sábado, 24 de janeiro de 2009

A pistola é a lei.

(...) a vingança, por qualquer leve capricho se despicam, e o fazem atraiçoadamente a tiro,vulgarmente, detraz de pau; O primeiro cuidado destes é haver uma arma de fogo, ornato que têm em muito, se tornam atrevidos e capazes de todo o mal; e neste continente é o uso da espingarda, freqüente, as mortes freqüentes; os homens quietos e arranchados temem estes vadios, e os sofrem, por evitarem caírem na indignação deles.
REPRESENTAÇÃO do Ouvidor da comarca de Sergipe d'Elrei Antonio Pereira de Magalhaes de Paços, dirigida á Rainha, sobre assumptos relativos á mesma comarca. Sergipe d'Elrei, 26 de abril de 1799. Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Inv. dos documentos relativos ao Brasil no Archivo da Marinha e Ultramar, organisado por Eduardo de Castro e Almeida, pte IV. Vol. 36. p.279.
Terra sem lei. Polícia não investiga. Justiça não prende. Cidadãos se amedrontam. Marginais, de vários calibres resolvem suas pendengas como na idade da pedra. E matam. Matam-se entre si, mas também a quem se interpuser – até por leve ameaça de interposição – em seu caminho. Mate que a polícia “técnica” garante. Há quatro anos atrás, um cidadão residente em Mangabeira recebeu a visita de três marginais. Prevenido, sacou de um celular e conseguiu ligar para a dita cuja. Ocorre que o mesmo mora numa posição que dá pra avistar um carro descendo a ladeira a três quilômetros de distância. A polícia chegou logo. Sirene ligada e luzes piscando que dava para avistar da lua. Quando chega é assim. E depois do assassinato, roubo ou seja que diabos for, tchau e bênção. Contrate o pistoleiro, se quiser algum tipo de justiça (dizem os maldosos que há policiais que fazem o “serviço por fora”). É tudo à toa! Ninguém investiga nada. Ninguém pune ninguém à luz da Lei. Ninguém tem interesse de resolver nada. É uma selva!
Acaba de ser assassinado João Periquito, dono de bar e quarto assassinato do ano e do mês. Projeção de 60 ao ano. 72 por cem mil habitantes. Não há Cáli, Morro do Vidigal, Rocinha que se compare.
Terra de selvagens; é nisso que as autoridades de Sergipe (executivas e judiciárias) têm transformado Itabaiana.

Des+Cartão Postal

Rodoviária ou qualquer ponto de embarque, sempre foi lugar de expressões populares nada de bom gosto. Desde os memoráveis portos dos tempos das grandes navegações com suas prostitutas, cafetães, agiotas, passadores de drogas, falsários e falsificadores de documentos... enfim, lugar de embarque sempre foi um lugar recheado de coisas pitorescas. O advento das estações modernas, de trens ou ônibus, melhorou bastante esse aspecto, mas o grande salto deu-se mesmo foi nos aeroportos. Inicialmente “lugar de rico”, o espaço sempre foi de uma civilidade atípica aos outros pontos de embarque. Sobre a sina dos pontos de embarque, até no Retorno do Jedi, filme da trilogia Guerra nas Estrelas, o espaçoporto é um inferninho pra ninguém botar defeito.
Bem, mas feitas as considerações iniciais, cá pra nós, naqueles quiosques da Praça de Eventos, - que virou praça de embarque depois do advento da bagunça do transporte público, no governo Albano Franco - sinceramente, a turma exagera. Pelos sábados, qualquer visitante que por aqui chegar toma um susto com a barulheira, a breguice mais brega que se possa imaginar. Como dizem os poetas, “não sou contra o progresso, mas apelo pro bom senso”, e aí pergunto: realmente quanto ganham a mais pra fazerem sua parte em desgraçar com a imagem da cidade? Já não basta a enorme quantidade de lanchonetes vendendo carne frita (deixa um odor terrível, depois), sem as devidas condições de limpeza?

Os pesadões.

Graccho Cardoso foi o primeiro grande governador para Itabaiana. deu a Itabaiana o que Itabaiana sempre necessitou e nunca teve: uma estrada. Estradas são as jugulares do itabaianense. Desde então Itabaiana nunca mais parou de crescer. Só é lembrado aqui num fórum, por que muita gente esqueceu de trocar-lhe o nome.
José Rollemberg Leite, muito mais pelo seu cunhado Zeca Mesquita que pelos politiquinhos da época em Itabaiana, deu o toque final para retornarmos ao centro da cena com colégios pra pobre e uma série de outros benefícios em seu primeiro governo, de 1947 a 1950. Não tem um chafariz com seu nome. No seu segundo governo asfaltou a Avenida Otoniel Dórea e deu o toque inicial para a estrada de Candeias, Rua Percílio Andrade e Avenida Engenheiro Carlos Reis. Nada. Nem um postinho médico de zona rural tem seu nome. Até o governador mais lembrado em Itabaiana, João Alves Filho, é cria dele.
O governador Marcelo Déda vai perder feio em Itabaiana em 2010. Pode asfaltar a cidade inteira, perde. Com as avenidas Zefinha de Capitulino e sua sequencia Felisbelo Machado de Menezes o governo completará algo como uns 16 quilômetros de asfalto de qualidade na zona urbana. Duas clínicas moderníssimas construídas (ao menos por fora) uma das quais inauguradas às pressas pela ex-prefeita, sua aliada, além da até agora ininteligível reforma no antigo SESP... nada. Vai perder a eleição.
Existem leituras da política itabaianense que não são difíceis de serem feitas. Ao contrário, são tão fáceis que muita gente passa por cima delas e não nota. O governador, seus aliados e estrategistas estão nessa situação.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Tava demorando.

A vizinhança da Delegacia “cidadã” de Polícia, postada no miolo da área nobre de Itabaiana já começa a reclamar da movimentação atípica a um lugar daquele.
O interessante é o quanto tem gente tentando inventar rodas quadradas.
O primeiro Quartel de Polícia de Itabaiana de verdade foi construído próximo ao Tanque do Povo, hoje Mercadão de hortifrutigranjeiros, a quase cem metros da Rua Augusto Maynard, que formava com o lado subjacente do atual Largo Santo Antonio (lado do sol) a parte mais avançada da cidade à época; 1919.
Em 1949, como a cidade havia avançado em todas as direções, um novo prédio foi construído num sítio, no local onde hoje é o cruzamento das ruas Capitão Mendes com Antonio Dutra.
Em 1986 o Governo do Estado resolveu fazer uma casa de praia (tipicamente foi isso), sem estrutura nenhuma e ali colocar a Delegacia Regional. Num sítio, hoje Avenida Olímpio Arcanjo de Santana. Agora, com a caída na real, de que ali, com a precariedade do prédio, não pode funcionar como uma delegacia, o Governo do Estado resolveu transferir a mesma para o lugar mais inapropriado possível. Visivelmente uma atitude de marketing que, cá pra nós, de muitíssimo mal gosto e, pior, resultado político muito duvidoso.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Em tempo

Penitencio-me: depois de pesquisar a situação descrita no post anterior (Perda Considerável), em vários outros municípios sergipanos parece que aqui trata-se de demora nos lançamentos; o que é de certa forma inexplicável, já que tudo é (deveria ser) on line, logo, em tempo real.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Perda considerável

Dos pressupostos 9.858.726,00 que ingressariam em Itabaiana em 2008 por conta do Bolsa Família, inexplicavelmente deixaram de entrar a bagatela de 4.107.802,00 ou 41 por cento do total. Inexplicavelmente. Isso é o que aponta uma ínfima amostragem, porém recorrente que fizemos em busca no site do Portal da Transparência, na janela referente ao Bolsa Família em Itabaiana (Clique e vá à terceira página da sequência), nas páginas 1, 120, 240, 360, 480 e 508. Em todas elas, nos nomes de pessoas beneficiárias pesquisadas demos com a falta de pagamento dos meses de agosto a dezembro. Perda na economia itabaianense de quatro milhões de reais.

Não entendi.

Tá no blog do Marcos Aurélio, secretário de comunicação da Prefeitura de Itabaiana (aqui) que o prefeito Luciano Bispo acordou com o prefeito de Areia Branca, Agripino Andelino Santos sobre divisão de responsabilidades na manutenção do Parque dos Falcões. O parque, uma iniciativa pessoal de Percílio (José Percílio Mendonça Costa), ganhou enorme importância depois que despertou a curiosidade de emissoras estrangeiras de TV num ato de puro acidente; ou golpe de sorte. Sem absolutamente nenhuma ajuda local importante. O que estranho é que se fosse o caso de se tratar do Parque Nacional da Serra de Itabaiana, este atinge cinco municípios incluindo os dois: Areia Branca e Itabaiana. No caso do Parque dos Falcões, localizado completamente no povoado Gandu II (entre os riachos Gandu e Tapuias) não há nada que o ligue ao município de Areia Branca(*). Salvo algum tipo de solidariedade, talvez.

(*) O povoado Gandu, berço de Antonio Dutra de Almeida e onde repousa seus restos mortais nunca pertenceu a outro município uma vez que a freguesia de Nossa Senhora da Boa Hora que originou o municipio de Campo do Brito era limitada pela estrada real Simão Dias-Laranjeiras, em cuja margem se assenta o Posto de Saúde do povoado Lagoa do Forno. O dito povoado está entre a referida estrada ao sul e o riacho Tabocas ao norte, limitado pelo oeste com a estrada colonial de São Cristóvão (quando ainda não havia a vila de Itabaiana) e a leste pela serra de Itabaiana. Seu nome vem do tupi e significa mato ralo. Pouco.
Cf. Acto Legislalativo Provincial de 30 de janeiro de 1845. In RELATÓRIO apresentado à Assembléa Legislativa Provincial de Sergipe na Abertura da 2ª Sessão Ordinária no dia 10 de julho de 1853, pelo Exm. Snr. Presidente da Província Dr. Jose Antonio de Oliveira Silva. São Cristóvão. Typographia Provincial, 1853. P. 47