tema é a comemoração ao Dia Mundial da Atividade Física.
Por aqui vamos continuar no desestímulo à caminhada, por exemplo; já que aqui calçada é lugar de estacionar carro, carroça, banquinha de camelô, mesa pra tolos metidos a espertos encherem a cara... menos pra caminhar.
É irônico que tanto tenhamos nos esforçado pra acabar com o esforço no trabalho braçal e agora somos obrigados a nos esforçar fisicamente ewm caminhadas forçadas e academias para não ficarmos atrofiados.
Em Itabaiana, onde os gordinhos têm cada vez mais participação no geral da sociedade, os gordos de antigamente eram folclore, como o mais famoso deles: Venâncio da Moitapã (Matapoan). Os gordinhos de hoje, geralmente são da turma do carrão “importado” e da barriga dependurada, que até pro banheiro tem de ir de carro pra mostrar que: “tô pagano!!!”
Saímos da roça e buscamos nos livrar do trabalho duro que lá existe. Agora temos que correr atrás de uma esteira e outros apetrechos para não explodirmos.
Ah, se eu soubesse que seria assim...

domingo, 8 de março de 2009

"Messages"

O título vai em inglês por um simples motivo: sou filho de uma cultura internacionalista tal qual aquele a quem aqui me reporto.
Faz um ano que o “Fi do Canço” se foi. Sacana! De tão irreverente, se foi sem avisar p. de nada. Livre, viveu como quis. Sem dar satisfação a ninguém e fazendo o que sempre quis. Nunca quis m. de riqueza num lugar onde o altar-mor é o caixa de banco, o catecismo se reconhece no extrato bancário e o santo principal é impresso em papel na Casa da Moeda. Fama? Nem pensar; era impossível não ser notado extamente por não fazer absolutamente força nenhuma para isso. Filho que foi da geração libertária, oriunda do fim do miserê histórico que por séculos consumiu essa terra, enquanto outros buscaram títulos acadêmicos para com eles se esbaldarem, o “Fi do Canço” aprendeu suas filosofias nos “livros (que quis ler)e discos e nada mais”.
Por enquanto o sentimento é que foi só uma viagem; que já demora. O tempo se encarregará de colocá-lo apenas(!) na lembrança. Porém, como é impossível a uma estrela que tanto consome sua matéria, uma vida mais longa, é também impossível esquecer personalidade tão marcante. Volta e meia lá vamos nós comentá-lo e as suas irreverências como se aqui estivesse. Seu nome foi Liberdade.
Saudades, Adelardo Jr. Mas, repito aqui o que escrevi há um ano: Pô, tinha que ser agora?