quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Hoje, 25 de agosto, é dia do feirante.







É uma data que não podia passar em branco em Itabaiana! De modo algum.
Infelizmente, acho que pouca gente se lembra. Além de ter sido escola de noventa por cento do nosso empresariado: do pequeno lojista aos maiores varejistas do país como os irmãos Mamede e Pedro Paes Mendonça, Gentil e Noel Barbosa. Foi na feira, pois, que nasceram três das maiores redes varejistas do país ao fim do século passado, com DNA itabaianense: Paes Mendonça e Bom Preço do povoado Serra do Machado, hoje no município filho de Ribeirópolis; e G. Barbosa da região de Candeias, hoje no município filho de Moita Bonita, pelas mãos destes. Mesmo tendo começado no balcão do tio, Antônio Dultra de Almeida, mas foi na feira que Oviedo Teixeira teve seu batismo de fogo. Foram as feiras espontâneas de a partir do fim do século XVIII, como a do sítio Laranjeiras, hoje já uma cidade histórica, que serviu de local de ganhar dinheiro para a montanha de agricultores pobres da então grande Itabaiana que englobava os outros 15 municípios dela gerados.
O comércio era uma atividade menosprezada, estigmatizada e até combatida, a depender da época, lugar e status social prévio de seu praticante. Era nobre e abençoado por Deus ter uma montanha de escravos animalizados e sob a chibata a produzir a riqueza para tão poucos; mas era feio, desprezível, asqueroso, criminoso até, se ganhar dinheiro honestamente numa intrincada negociação onde se tem de fazer das tripas coração para convencer o cliente a pagar pelo que pedimos. Uma arte em todo o seu esplendor. Assim nasceu o comércio de feira em Sergipe, como de resto em todo o Brasil. Com o tempo, nichos comerciais “com privilégios reais”, como o das carnes, farinha, tabaco e outras drogas, enfim, material de guerra ou de primeira necessidade passaram a ser tolerados; em que pese monitorados para que marginalizados como judeus, ciganos e povão em geral nele não tivessem acesso. Mas feirantes sempre foram marginalizados por estarem fora desses controles. Foi daí, contudo, que a economia se desenvolveu. No estado de Sergipe constam duas feiras criadas oficialmente, até a República: São Cristóvão, então capital, em 05 de julho de 1835; e Aracaju, vinte anos depois quando surgiu a nova capital. Em todas elas, incluindo as espontâneas estavam itabaianenses. Em algumas, suspeitosamente tendo sido seus criadores como apontam as evidências sobre o caso de Laranjeiras e Riachuelo.
Parabéns aos feirantes nas pessoas dos amigos comerciantes que nas feiras fizeram seus cursos... tiveram ali suas faculdades de economia.