quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Os números.

Meu Deus!
Não pelo que é, mas pelo que representa o candidato, a eleição de João Alves Filho será a pá de cal em Sergipe. E, perdoem-me os que acreditam em milagres: eu acredito nos números que vi(aqui). E aí eu me pergunto: o que foi que eu fiz de errado pra merecer tal castigo? Ver meu Estado eternamente estagnado, volvendo-se cada vez mais para ser de novo um pedaço da Bahia?
Por quê? Se a terceira administração de João Alves já foi um desastre, imagina o que ocorrerá na quarta. E ela virá. Assim o PT sergipano o quis. Deda o quis. Voltarão todos os CCs que atrofiaram a máquina (e serão incrementados os inúmeros que se mantiveram) na gestão João Alves; todos os vícios e todos os privilégios de uma elite que não suporta o “Negão”, mas adora a certeza da vitória – e manutenção de privilégios absurdos - que ele transpira. Albano não sairá do bloco; e os aliados atuais do governo Deda se perfilarão dentre: os que extrairão até a última gota das benesses do poder, porém já em negociações com o outro lado; os que se sentirão “traídos” já a partir de março e pularão ou reassumirão; os sonhadores porras-loucas que acham que o estado deve ser stalinista, e deve ser implantado na marra; e os malandros esquerdóides - os quiabos - que buscarão se manter por cima da carne seca de algum modo. E eis o fim de uma tentativa de fazer algo de novo nesse Estado que luta desde 1641 pra existir:

“Porque damos Sergipe, tão célebre tratado, hoje é nada, e nunca foi tão grande cousa como se imagina.” (*)

Ou, “Ninguém quer a Independência; senão os que estão no governo ou nele queiram entrar, taverneiros e donos das casas da Cidade, pois que sejam quais forem as vantagens que se digam da independência, elas não pagam nem a metade das liberdades que se perdem.” (**)

Os números estão dentro da realidade, e mais: não há nada que os revertam com limites de segurança doravante. O máximo que o Governador poderá conseguir é reduzir a vantagem de João e chegar às eleições em situação de empate técnico. O que em Sergipe tem significado de derrota para quem está com o governo nas mãos. Uma vitória medíocre para um governo medíocre, em que pese aparentar ter melhorado a segurança nos últimos meses. No mínimo, caso ganhe, terá sérios problemas já ao início da administração, já que se trata de um grupo político sem lastro na velha escravocracia burocrático-canavieira sergipana disseminada pelos vários setores da vida pública e social da velha Província, especialmente na Justiça.
Por outro lado, em ganhando João, não será mais o ex-prefeito de Aracaju – ou o João da água - quem irá assumir; e sim o porta-voz de um sistema que tem em Zuleido Veras e Daniel Dantas seus expoentes.
E Serra, ou qualquer candidato da neo-UDN (o PSDB), ganhará para presidente em Sergipe e em Itabaiana, em que pese perder no país como um todo. Aqui a esperteza é tanta, que até tendências consolidadas demoram uma eternidade para acontecer, haja vista os atores da política sergipana e itabaianense esperarem até a últimíssima gota. Tipo Albano Franco. Em 1930, era o mundo lá fora se despedaçando em relação ao velho e corrupto conluio da República Velha e aqui em Sergipe todo mundo quieto. Em Itabaiana, apenas Silvio Teixeira, conhecedor da realidade na Capital federal, foi desde o princípio o fervoroso partidário de Vargas.
..
..

(*) Padre Antonio Vieira justificando a cessão de direitos aos holandeses sobre Sergipe nas negociações de armistício entre Portugal e Holanda, e pela neutralidade desta à restauração de sua Independência do domínio espanhol.
(**) Coronel José Nabuco de Araújo da Santa Luzia do Itanhy em carta a Carlos Burlamaqui, primeiro governante depois da restauração da Independência de Sergipe, em 1821, obra dos vaqueiros itabaianenses com ajuda dos lagartenses. O mesmo era porta-voz de seu grupo que dentre eles havia Jose de Barros Pimentel, ascendente de Albano Franco, os Rabelo Leite, os Coelho e Mello e uma série de nobres que ainda hoje se encastelam na máquina pública sergipana.
A alegada independência perdida era a facilidade, nem sempre concreta, de sonegar impostos ao fisco colonial referente a arrobas e mais arrobas de açúcar ou de farinha de mandioca.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

O ineditismo de 1958

Lendo Edivanildo Santana (aqui) no post "Arnaldo Bispo está entre os piores", lembrei-me de um ano em especial, registrado na História recente de Itabaiana: 1958. Inédito, na História de Itabaiana.

Uauasa

Já que os donos da outrora Energipe resolveram trocar o nome da empresa, eu sugeriria aqui um termo novo; muito mais charmoso do que esse de Energisa, cujo nome tem aplicabilidade duvidosa; vive de contradizer o que quer dizer. E aproveitaria pra fazer uma homenagem a um exemplo acabado de perfeição tecnológica: o uauá. Além de ecologicamente correto, pelo lado poético que o bichinho encerra, acho que seria uma questão também de justiça. Ele também ilumina, porém seu consumo de energia é impressionante menor do que as lâmpadas padronizadas pela “energisa”. E principalmente: ele cumpre contratos. Em determinada época do ano ele deve aparecer, e aparece. Não deixa ninguém na mão. Seu único inconveniente é que vive piscando, mas isso a “energisa” também vive, e com um agravante: o contrato é pra não piscar. Já o poético, romântico uauá, pisca porque deve piscar. Aliás, segundo os biólogos, só o macho pisca; e o faz justamente para atrair a fêmea.
Resumindo: como a energisa - entregue a alguns piratas modernos em troca de uma reeleição - tem contrato pra não piscar e vive piscando, nada mais justo do que se homenagear o uauá, pondo nela o nome do bichinho.
Uauá é o nome no dialeto cariri para pirilampo ou vaga-lume.
...
Em tempo I: de sábado, 26, pra cá, a Uauasa já piscou quatro vezes (duas, só agora pela tarde). Numa das piscadelas, quase se foi meu computador.
Miserere nobis (Tende piedade de nós, em latim).
Em tempo II: ganharam a empresa de nós sergipanos de graça; ganharam meu dinheiro de lá pra cá quase de graça; ganharam com impostos extra que FHC inventou, o tal seguro apagão. Aí, acharam "mais mió bom", e agora querem me empurrar um seguro. Pra levar mais dinheiro ainda. De graça.
Eta herançazinha desgraçada!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Neste ano eu não vou receber "o" cartão

Quem souber dizer a exata explicação/Me diz como pode acontecer/Um simples canalha mata um rei/Em menos de um segundo
Beto Guedes, in Canção de um novo mundo


Todos os anos, com uma regularidade impressionante eu recebia pelo natal um cartão de Boas Festas.
Não tenho costume de receber muitos cartões. Também, menos ainda tenho o hábito de enviá-los. Nos meus tempos de carteiro – e lá se vão 27 anos disso – sequer os mandava pra alguém. Talvez “poluído” de tanto cartão que tinha de entregar por dever de ofício.
Mas voltando ao cartão especial de que me motiva deitar estas mal traçadas linhas, o cidadão que fazia questão de ir até a minha casa levá-lo, de próprio punho, a meu ver, nada tinha de especial a me tratar. Fora o fato de uma sua irmã ter sido minha professora de português por um ano, no longínquo 1975, nada. Nunca joguei na quadra que ele administrou desde que Dr. Mazzae Lucas saiu daqui; nunca assisti ou joguei no time que sustentou mediante negociações exaustivas e insistentes – e como era insistente e persistente, aquele rapaz! Diplomata fino; pra nenhum Celso Amorim botar defeito - pra conseguir-lhe recursos, enfim, nada havia que fizesse Francisco Vilobaldo de Oliveira, o saudoso Chico do Cantagalo se lembrar de mim na hora de distribuir cartões de Boas Festas em nome do Cantagalo Futebol Clube, salvo uma conversa que tivemos na banca de jornais de Gilson, quase em frente à sua quase centenária casa, na Praça Fausto Cardoso, quando a dita banca foi ali instalada. Desde então, todos os anos, um suado, ofegante e lutador Chico do Cantagalo subia até a Rua São Luiz para deixar em minhas mãos, ou sob cuidados da minha esposa, a lembrança de mais um ano de amizade. Sem falha.
Isso não mais ocorrerá. Alguém adoecido pelos chamados Pecados Capitais, corroído de usura que é mãe da inveja, que é a ideologia de todo ladrão, num ato de desatino total feriu Chico de morte. Foi morto depois, mas, o que importa isso?
Neste ano não tem mais cartão de Chico do Cantagalo. Nem mesmo do Cantagalo que, acredito eu, ser impossível viver sem Chico.
Perdas. De fato, uma das piores coisas que acontece ao ser humano.
Pelo menos os últimos três já estão na minha galeria de papéis antigos. Tem gente que é assim mesmo: meio besta.

domingo, 13 de dezembro de 2009

1985

1985 foi o ano em que quase tivemos o primeiro presidente civil que a maioria queria; mas foi o ano em que se ficou com Sarney.
Bem, mas o 1985 que quero aqui relembrar é o do trigo do Canadá.
Sentindo-se desprestigiado, esvaziado, depois de ter sido desde a primeira hora a voz que pavimentou a campanha vitoriosíssima de João Alves Filho ao Governo do Estado(*), o saudoso Chico de Miguel remoía, calado, suas contrariedades enquanto José Carlos Machado, homem forte de João corroia a base de ligação entre Chico e seu governo. Num ato impensado, aproveitando uma reportagem bombástica e irresponsável da Revista Veja, que acusou João de corrupção ao vender um trigo ganho pelo Governo de Sergipe do Governo do Canadá, para distribuir aos flagelados da seca daquele ano, um partidário de Chico, microfone em punho se pôs rua acima, rua abaixo num carro de som a denunciar o escândalo criado pela Veja(**).
A Veja faturou com a concorrência a João (e nunca desmentiu as acusações, mesmo com as provas em contrário apresentadas pelo Cônsul canadense e pelos Supermercados Paes Mendonça); os adversários de Chico pegaram a gravação e levaram até o Governador que convocou rede de rádio e televisão para se explicar e dar regulagens em aliados inconfidentes; e tirou tudo de Chico que era do Estado, inclusive os aliados, apenas por interesses.
Os ataques do vereador Valmir dos Santos Costa, o Valmir de Francisquinho, ao governador Marcelo Deda e ao PT como um todo vão na mesma direção. Seria Olivier Chagas o novo Jose Carlos Machado?
Em 1985 o beneficiário direto foi Luciano Bispo de Lima. Seria aí a repetição do fato? E Valmir, ficaria com o quê? E Olivier, ficaria com o quê? Teria lugar algum junto com Luciano? (Óbvio que o nome de Olivier é mera especulação). Ou por acaso alguém já viu algum governo; qualquer governo, em Sergipe, ficar sem aliados dentre os "dois lados" de Itabaiana?
...
(*) Declaração ao efêmero jornal por nós editado “Tribuna do Povo”, n° 01, de 12/03/1982, repercutida a seguir no Jornal de Sergipe.
(**)Parceria roubada, Veja 870, 08/05/1985, p.108

sábado, 12 de dezembro de 2009

Mossoró vai bem?

Há a algum tempo atrás o radialista Rosalvo Soares ocupava os microfones da emissora em que trabalhava aqui em Itabaiana para denunciar o abuso dos poluidores sonoros, na época com quartel general entre a Praça Fausto Cardoso até proximidades do Velatório do Cemitério de Santo Antonio e Almas, pela Avenida Ivo Carvalho. Pessoalmente, cheguei a presenciar três carros, potências descomunais de som, virados uns para os outros a competir quem subia mais o nível de barulho. Não era sequer música de péssima qualidade. Era competição de tabaréu endinheirado (ou que se julga como tal), mesmo. Daí ele puxou o velho chavão do saudoso Coroné Ludugero, misto de cantor e ator humorista dos anos 60 que sempre perguntava sobre Mossoró (A carta da véia Filomena, Coroné Ludugero), que no caso nada tinha a ver com a bela cidade potiguar, das terras de Felipe Camarão a quem Sergipe hospedou durante a ocupação holandesa; e sim com um cabaré, um então famoso bordel da capital alagoana.
Bem, volta e meia o abuso aumenta, mesmo já sendo abuso.
Recentemente o próprio companheiro radialista voltou a reclamar através do blog do também companheiro radialista e blogueiro Edivanildo Santana.
Sinceramente, quem põe uma aparelhagem de som aquém da que vem normalmente no veículo desde a fábrica... não quer ouvir som. Quer mesmo é incomodar. É um marginal. Já que contraria todas as leis sobre bons costumes e convivência civilizada.
No município de Itabaiana já era proibido fazer barulho nas posturas municipais de fins do século XIX. Havia horário pra carro de boi trafegar com eixo seco, fazendo aquele som tradicional que os de menos de trinta por aqui não conhecem. Durante o Estado Novo o Conselho Consultivo tinha posturas sobre horário de buzinar (o carro havia acabado de chegar em Itabaiana), bem como de instrumentos de sopro e até o sino do padre era regulado: salvo num incêndio, só das 5 às 22 horas. A Lei 88 de 05 de novembro de 1952; a 236 de 16 de novembro de 1962; e a 371 de 08 de abril de 1970, pra não ir muito longe, todos, Códigos de Posturas, condenaram o abuso de som.
Mas a Lei só não basta. É preciso homem (ou mulher) de coragem, determinação e responsabilidade pra fazê-la cumprir.
Pessoalmente acho que o abuso só terminará, e consequentemente se entrará pra civilidade no dia em que houver confisco. Isso mesmo: pegou som além do tradicional, especificado desde fábrica – feito pra gente normal, não pra loucos ou marginais – confisca sem direito a nada. Sem prejuízo da multa. Do mesmo jeito que se confisca bens contendo narcóticos. Lógico, se está na marginalidade tem que ser tratado como tal. Quem quer carregar um som no carro para uma festa, por exemplo, leva-o como se levasse qualquer coisa; e não como acessório do carro. Como acessório é porque é marginal. Está à margem da Lei.
Ah, pra isso é preciso que alguém aprove tal Lei – que não há impeditivo constitucional algum. Alguém, vereador, prefeito, se habilita?

Direto ao ponto.

Por volta de 1200, com uma Europa mais esfomeada que nunca (ainda não haviam aprendido a pilhar mais distante), Sua Santidade e todos os santos fiéis em nome de Cristo resolveram assaltar em nome da fé, e criaram as Cruzadas. Mas no meio havia alguns honestos que acreditavam piamente em “salvar almas”, mesmo que as deixassem mais leves de bens materiais. Bem, dizem que o Legado Papal, o Abade Arnaldo Amaury, ao ser indagado sobre como distinguiriam entre Hereges e não hereges, ele teria dito: “matem todos; no céu Deus escolherá os seus”.
Guardadas as devidas proporções, situações e ações pertinentes é mais ou menos nessa linha o que impacientemente, a qualquer momento o povo vai dizer da administração Luciano Bispo e da administração Deda – e seus porta-vozes já beirando o cinismo - em relação às clínicas emperradas.
Alguém tá fazendo o povo de moleque.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Fantasmas que assustam. Porque sempre voltam.

Numa noite quente, não lembro se de setembro ou outubro, residindo pelo primeiro ano na Casa do Estudante, em 1975, por volta da meia noite e trinta acordei sobressaltado. Um tiro, dois, três... acho que houve um quarto. Incontinenti, a putada e freqüentadores do Sambão saíram em polvorosa pela Rua Quintino Bocaiúva em direção ao centro. Não demorou e um carro também passou, em velocidade média, com o motorista em atitude típica de quem de nada sabia. Só que dentro dele vinha um cidadão a quem as putas em correria, antes dele, já havia denunciado de ter o mesmo matado um cicrano. O Sambão era um inferninho, um brega que funcionava na saída para Aracaju e Campo do Brito, ao fim da Rua Quintino Bocaiúva, em frente à rótula desta rua com a Avenida Manoel Francisco Teles. Soube que se tratava do fulano porque um colega, também conterrâneo seu, lívido, chegou ao meu lado e disse: Fulano é aquele assim, assim, que passou no carro.
Ah, até onde sei, o Fulano nunca foi sequer denunciado. A história morreu aí. Mas a memória de um garoto de 15 anos permaneceu ocupada, lá num cantinho, com tal cenário.
A Casa do Estudante, na sua seção masculina (tinha a casa das moças, também, onde atualmente funciona a Secretaria de Ação Social), ficava de frente ao SENAC atual, a 100 metros do Sambão.

Sinaes(*) de "Progeço"

Ou, da série: "agora quem manda 'é nóis'!"


(*) Grafia dos tempos de D. Pedro II.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A quem interessa?

Tomei um susto! A cidade não é mais do povo que paga impostos; é de Luciano Bispo. A marca do prefeito, a cor laranja está agora até em vasos sanitários. Coisa pra nenhum Odorico Paraguaçu botar defeito. Quantos votos a mais ganhará Luciano por isso? Absolutamente nenhum. Perderá? Talvez. Afrontando o bom senso do modo como está sendo feito perderá certamente os cinco por cento que realmente são eleitores naquilo que se prega ser o típico de um eleitor. No mínimo a maior parte deles.
Bem, como não acredito em burrice total por aqui, e sim excesso de esperteza que acaba por se converter em burrice, já estou achando que o motivo é outro.
Agnus Dei qui tollis peccata mundi, miserere nobis!
Em tempo:
É um belo cartão postal para uma cidade que está numa rota de turismo, inclusive internacional.
(mas como já disseram por aqui, que aqui a Lei era diferente do resto do Brasil...)

sábado, 5 de dezembro de 2009

Esses vereadores de Aracaju...

Pois não é que o cara, que já era treinador, tomou o lugar da irmã como locutor(e eu bem que avisei a ela, adverti, gritei até), e agora resolveu dar um jeitinho de ser cidadão de Aracaju(aqui)? (comprou caro) Hehehehehehehe!
To falando do amigo Wilson Mendonça, o Galego da CDL, do Futsal e... ah, a lista é grande!
Meus parabéns, ...!) (o resto da expressão não digo, não!)
...
P. S. Wilson, colega de muitos anos de trabalho da CDL-Itabaiana (quando ali dei meus pitacos) é irmão da colega radialista, blogueira e amiga Aninha Mendonça, e a “onda” de locutor é porque de vez em quando ele o faz como tal em reuniões da mesma CDL onde trabalha.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

A TV Brasil vai transmitir correção da prova do ENEM

(Release da emissora)
A TV Brasil, a Thathi TV (Ribeirão Preto) e o Sistema COC, por meio de uma parceria firmada entre as instituições, realizam a correção da Prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), com transmissão para todo o Brasil, nos dias 5 e 6 de dezembro, a partir das 23h15.
A parceria foi firmada em duas etapas. Primeiramente, entre a Thathi TV e o COC para assessoria dos professores na correção e, depois, entre a Thathi TV, responsável pela produção, e a TV Brasil, responsável pela transmissão nacional.
Dicas para o Enem
A partir da próxima segunda-feira, 30, a TV Brasil também exibe dicas para a prova do Enem. As orientações serão elaboradas por cerca de 30 professores do Sistema COC e produzidas pela Thathi TV. Os estudantes poderão acompanhar as dicas para Enem ao longo da programação da TV Brasil, até o dia 5 de dezembro.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Era bom!

Essa turma do DEM-estrela ainda não conhece seu companheiro, o deputado federal José Carlos Machado. Imagina se, logo Machado, vai abarcar com as duas mãos essa batata fervendo que tão querendo empurrar em sua mão! São uns amadores; só pode ser.
Em tempo: achei muito interessante a sequencia dos fatos.
- A Folha, mais serrista que a propria esposa do Serra, "elege" Arruda como o vice ideal do Serra;
- Explode o escândalo com DNA meio... meio... meio parecido com o esquema Lunus (não tô afirmando que não houve safadeza, certo? As imagens são impressionantes, mesmo que tenham tido uma mãozinha das montagens; e "é assim que se faz política");
- Serra se livra de um aliado mais melado que pau de poleiro e ainda manda um recado pra turma do DEM que andou arrastando asa querendo "impor" uma decisão ao presidente, aliás, digo, governador de São Paulo. Pronto! A turma do DEM aprende de uma vez por todas quem é que manda e Serra fatura de herói intergalático da seriedade. enquanto isso, DETRANS à parte...
E ainda querem meter Machado nisso! Hehehehehehe. Era bom!

domingo, 29 de novembro de 2009

E pra quê isso?

A obra objeto da licitação do Ministério dos Transportes, cujo edital foi publicado no Diário Oficial da União – D.O.U., Nº 219, terça-feira, 17 de novembro de 2009, Seção 3, página 200 (aqui), desprezadas (pode?) as inúmeras mortes, escoriações e prejuízos materiais, é um caso típico de desleixo; da falta de vontade de bem gerir a coisa pública. De irresponsabilidade.
Em 1971, o Relatório Preliminar de Desenvolvimento Integrado, do Programa da Ação Concentrada do Ministério do Interior, sob supervisão do SERFHAU(*), Serviço Federal de Habitação e Urbanismo já apontava para a necessidade de “projeto visando à preservação das áreas no entorno da BR-235, tendo em vista EVITAR QUE A CIDADE FAÇA DESSA RODOVIA O SEU POLO PRINCIPAL DE CRESCIMENTO (grifo meu).
Quantos “espertos” devem ter pegado esse documento e feito a pergunta que estou cansado de ouvir da turma que gosta de mamar, mas não gosta de trabalhar pelo Município: “E pra quê isso?”.
...

(*)Relatório preliminar de Desenvolvimento Integrado – Programa da Ação Concentrada – Ministério do Interior. Município de Itabaiana, 1971. CONSEMA – Consultores em Administração Ltda sob Supervisão do SERFHAU – Serviço Federal de Habitação e Urbanismo. APES - Arquivo Público do Estado de Sergipe. Cód. 3538. p.83.

Liberta Quae Sera Tamen


O dístico na bandeira das Minas Gerais bem se aplica ao que representa para quase totalidade dos itabaianenses o 29 de novembro: o nascimento do Colégio Estadual Murilo Braga. Sem ele, metade dos engenheiros, médicos, advogados, enfermeiros, químicos... e a quase totalidade de nossos professores não teriam existido com tais habilidades. Algo como 1.500 profissionais de nível superior hoje em atividade, seja no próprio município, seja fora dele.
Lugar de gente pobre, espalhada em pequenos e pouco produtivos sítios(1), aqui vivemos por três séculos e meio a partir da nossa colonização, sem direito a uma educação de qualidade.
Sinceramente, esse singular escriba que deita essas palavras aqui, teria ficado apenas no curso primário, não fosse o Colégio Estadual Murilo Braga. Alguns símbolos de progresso são muito fortes em Itabaiana, como o manejo com regularidade da água e as estradas que nos projetaram pelo país inteiro a vender nossas poucas, mas tão importantes mercadorias. Todavia, o Murilo Braga fez-nos sonhar e em muitos casos concretizar o sonho de ter empregos de qualidade, e principalmente, de capacitação intelectual superior. Quem hoje vê meio mundo de colégios particulares de segundo graus e os indefectíveis pré-vestibulares, máquinas de dar acesso às faculdades, não tem a menor dimensão do que era para um “tabaréu” dono de sítio, um carroceiro, um pedreiro, uma verdureira ou qualquer feirante e até mesmo um pataqueiro(2) nos 70 ler a lista de aprovados na Universidade Federal de Sergipe e ver seu filho lá. Coisa impossível de acontecer nos anos 40.
A partir de 1949 começou a saga de libertação da pobreza de um povo cheio de força e esperança de crescer, porém pouco meios de o fazer. E em 1969 o processo se completou com a implantação do Segundo Grau.
Eis porque associo o “Liberdade ainda que tardia” dos Inconfidentes mineiros ao fato aqui ocorrido três séculos e meio depois de iniciada a colonização do lugar.
O Murilo Braga foi a consolidação de nossa Independência; em seu último e definitivo grito.
...

(1) Em 1971 Itabaiana possuía em seus 338 quilômetros quadrados 46 latifúndios, representado 20% de seus 32.801 hectares e 5.412 minifúndios (sítios)que dividiam entre si os demais 80%.
(2) O termo deriva de pataca, moeda portuguesa existente nos tempos coloniais, mas que foi usada ainda por muito tempo no Brasil independente. Seu valor era ínfimo conferindo a quem ganhava uma pataca uma situação de pobreza extrema. Geralmente eram trabalhadores braçais nas roças quem ganhavam a pataca.

sábado, 28 de novembro de 2009

Nota de três reais

Certa feita, início dos 80, estava a ouvir Washington Rodrigues num comentário, acho que sobre o Botafogo e o Vasco da Gama do Rio de Janeiro. O assunto era sobre futebol, óbvio; todavia, na sua parte mais cômica. E trágica, como se revela na própria história. Comentava o grande cronista sobre acontecimentos na bilheteria do Maracanã, depois de ouvido o repórter de quem não me lembro no momento. Segundo ele: Um falso cambista havia sido preso por falsos policiais por estar tentando vender ingressos falsos para um jogo que... também era falso.
Essas histórias de perseguição ao colega radialista e blogueiro, o também deputado estadual Gilmar Carvalho parecem muito com a história de Rodrigues. E torço que realmente assim sejam. Até mesmo porque, no dia em forem realmente sérias, ninguém as acreditará.

Nós, os babacas.

Você sabia que quem tem Banda Larga (atualmente Banda Lerda) não precisa ter provedor de acesso? Tipo Uol, Infonet, etc.?
Leia mais aqui!

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Quem viu naninha...!


Ao digitar o termo filarmônica no buscador google, dentre as 10 opções diretamente oferecidas pelo mesmo está a Filarmônica Nossa Senhora da Conceição, figurando ali com 60.400 opções na rede. Graças a Deus! Porque é muito se verificado que em agosto de 2001, quando a instituição foi veiculada pela primeira vez na rede, apenas o seu tronco informativo, nosso site itabaiana.inf.br trazia-na como uma referência. Os magérrimos e inconstantes patrocínios por parte da Prefeitura Municipal foram substituídos ou acrescidos por fontes bem mais robustas, como Petrobrás, e atualmente a Unimed e o grupo Votorantim; a instituição antes só “nas costas” do maestro Valtênio, de repente ganhou colaboradores de bem mais força que seus abnegados colaboradores de antigamente. Enfim, como diria o velho “Lua”: “a nega ta modificada!”
...
(na prancha acima, à esquerda, a primeira identificação na internet em 2001)

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Tomara!

Pelo menos algumas atitudes da Polícia sergipana nas últimas semanas me encheu de esperança de que pode ter alguém aí querendo trabalhar. Há luz no fim do túnel. É possível sim, sonhar com Segurança em Sergipe.
A elucidação de dois crimes violentos – o que vitimou um professor universitário e o que vitimou o Nadinho de Frei Paulo – e mais o que ocorreu ontem em Itabaiana com a prisão em flagrante de um delituoso enche-nos de esperança. Mostra comando. Controle. Domínio da situação. O Estado no seu devido lugar: impor a ordem através da Lei. Cuja ordem enseja o progresso já que concita os agentes sociais a produzir; e não apenas a consumir.
O fato de ter acontecido os atos infelizes não conspira contra a Polícia. Mas o fato de a mesma ter efetuado sua obrigação com prestimosidade a coloca sob respeito e a repõe no caminho daquilo que qualquer civilização deseja: segurança. E leva à certeza de que se aprontar, vai pagar. É a certeza da punição que demove qualquer um - até mesmo cidadãos de bem - de enveredar por uma trilha de crimes e maus comportamentos.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Triste quadro de burrice humana.


“O pacato cidadão te chamei a atenção não foi à toa não.
C’est fini la utopia. Pois há guerra todo o dia, dia a dia não.”
(Skank, Pacato cidadão)


Uma colega de trabalho chegou hoje ao setor onde trabalhamos aparentando mais cansada que de sempre. Conversa vai, conversa vem, logo descobri, ao menos um dos motivos: cansaço de ver tanta gente morrer ou ficar espandongada por facadas, tiros e acidentes, principalmente de motocicletas. O desabafo veio quando perguntada por determinado paciente do hospital público onde também trabalha e ao qual acompanhou-lhe no processo de internação. Segundo ela, é impossível prover de leitos suficientes os hospitais, feitos para a normalidade, não para uma guerra. Feitos para receber gente doente; não as adoecidas, na maioria das vezes mortalmente pela total burrice humana. Uma legião de jovens perdendo a vida todos os finais de semana; ou ficando aleijados para sempre. Uma multidão de criaturas que se esfaqueiam, se atiram, se matam ao menor motivo. Coisa de gente burra, mesmo.

Policial ou bandido?

Leio em Edivanildo Santana que a Polícia Federal está a fazer Campanha de Registro de Armas de Fogo.
Aí me vem à memória uma afirmação que aprendi quando criancinha:

“Só usa arma, policial... ou bandido”.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Sem fazer parte da assessoria.

Sem fazer parte da assessoria do deputado federal Eduardo Amorim, que anda a fazer uma propaganda danada sobre o trabalho de duplicação/adequação da BR-235, trecho Rio das Pedras-ao Riacho Doce (Km 54), eis a íntegra do Aviso de Licitação do Ministério dos Transportes e, principalmente, o link (“não basta ser a mulher de César; tem que parecer que é a mulher de César”, como se dizia em Roma):
Diário Oficial da União – D.O.U., Nº 219, terça-feira, 17 de novembro de 2009, Seção 3, página 200
(http://www.in.gov.br/imprensa/visualiza/index.jsp?jornal=3&pagina=200&data=17/11/2009)
...
SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL EM SERGIPE
AVISO DE LICITAÇÃO
Edital N° 632/2009-21
O Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes - DNIT - Autarquia Federal vinculada ao Ministério dos Transportes, através da Superintendência Regional no Estado de Sergipe, torna torna público para conhecimento de quantos possam interessar, que fará realizar licitação sob a modalidade "Concorrência Pública", às 09:30 horas do dia 21 de dezembro de 2009, para seleção de empresas para execução dos serviços necessários à realização das Obras de Melhoramentos e Adequação de Capacidade e Segurança da Travessia Urbana de Itabaiana, com complementação e restauração das pistas laterais na rodovia BR-235/SE, Trecho: Div. AL/SE - Div. SE/BA, Subtrecho: Entr. SE-160 (p/ Riachuelo) - Entr. SE-453 (p/ Mocambo), Segmentos: KM-41,0 - KM-44,0 (Povoado Rio das Pedras); KM-48,3 - KM-54,3 (Município Itabaiana); KM-62,9 - KM- 63,9 (Povoado Terra Dura). Edital em epígrafe estará à disposição dos interessados na Sede do DNIT em Sergipe, no endereço supracitado no horário das 08:00 às 12:00 h e das 14:00 às 18:00 h e nos sites: www.dnit.gov.br e www.comprasnet.gov.br. Processo Administrativo n.º 50621.000293/2009-32.
ALEXANDRE MONTEIRO DA CUNHA
Presidente da Comissão de Licitação
...
Post Scriptum:
No texto escrevi duplicação quando a matéria, pela propría licitação infra exposta demonstra claramente tratar-se de "adequações" à passagem por área urbana, que é o caso.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Mais valia

Quando se vê a luta dos servidores da Educação por melhores salários, e se debruça sobre o histórico do funcionalismo público é que percebe-se as verdadeiras grandezas de importância para os políticos administradores. O quanto historicamente os politiqueiros maltratam a educação; o investimento a longo prazo.
Em 1971 estavam lotados em Itabaiana 225 servidores do Estado. Destes, os 179 da Educação percebiam 54,3 % do total da folha de pagamento do mesmo Estado em Itabaiana, fazendo uma média por servidor, professores, inclusive, de Cr$ 219,09 mensais; enquanto isso, o pessoal da arrecadação recebia a média de Cr$ 1.682,07 mensais. Como consolo pelo disparate, o pessoal da Polícia recebia a média de 171,04 contra os servidores da justiça, exceto o Juiz, que levavam em média Cr$ 472,05 mensais.
Conclusão: Quem arrecada vale muito mais do que quem gasta.
O salário mínimo da época era de Cr$ 225,60 (duzentos e vinte e cinco cruzeiros e sessenta centavos - Decreto nº 68.576, de 01.05.71). Havia dois regimes empregatícios e os governos não eram obrigados a pagar o salário mínimo, condição imposta apenas ao patronato civil.

...

Fonte: Relatório Preliminar de Desenvolvimento Integrado - Município de Itabaiana - SERFHAU - Ministério do Interior. 1971.

Obs. Juizes pertencem ao Poder Judiciário, logo, são pagos por este Poder, e não pelo Executivo.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

A elite sergipana

Desenha-se mais uma vez o retrato de uma das elites mais atrasadas do mundo: a de Sergipe(mais aqui). A repetição de Bento José de Oliveira, o carrasco que pintou e bordou até ser enviado sob ferros pra Lisboa(*). Nadinho (de nada, coisa nenhuma) morto; contra um protegido da fina flor da escravocracia sergipana. Belos versos rolarão.
Se o sangue de Joaldo Barbosa continua tripudiado, onde sequer o espírito corporativista da Assembléia Legislativa foi capaz de fazer a justiça, imagine um... um... Nadinho!
Pré-julgamento? Preconceito? Quem dera!
...
(*)Provisão Régia dirigida ao Governador da Bahia ordenando-lhe dar parecer sobre representação dos moradores da Comarca de Sergipe d'El-Rei em que se queixam do Sargento-Mor Bento José de Oliveira; parecer incluso do Conde da Ponte. Lisboa, 12 de fevereiro de 1807. 2 documentos. Original e cópia. 1 f. II - 33, 29. 38. Catálogo de documentos sobre a Bahia existentes na Biblioteca Nacional. Anais da Biblioteca Nacional. Volume 68. p. 159. Rio de Janeiro, 1959.

domingo, 15 de novembro de 2009

E o que faz o governo do PT pra mudar isso?

Numa observação muito bem feita, o jornalista Cláudio Nunes chama a atenção para um problema, um gargalo no governo de Marcelo Deda, ora afastado por problemas de saúde. É que o governador tem 18 deputados comendo na mão do governo, mas na hora do vamos ver só pode contar com seis. Já os seis declaradamente da oposição, paradoxalmente tem mais poder que todos os demais do governo, Isso num cenário em que a Justiça é toda de Albano com algumas churumelas de João Alves. É complicado, governar assim. Pior é que o que tem de aliados, do próprio partido do governador achando que quem tem o cargo tem o poder não é de brincadeira. A primeira coisa que sua excelência e “os companheiros” não podem deixar de lembrar é que esse é o Estado da floresta de mandacaru: ninguém dá sombra ou encosto a ninguém; e se der a chance deixa o outro todo picado. Logo, nenhuma solidariedade ou mesmo comensalismo; e sim parasitismo radical. E do tipo de gente que joga areia no prato de sopa se descobrir que terá de dividi-lo com outro. Nada é por acaso. Um Estado não chega a ser o oitavo mais rico de um país, mesmo sendo o menor, e depois desaba para o vigésimo segundo à toa.
Tudo isso mostra a necessidade de uma revolução. Uma mudança completa de atitudes e pensamentos. Está o PT sergipano preparado para esse sacrifício? Depois de três anos de governo... sei não!

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Por outro lado.


Está equivocado o vereador Arivaldo Rezende – o Vardo da Loteca – (aqui) ao falar contra o projeto da administração municipal de extinguir as escolas dos povoados Mundo Novo e Taperinha. Melhor seria questionar o porquê; e também lamentar aquilo que, acredito, seja o motivo da extinção das sobreditas unidades: a falta de gente por falta de segurança. O domínio, o império dos ladrões. O triunfo do crime sobre a cidadania e a civilização.
Com menos de 15 habitantes e um potencial de menos de oito alunos, sinceramente não dá para manter uma escola num lugar desses. O que Vardo deveria requerer, em se tratando de um caso especial seria a garantia de transporte para os prováveis cinco alunos que resistem e ainda residem no Mundo Novo. Da mesma forma, o local onde foi construído o grupo escolar da Taperinha, sem medo de errar, o foi pra beneficiar o dono do terreno; não aos alunos. Constatei isso numa visita com os colegas de SESP em 1987. Atualmente, dos 120 moradores do povoado, a sede de sítio mais próxima do grupo escolar fica a quinhentos metros, seu dono mudou-se por causa dos ladrões, e nas suas proximidades nunca residiram mais do que trinta pessoas. Os últimos moradores estão de lá a sair por falta de segurança – isso sim, é grave – também não dá pra encher metade de uma sala. Com a Escola Agrícola e a safra de ladrões que não pára de crescer, quase todos os residentes no povoado se aglomeram nas proximidades da mesma Escola Agrícola, de fato no9 povoado Roncador. Onde está, a escola é e sempre foi desperdício do meu, do seu, do nosso dinheiro.
E ainda sobre o Mundo Novo, o pior é que o Dunga, o único povoado com comunicação direta com o Mundo Novo que em 2001 tinha 41 habitantes, caiu pra 36 em 2003, e em 2007 já só tinham 32, destes, somente 15 com menos de quinze anos de idade, portanto, potenciais alunos para o primário.

Dos cento e treze povoados existentes no município de Itabaiana, levantados pela Superintendência Nacional de Campanhas Públicas, a SUCAM, em 1985, já desapareceram mais da metade por falta de população, quase sempre fugindo da ladroagem que grassa livre e solta desde a redemocratização, apenas sofrendo alguns espasmos escandalosos de mata-mata.

Coisa de primitivos.

Já começa errado.

O projeto de reforma administrativa encaminhado à Câmara de Vereadores pelo Executivo Municipal, pela parte do atual prefeito, deveria ter estado ali há duas décadas atrás, já que antecessores nunca cuidaram disso. Chega, portanto, com vinte anos de atraso. Mas o que mais preocupa é a clássica má vontade de informar, instruir, esclarecer, por a par de matérias interessantes ao cidadão no dia a dia. Quando tudo que tinha de ser publicado o era publicado em jornais, tudo bem; punha-se na portaria. Muitas vezes, porém, nem isso foi feito. Atualmente, com a internet, o serviço de newsletter da Secretaria Municipal de Comunicação, religiosamente envia matérias promocionais, propagandas na maioria, a um cadastro razoáveis de internautas, até o momento não enviou a minuta do Projeto de Lei, para dessa forma venha a matéria criar consistência naquilo que a administração municipal diz querer aprovar. Repete, pois, os erros de todos os tempos: uma Lei pra uso interno – ou nem tanto - como se a Prefeitura fosse propriedade de seus ocupantes, e não de seus contribuintes. Existe uma má vontade visceral em prestar informações por parte dos investidos em cargos públicos em geral. Um comportamento pra lá de nefasto, até mesmo porque faz parecer coisa de bando, cheia de segredos, de manhas; e não de grupo de pessoas civilizadas a administrar o bem público. Depois ainda querem infundir respeito e credibilidade. Como? Se o mais elementar dos direitos do cidadão é negado?

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Eu não acredito! Mas...

Revela o radialista e blogueiro Edivanildo Santana que Luciano Bispo teria lhe confessado sobre a possibilidade de renunciar ao mandato de prefeito e concorrer ao cargo de deputado estadual. Cá pra nós, tem muito prefeito e ex querendo ir para o parlamento. Mas, ‘xa pra lá!

Males-entendidos
Vai fazer um século de um grande mal entendido.
Corria tudo de vento em popa. Os políticos maiores de Sergipe, ninguém queria viver em aqui. A maioria vivia no Rio e uma menor parte em Salvador. Porém, todos queriam cargos de Sergipe. Uma herança dos tempos do Império quando o
Visconde de Itabaiana, Manuel Rodrigues Gameiro Pessoa, sequer sabia pra que lado ficava Sergipe; muito menos Itabaiana. Gameiro Pessoa foi um dos negociadores da “Independência” que entregaram o Brasil à Inglaterra até que os Estados Unidos resgatou-nos para si. Pois, bem! Mas, voltando ao assunto dos políticos maiores de Sergipe, todos queriam os títulos. Deputados, senadores, presidente (na época não existia o título de governador), mas ninguém queria morar em Sergipe.
Manuel Batista Itajay, o pato perfeito. Senhor de Itabaiana, um dos maiores currais eleitorais do interior, com certa influência em sua terra natal, o Lagarto, fiel, inofensivo ante o poderio dos coronéis do açúcar e seus esquemas na capital da República... perfeito! O pato perfeito. Eleição em 1908, vitória consagradora e aí, Dr. Rodrigues Dória o sergipano mais baiano que existia naqueles tempos, que só saia de Salvador para tomar posse em Sergipe e olhe lá, eleito como presidente resolve se mandar. Ninguém sabe por que, mas, além de passar o governo para Itajay, seu vice, deixou-lhe também uma carta de renúncia em mãos para ser usada sob senha do próprio. Ocorre que o próprio, nem voltou, nem mandou novas ou mandadas.
Itajay assumiu o governo como um assinador de papel. Quem mandava mesmo eram os coronéis cabaús. Itajay não tinha a menor condição de ser presidente de fato. Num Estado que já completava oitenta anos de esquemas pesados, ele sequer era do meio de um deles. Não tinha um juiz na sua algibeira, um promotor, muito menos um desembargador. Sequer tinha um mísero deputado. Nem mesmo o contínuo do Palácio o respeitava como presidente em exercício. Cansado resolveu mexer na máquina. Mexeu no vespeiro. Publicou a carta de Dória em 22 de outubro de 1909 e em seguida começou a dar cabeçada. Os próprios que lhe batiam palmas, induziam-no ao erro; levavam vantagem com isso e depois conspirava contra pra manter as benesses conseguidas. Por outro lado, conhecedor de suas obrigações com os barões do açúcar e os banqueiros baianos em quem eles viviam dependurados, Dória criou uma explicação esdrúxula sobre a carta de renúncia, mesmo que depois tenha buscado minimizar a “traição” de Itajay, colocando-o na galeria dos “ingênuos” manipulado pelo juiz federal Nobre de Lacerda. O esquema que golpeou Fernando Collor foi brincadeira de criança para o que as máfias do poder no velho Sergipe fizeram ao lagartense de nascimento, itabaianense por adoção. O fato é que moeram Itajay. Tudo contra ele. Judiciário, o maior cabide de empregos para nobre falidos que há, especialmente no Nordeste; o Legislativo, que todo mundo já sabe que é o órgão de maior sensibilidade política que existe num lugar, e que sempre vai pela maioria; todo mundo contra ele. Pressionado pela elite sergipana, Rodrigues Dória retornou de Salvador no dia 12 de novembro de 1910.
Só alguns exemplos de leis criadas por Itajay já demonstra o despreparo, no mínimo desleixo, em deixar um rabo de palha daquele tamanho à vista, com inimigos tão numerosos e tão poderosos. Dá até pra vê-lo, na solidão de sua cadeira presidencial, cercado de hienas a lhe ouvir e transmitir depois a seus verdadeiros patrões sob estrondosas gargalhadas. Gente do Judiciário, se fingindo de amiga e partidária, orientando-lhe a cometer uma barbeiragem atrás da outra. Deputados exigentes, querendo cada vez mais para aprovar qualquer besteira. Vai fazer cem anos; mas parece que acaba de acontecer, quando se percebe o modus operandum, que é o mesmo de hoje.

domingo, 8 de novembro de 2009

“pulitiquinha”

Na semana passada ouvi um zum-zum-zum de gente ligada ao Prefeito acerca de uma proposta que estaria correndo na Câmara, a de denominar um prédio público no município com o nome da professora Maria Thétis Nunes, recém-falecida. Os lucianistas por mim ouvidos, óbvio, são contra. A alegação é que Thétis foi isso, Thétis foi aquilo... história de joão-sem-braço. Resultado: mais uma polêmica “política” entre os dois partidos que dominam Itabaiana: o que está comendo e o que quer voltar a comer. É impressionante! Thétis Nunes é o único nome que dignifica o nome de Itabaiana no país. Lagarto teve direito a Silvio Romero, Laudelino Freire... Estância teve os Amado, Laranjeiras teve João Ribeiro, Boquim, Aracaju... Itabaiana, segundo mais antigo município sergipano nunca teve alguém na galeria da cultura nacional. Thétis é a primeira. E aí, partidários de Luciano, “por que Thétis é de Chico” resolvem fazer campanha contra o reconhecimento da primeira personagem que honra Itabaiana nas colunas de cultura e civilidade; e não nas policiais, seja por sonegação seja por coisa muita mais grossa.
Bem, mas o pior vem depois: começo a ver que a doença da mediocridade, da baixeza já foi bem além. De repente, a nivel nacional, a oposição demo-tucanada e os lulo-petistas transformam Caetano Veloso com a colaboração deste, em símbolo de campanha partidária. Agora ninguém mais discute o Brasil. O que é bom para o Brasil e para seus quase duzentos milhões de habitantes. A discussão é: Caetano tá certo em chamar o Presidente da República de analfabeto, ou não.
E não é que voltamos aos tempos dos discursos inflamados “ou o Brasil acaba com a saúva; ou a saúva acaba com o Brasil?”

Vai “bombar”?

O prefeito Luciano Bispo anda espalhando ares de positivismo para o próximo ano aos quatro ventos, num cenário que, sinceramente, não parece nada animador. Mas, ao menos em parte Luciano está certo. Existem mais de 26 milhões para Itabaiana, só no Orçamento Geral da União deste ano de 2009, que até agora não deu o ar da graça (última informação em 26/10). O prefeito corre contra o tempo pra habilitar esses recursos para execução no próximo ano, na conta restos a pagar, mas que ainda tem bastantes condições de absorvê-los. Mais: existem boiando, sem que ninguém tenha requerido, pelo menos 50 milhões “para o Estado de Sergipe”, logo, pra quem chegar primeiro e tiver os melhores canais, dos quais Itabaiana pode abocanhar, ao menos uns dez. E aí vem o próprio OGU para o ano que vem, ainda não fechado, mas que pode jogar no município, ao menos mais uns 20 milhões. Isso sem descartar a possibilidade de Luciano firmar um “acordo administrativo” daquele que firmou com Albano por ocasião do eletro-cheque, junto ao governo Marcelo Deda. Seria a repetição de 1998, o melhor ano até hoje na história de Itabaiana em matéria de ingresso de recursos.
Observemos!
Faltar onde por tais recursos, não falta. Temos pelo menos sete pequenas formações urbanas nos povoados, além de enorme fatia da periferia da Cidade, sem sequer esgoto embutido; muito menos tratado, a jogar merda na água que bebemos e usamos pra irrigar nossas plantas.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Delegado em conflito com a Lei

Se o que está disposto na reportagem estiver fiel às declarações do delegado Marcelo Hercos(aqui), de que o traficante de munições preso nesta quarta-feira em Itabaiana vendia para "todo o tipo de cliente, inclusive bandidos", o delegado caiu em contradição com a Lei. Ninguém que pratique crime pode ser sentenciado antes de julgado e condenado; todavia, todo aquele que fizer qualquer coisa fora da Lei já é um suspeito de crime. E comprar armamento ou munição, não me consta que seja legal. Coisa de cidadão.
Não existem homens de bem armados por aí. Homens de bem não arrumam encrenca a ponto de terem de andar armados. E se autoridade, a Lei fornece a guarda devida.
A declaração é fruto da mistura explosiva: jeitinho brasileiro mais cultura de que bandido, só alguém com pelo menos um "p".

Chocante! De volta à Rua da Tenda.

Nada contra o proprietário, por sinal meu amigo e no seu direito de pleitear e conseguir, mas essa da Administração Municipal ter autorizado o primeiro supermercado de revistas numa praça pública do mundo na Praça João Pessoa... sem palavras.
Pois bem. E não é que a Prefeitura resolveu radicalizar? Permitir a “monstrulização final” do já “monstrumento” que ali existe desde fins dos anos 80? Onde foi o antigo bar Tia Joana? (sem fotos aqui pra não servir de galhofa por aí).
Je-sus!
Uma das bandeiras do candidato Luciano Bispo de Lima apoiado por uma enormidade de partidários seus em 1988 era acabar com a visão armagedônica de um monte de barracas que deprimiam a Praça Fausto Cardoso, ainda hoje nosso maior ponto de referência. E acabou.
De uns tempos pra cá, as barraquinhas da Praça Fausto Cardoso até podem ser consideradas charmosas pelo ar “de antigamente” que passam ao se olhar as fotos daqueles tempos; diante de tanta coisa que vem acontecendo.
O terreno do “monstrumento” foi doado aos Correios quando a instituição ainda era departamento, por Euclides Paes Mendonça através da Lei 89 de 1° de julho de 1953. Os Correios não construíram o prédio e o terreno voltou a ser doado em 08 de novembro de 1968 através da Lei Municipal 350 ao cidadão João Marcelo. Tamanho: cinco por três metros. Magicamente, futuros donos, ao instalarem ali um bar em fins dos anos 70 foram empurrando o espaço até se achar quinze por doze metros. E o prefeito da época deixou.
Vai ver que, como aquele lado da praça foi durante séculos a saída pra São Cristóvão e conhecida como Rua da Tenda, a Administração Municipal tem projeto de retornar a Rua da Tenda ao seu leito normal, acabando com a Praça João Pessoa, enquanto faz as vontades de privilegiadíssimos eleitores – que ninguém sabe até quando o serão.
Em tempo I: não faz muito tempo ouvi de um candidato à Prefeitura de Itabaiana, em comentário sobre a administração da ex-prefeita: “Tá tudo à toa!”
Em tempo II: Não há Lei, absolutamente nenhuma Lei, que seja válida e permitida pelas constituições da União e do Estado, e pela Lei Orgânica do município, que pregue a supressão do interesse coletivo pelo interesse privado. E não tem essa “de ele é dono pode fazer o que quiser” Numa civilização existem regras.
Numa civilização.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Carestia

Como é cara, essa Justiça ibero-americana! Mais aqui.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Recordações.

Por quinze anos, desde seu nascimento, vivi cada momento, crucial ou não, da Câmara, inicialmente Clube, de Dirigentes Lojistas de Itabaiana, a CDL. O barquinho fenício, desde cedo evocou a minha genética lusitana, herdeira fiel daqueles que ousaram lucrar sem tomar à força: os comerciantes da velha Fenícia. Isso é para lembrar que de todos os quinze anos, somente em dois deles não foi feita a campanha promocional de Natal e, mais ainda, todas elas foram feitas com extrema confiança de que seriam bem-sucedidas. Todavia, é preciso lembrar que em alguns anos foi duro, muito duro remover a crosta de ceticismo e desânimo nos próprios comerciantes associados e bancadores da campanha. Especialmente naqueles anos em que o maior empregador de Itabaiana atrasou salários ou aumento deles.
Venho ouvindo-as já de algum tempo; mas as reclamações que ouvi hoje me chamaram mais a atenção. Não se trata de atrasos como ocorreu no passado; mas de coisa parecida, tão dolorida quanto: redução de salário. Por mais maracujá (marajá é o que ganha muito) que seja, o cidadão-eleitor-funcionario tem compromissos e agenda. E essa agenda, somente por força maior como um acidente natural ou comoção social pode ser alterada abruptamente. Cabe, pois, aos de ciência, supostamente os mandatários, prover para que o sistema seja o mais linear possível.
Há danos que são irreparáveis. Por mais compensações que venham a seguir.

O piso salarial dos professores de Itabaiana e meu pai.

Meu pai, primeiro professor na Mangabeira (*) foi ali também o primeiro e único delegado, entre 1947 a 1950. Em 1949 já não era mais o professor, pois fora construída a “Escola Rural” e havia chegado uma professorinha novinha em folha, com curso na Escola Normal, em Aracaju.
Como delegado foi apaziguador, às vezes tendo que ameaçar – só em uma vez prendeu a um sujeito futucador de partes íntimas de moças de bem – e negociar intermediações entre os sujeitos e a Lei, de forma que esta fosse respeitada sem a necessidade do uso da força. A Ribeira, segundo maior centro comercial no município de Itabaiana e até em toda a região tinha um delegado “de carreira”, um major da Polícia. Chega meu pai um certo dia na feira e já estava armada uma confusão: um cidadão da Mangueira, jurisdição de meu pai fora preso pelo major sob alegação de baderna. O citado era zoadento, falava alto, e brincalhão. O major resolveu impor a sua ordem e acabou por praticar um ato de exorbitância da autoridade. Meu pai foi resolver porque, além de conhecer o cidadão e toda a sua família de até duas gerações atrás, o mesmo tinha domicílio em seu território. Não teve dúvida: era justiça soltar o sujeito. Argumentou com o policial e não teve jeito. Eis que chega Manuel Teles, chefe político, de quem meu pai era aliado e pelo qual havia ganho o posto que não vencia soldo. Trabalhava de graça. O chefe político ouviu as duas partes e decidiu que o cidadão preso deveria ser solto imediatamente. Com a resistência do policial o chefe político ameaçou-o de punição e, fugindo da real e justa situação, que seria fazer justiça a um preso inocente, em complemento às ameaças ao policial disse: “Major Temístocles, o seu tá garantido; o meu eu tenho que correr atrás de quatro em quatro anos. Solte o homem!”
O major soltou o prisioneiro, não por ter sido preso injustamente; mas porque Manuel Teles precisava garantir o dele de quatro em quatro anos.
Sobre a lógica da administração municipal (todas, viu?) em relação aos professores: tem menino na escola; tem professor ensinando, merendeira, e ajudantes vários nas escolas não é porque pobre precisa estudar pra sonhar e se capacitar para um mundo melhor. Elevar-se a si e ao próprio lugar, como ocorreu a Itabaiana nas décadas de sessenta e setenta(**). Da mesma forma, tem gente demais lotada na educação - repartindo um bolo que já é pequeno para quem trabalha - não é pelos usuários; os alunos! É que diferentemente de 1949, agora tem eleição a cada dois anos.

(*) Aprendeu "a ler, escrever e contar" com uma sua tia, professora primária no povoado Urubutinga, Lagarto, naturalmente sem concluir o primário.
(**)Até 1980 o perfil da violência em Itabaiana era por rixas pessoais, nalguns casos por motivos partidários. Nos anos 80 gestamos o serpentário e a partir de 1990 as gangues, seus carrões e outros símbolos de riqueza (fácil e questionável) invadiram a cidade e de vez em quando tem campanha de desova; de limpeza, queima de arquivo; limpeza de "unidades com defeito", vencidas (mais de trinta anos); ameaçadoras. Às vezes até aparece por aqui o "controle de qualidade"; o controle dos excessos de atividades, por autoridades que dão o ar da graça de vez em quando.

Ai, ai, ai!

Tá no blog do Nassif (aqui), que o DEM de José Carlos Machado entre outros, mandou fazer uma pesquisa e... Serra de serra abaixo. O tucano não levanta vôo. E pior, com a mineirice de Aécio e a providencial queimação ou "esquecimento" que a mídia grande, toda ela paulista e a serviço de Serra vem fazendo em cima dele, Aécio também não empolga. Aí sobram Dilma e Ciro. O “companheiro” socialista Ciro já esteve aliado com o PFL, hoje DEM, noutros tempos. E mais: o DEM, por uma conjunção de fatores que fugiu ao seu controle está fora do governo já há sete anos, mas tem como característica o aguçado faro de reconhecer com grande antecipação para que lado os ventos soprarão.
Já pensou, o companheiro Ciro num palanque ladeado por Maria Mendonça e José Carlos Machado?
Uma coisa é certa: se ainda vivo, ACM já teria mandado a candidatura Serra pros quintos.
Agora, falando sério: O Brasil não suporta mais quatro anos de divórcio entre o governo e suas elites. E será isso, seja eleita Dilma, seja eleito Serra. No caso de Dilma é o continuísmo de Lula desprovido de toda a capacidade de estadista deste. Continuaria a guerra com as elites e perderia o apoio popular, o quadro que os “cientistas políticos” tucanos apostavam com Lula. Já Serra seria o velho coronelismo industrial de São Paulo, encarnação dos "revolucionários constitucionalistas de 32"; de Adhemar de Barros e Maluf, que vê São Paulo como centro do mundo e o Brasil como um fardo a carregar (São Paulo não se acha Brasil). Dividiria ainda mais o país que Dilma. De qualquer forma seria prejuízo pra todos.

Banda "lerda"

Tô adorando a "Banda Lerda", essa nova modalidade de conexão de internet da dupla Uol/Velox (ops! paradox). A qualquer hora decido pelo retorno à conexão discada. Como diria um filósofo de pé de calçada: "só dá ladrão!"

domingo, 1 de novembro de 2009

Isso não dá certo!


Leio com felicidade que finalmente o governo de Sergipe vai prestar mais atenção ao perímetro irrigado do Projeto Ribeira. Mas aí, vêm as constatações: demorou demais. E aí vem coisa pior: alguém resolveu botar a culpa no governo João Alves que lá se vão a bagatela de 34 meses dos 48 possíveis que deixou o governo. Ninguém nem mais lembra quando o foi. Só que foi.
Não me consta que Lula, mesmo na atualidade fique a jogar no colo de Fernando Henrique o “quase nada” de pepinos que o paulista do Rio de Janeiro deixou para todos os brasileiros.
Faltam apenas quatorze meses pra vencer este governo Deda e somente doze para a nova eleição que dirá se ele foi melhor que João Alves ou não. Foi um governinho medíocre. A quilômetros-luz das expectativas pelo que representa o seu titular. Não soube dar as cartas; ao contrário, ficou o tempo inteiro a reboque dos coronéis que tanto tem travado o Estado ao longo de sua história. Deixou que a multissecular oligarquia anacrônica, pegajosa, intereisseira e preguiçosa usasse seu governo como bem quisesse, impunemente. Ajustou-se, apenas. Sem um mínimo ousar num lugar cansado de mesmices. Se projeto tinha, ele não contemplou Sergipe como Sergipe é, com suas mazelas políticas, inclusive. Mesmice. Só mesmice. Não é a toa que tudo quanto é lidereco que não está mamando se acha no direito de escarnecer. Caso venha ser reeleito, se-lo-á por pura falta de opção já que, João pela quarta-vez, ou Albano pela terceira, Pater Coelis Deo, miserere nobis!
Êta lugarzinho azarado!

“Marvada” Aura.

Certo dia estava numa esquina de Itabaiana quando passou um cidadão, um personagem público, por sinal, cumprimentou a todos educadamente, porém, ao sair e distanciar-se arrancou um comentário de um amigo meu: “Eu não consigo confiar nesse rapaz! Tem alguma coisa nele que me cheira a falsidade”.
Apenas um riso, foi a minha resposta. O meu amigo talvez ainda não o saiba, mas eu também tenho a mesma sensação ao encontrar o cidadão em questão.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Taí o ovo de Colombo!

Rolou na Rádio Capital do Agreste que a Prefeitura somente consertou o telhado do Mercadão em tempo recorde - danificado em ventania recente – graças a uma aposta que algum aliado do prefeito fez e, para este não perder, em tempo recorde o telhado foi consertado.
Putz! Descobrimos a Pedra Filosofal na administração de Itabaiana, problemática desde que João da Costa Feio desistiu de vir de seu bem-bom em Lisboa pra administrar isso aqui... em 16 de junho de 1700 (também com um sobrenome destes!).
Diabos! Como ninguém pensou nisso antes? Doravante, já que a oposição em Itabaiana sequer faz oposição consistente com medo de ser cobrada quando situação, volvamos nossas esperanças para a bolsa de apostas. Já que aqui se aposta até se a aposta será apostada, então, nossas apostas agora serão que “A” não faz; e aí, para que eleitores de “B” não ganhem as apostas, “A” vai fazer. Como o que interessa é o resultado; o benefício vai para o povo e para o progresso do município, então, essa é a idéia salvadora: vai se apostar se o prefeito vai aumentar o salário dos professores; se vai cuidar das praças, tomar conta do trânsito, etc., etc.
Ah! A provocação do secretário de Comunicação do Município, Marcos Aurélio em seu blog, sobre ter a ex-prefeita demorado demais para fazer conserto semelhante, o mesmo mata a charada: faltaram as apostas.
Senhores cidadãos de Itabaiana, se querem que seu município progrida, façam suas apostas! Poderá ganhar você isoladamente, e com certeza ganhará seu município. Como é que ninguém pensou nisso antes, hem?

domingo, 25 de outubro de 2009

Morre uma cientista.

De um lugar onde se costuma querer colher antes de plantar; tirar a foto de inauguração antes de terminar o projeto no papel, onde a esperteza é tanta que quase todos vivem tropeçando nela – e por isso pouco anda, diante das reais possibilidades... Maria Thétis Nunes, que nos deixou nesta madrugada de domingo, 25 de outubro de 2009 fez o caminho inverso: foi uma cientista. Um personagem além das homenagens interesseiras e das armadilhas que usam a vaidade humana para aprisionar. Amiga do saber. E de quem também o fosse. Por isso foi e será sempre grande. A primeira personagem itabaianense de densidade além fronteiras.
Parafraseando Humberto de Campos quando da morte do laranjeirense João Ribeiro: Cai uma sucupira na Itabaiana; qual pé de jurubeba tomará seu lugar?”
...
(“Cai um jequitibá no Nordeste. Qual marmeleiro será plantado em seu lugar” - Humberto de Campos)
.
...
Biografia (incompleta. Só ate 2006)

Nasceu em Itabaiana, Estado de Sergipe, em 06 de janeiro de 1923, na hoje Rua 13 de maio – à época, Rua do Cisco. Filha de José Joaquim Nunes e Maria Anita Barreto, foi criada sob as orientações de D. Anita e de sua querida avó, D. Emília Barreto, já que seu pai, viria a falecer quatro anos depois, deixando, além de Thétis, seus irmãos Fernando e Maria Emília. Cursou seu aprendizado básico sob as orientações da Professora Izabel Esteves de Freitas – D. Bebé – em Itabaiana.
A família, amedrontada com a possibilidade de invasão da Cidade pelo bando de Lampião, e fustigada pelos efeitos da seca, transfere-se para a Capital, Aracajú em 1935, para sorte de Thétis que assim livrou-se de ir para um internato em Própria, e de onde certamente sairia com o destino de quase todas as meninas que para lá foram: no máximo ser uma professora primária no interior, casar e encher uma casa de filhos, ou talvez apenas as duas últimas opções.
À chegada em Aracajú coincide com o primeiro ato de independência que acompanharia Thétis até os dias de hoje: ingressou no Colégio Atheneu Pedro II, onde a esmagadora maioria era de alunos (não era lugar para moças).
Conclui o Ginásio em 1938; em 1940 faz o Curso Complementar, concluindo-o em 1941 e em 1942 ingressa na recém criada Faculdade de Filosofia da Bahia, formando-se na área de Geografia e História em 1945. Ali, além da vida estudantil comum a todos os mortais, tem contato com as primeiras experiências intelectuais acerca do marxismo, como também ajuda na fundação da revista Cultura.
Retornando à Aracaju, em 1946 assume uma Cátedra no Atheneu, de onde havia saído como aluna exemplar, chegando à condição de Diretora em 1951. Ali relançou em maio de 1954, o jornal do Colégio, “ O Atheneu” já de algum tempo inativo, e em 23 de abril do mesmo ano, o Auditório, que viria também a servir de Teatro, uma aspiração estadual votada e aprovada pela Assembléia Legislativa em 1911 e que nunca saíra do papel.
Deixa o cargo de Diretora após a vitória e posse de Leandro Maciel no governo do Estado, indo fazer cursos no ISEB – Instituto Superior de Estudos Brasileiros – a base do pensamento de centro esquerda e nacionalista que nortearia parte do então governo Juscelino Kubistchek.
Ali teve contato e participou de vários estudos com nomes da envergadura de Nelson Werneck Sodré, Álvaro Vieira Pinto, Guerreiro Ramos e Roland Corbusier. É dessa época o seu desafio de desenterrar o magnífico trabalho do também sergipano, Manuel Bomfim, ex-editor de uma das suas leituras preferidas na infância: a revista o Tico-Tico. Seu discurso de formanda no curso do ISEB, foi transformado na monografia “Sílvio Romero e Manuel Bomfim – Pioneiros de uma ideologia nacional”, somente terminada em 1966, e que graças ao golpe militar de 1964 e conseqüente censura e invasão e depredação do ISEB, só viria a ser publicado 20 anos depois pela UFS – Universidade Federal de Sergipe. Também através de sua estadia no ISEB, acaba por ser convidada para trabalhar como assistente do Professor Cândido Mendes.
Em 1961 torna-se Diretora do Centro de Estudos Brasileiros em Rosário, Argentina, mediante indicação do Governador Luiz Garcia, disponibilizando-a ao Ministério das Relações Exteriores.
Em dezembro de 64, deixa Rosário e retorna à Aracajú depois de um longo período noutras terras.
Em 1965 reassume sua condição de Mestra, logo chegando ao embrião do que viria a ser a Universidade Federal de Sergipe. Dali, atendendo também ao velho Atheneu viu os anos se passarem sob o crivo da história. Mas Thétis é também a história, já que sua vida se confunde com esta na eterna luta pelas vitórias, aqui e acolá entremeadas de fracassos.
Na UFS, foi Diretora do Centro de Ciências Humanas, até sua aposentadoria em 1993.
Em 1970, apesar de seu matiz ideológico isebiano, logo centro-esquerdista, teve seu nome lembrado em pleno vigor do AI-5, pelo então Governador Lourival Baptista para ocupar um lugar no Conselho Estadual de Educação, posição que foi conservada até 1986.
Em 1971 foi empossada no Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, onde preside até os dias de hoje.
Em 1983 passou a ocupar a cadeira 39 da Academia Sergipana de Letras, ocupando a vaga do Jornalista Orlando Dantas.
Passados os anos de chumbo da Ditadura Militar, seu trabalho conseguiu ter mais fôlego, chegando a ser premiada em 1984 pelo Ministério da Educação e Cultura como o prêmio “Grandes Educadores Brasileiros”.
Em 1986, praticamente houve uma transferência do Conselho Estadual de Educação para o Conselho Estadual de Cultura, onde se tornou Presidente a partir de 1987, dele desligando-se em 1990.
Aposentou-se em 1993, todavia mantém-se ativa rodeada de seus livros e demais papelada em busca de mais conhecimento e expansão da consciência humana: sua e dos demais. Continua, contudo, no Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe e como membro titular do Conselho de Educação da UFS, nomeada em ato da Presidência da República.

Obras Publicadas
Árabes e sua contribuição à civilização ocidental.
Aracaju: Gráfica J. Andrade – 1945;
Ensino Secundário e Sociedade Brasileira. MEC/ISEB – Rio de Janeiro, 1962;
Sergipe no processo da independência do Brasil. Cadernos da UFS, n° 04, 1976;
Sílvio Romero e Manuel Bomfim: pioneiros de uma ideologia nacional. Cadernos da UFS, n° 04, 1976;
Ocupação Territorial da Vila de Itabaiana: a disputa entre lavradores e criadores. Separata dos Anais do VIII Simpósio dos professores universitários de História. S. Paulo, 1976;
História de Sergipe a partir de 1820. Rio de Janeiro: Cátedra; Brasília: INL, 1978;
Inventário dos documentos relativos do Brasil existentes no arquivo histórico ultramarino. UFS/DFH: Programa de documentação e pesquisa histórica (PDPH), 1981;
Geografia, História e Antropologia em José Américo. (Maria Thétis Nunes, Manoel Correia de Andrade e José Otávio Melo. Fundação Casa José Américo, João Pessoa-PB, 1982;
A política educacional de Pombal e sua repercussão no Brasil-Colônia. Separata dos Anais da II Reunião da Sociedade Brasileira de Pesquisa Histórica (SBPH), S. Paulo, 1983;
História da Educação em Sergipe. Rio de Janeiro. Paz e Terra; Aracaju: Secretaria de Educação e Cultura do Estado de Sergipe: Universidade Federal de Sergipe, 1984;
Manuel Luiz Azevedo d’Araújo, Educador da Ilustração. Prêmio Grandes Educadores Brasileiros, 1984, INEP, Brasília, 1984;
Sergipe Colonial I. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro; Sergipe: UFS, 1989;
Sergipe Colonial II. Rio da Janeiro: Tempo Brasileiro, 1996.
Sergipe Provincial I: 1820-1840, Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, 2000.
Sergipe Provincia II: 1841-1888, Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, 2006.

Artigos e Ensaios
Qual o significado do 24 de outubro?
In: Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe. 27; 55-61; 1965/1978;
Sergipe no processo republicano brasileiro. In Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe. 29; 9-17; 1979/1982;
As culturas de subsistência em Sergipe; a farinha de mandioca. In Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe. 29; 11-16; 1983/1987;
Tobias Barreto e a renovação do pensamento brasileiro. In Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe. 30; 31-39; 1989;
Insurreição de Santo Amaro das Brotas – antecedentes. In Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe. 31; 127-137; 1992;
A contribuição da Imprensa à História da Província de Sergipe. In Revista da Academia Sergipana de Letras. 31; 111-120; 1994;
Carvalho Lima Júnior, In Caderno de Cultura do Estudante. Ano III; 3; 87-89; 1986;
Felisbelo Freire, o Historiador. In Caderno de Cultura do Estudante. Ano IV; 4; 92-93; 1987;
João Ribeiro, o intelectual de múltiplos facetamentos. In: Caderno de Cultura do Estudante. Ano V; 5; 82-84; 1988;
O ciclo do gado em Sergipe. In Revista Sergipana de Cultura. Ano II; 2; 33-36; 1978;
Fundamentos Econômicos da Literatura Sergipana. In: Caderno Cultural. Brasília: Imprensa Nacional. Ano III; 14; 15-17; 1989;
O poder legislativo e a sociedade sergipana. Separata dos Anais da XIV Reunião da Sociedade Brasileira de Pesquisa Histórica (SBPH). Salvador-BA. 1994;
As Câmaras Municipais, sua atuação na capitania de Sergipe d’El Rey. XV Reunião da Sociedade Brasileira de Pesquisa Histórica (SBPH). Rio de Janeiro, 1995;
A contribuição de Felisberto Freire à historiografia brasileira. Separata dos Anais da XVI Reunião da Sociedade Brasileira de Pesquisa Histórica (SBPH). Curitiba-PR; pp. 83-86; 1996;
Manuel Bomfim (1868-1932). Separata da Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Rio de Janeiro, 155 (384): 558-567; jul/set. 1994;
A Educação na colônia: os jesuítas. Separata da Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, a 156, n° 389; 1997;
A totalidade na História. In Revista Quadrimestral das Unidades de Ensino Superior dos Institutos Paraibanos de Educação – UNIPÊ. 1 (3); 154-155, 1997. (Série Ciências Exatas e da Natureza);
O Bicentenário do baiano Antonio Pereira Rebouças, sua passagem pela província de Sergipe. Separata dos Anais da XVIII Reunião da Sociedade Brasileira de Pesquisa Histórica (SBPH). Rio de Janeiro; pp. 261-166; 1998;
A importância dos Arquivos Judiciais na preservação da memória nacional. In Revista do Centro de Estudos Judiciários, Brasília, n° 5, pp. 109-116, mar/ago. 1998.

Além das obras supra citadas, merecem destaque os inúmeros artigos escritos para também inúmeras publicações jornalísticas, notadamente a Gazeta de Sergipe.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Resquiet in pacem.

Morreu João José de Santana, popularmente Zizu, octogenário que “Morreu atrapalhando o tráfego”, como o disse Chico Buarque de Holanda numa das canções consideradas como das mais inteligentes da Música Popular Brasileira, intitulada Construção. Foi colhido por um carro, um táxi, numa rua qualquer de Itabaiana, numa macabra repetiçãodo que tanto tem acontecido. “Apenas um velhinho, coitado”, que teve a infelicidade de atravessar na frente do carro. Segundo me contou seu genro, o motorista envolvido na colisão chorou como menino ao ver o que havia provocado: uma pancada até leve, porém insuportável e, portanto, fatal para um octogenário.
Seu Zizu era do tipo “caboclo respeitadô”, trabalhador que muito trabalhou na caneta de Adão ou peroba, como preferem outros; no machado, na foice, enfim, deu duro a vida inteira. Tinha horror a causar qualquer dano a terceiros; do tipo que desviava numa calçada para não molestar um cachorro sardento. Religioso, bom pai, bom marido, é natural também ter sido bom filho. Era aquilo que os hindus chamam de “grande alma” ou “espírito velho”, de várias encarnações. Nunca o vi com um só leve sinal de irritação, muito menos raiva ou ódio.
Como homem trabalhador e inquieto, era magrinho e tinha o hábito de caminhar. Muito caminhar. Participativo, não perdia uma manifestação política do “seu” partido, o “partido de Manuel Teles”, cujo chefe atual ele identificava no atual prefeito do município, representado nos vários cartazes de campanha pregados em sua porta. Não perdia uma reunião do sindicato dos Trabalhadores Rurais de Itabaiana, desde praticamente a sua fundação. Ia todos os dias à Igreja, às vezes duas vezes: uma à Matriz do Bom Parto, seu domicílio religioso; outra à Matriz das matrizes, a velha Matriz de Santo Antonio e Almas da Itabaiana. Era “preciso caminhar milhas e milhas antes de dormir”, como escreveu o grande poeta americano.
Só que Seu Zizu morava em Itabaiana. Não mais na Itabaiana de seus tempos de menino pungando os carros de bois; mas na Itabaiana da arrogância dos novos ricos mal-educados; do desleixo administrativo, da esperteza sobrepujando qualquer naco de inteligência, por natureza, racional e ética. Na Itabaiana onde tudo se resolve na base do “é assim mesmo!” E assim mesmo fica. Na Itabaiana do velho vício de administrações que vivem de apenas preencher boletins para que venha o dinheiro da metrópole, desde os tempos em que a metrópole era Lisboa até os dias de hoje. Até quando era menino, Seu Sizu não sentiu tanto isso. Mas acabou vítima desse modus operandi. Quarta-feira, 21 de outubro do ano da Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo de 2009, eis quando em mais uma das medicinalmente recomendadas caminhadas, em direção à feira, Seu Zizu, como já dito, foi colhido pelo carro em velocidade baixa, mas cuja pancada foi suficiente para jogar seu corpo frágil pelos anos de serviço à sociedade, ao chão, provocando poli traumatismos que o levou à morte.
Eu conheço a região do acidente e, invariavelmente como em toda a cidade, sempre tem um “pit-boy” ou “pit-man” a colocar sua “máquina” “o seu sonho de metal” à mostra em cima das calçadas – conhecida como passeio público, em lugar civilizado; o local, como de resto toda a Itabaiana, é cheio de calçadas irregulares que desestimulam o trânsito de pedestres levando-os a arriscar-se em andar pelo leito da rua, enfim, e hoje, 23 de outubro deste 2009, ao menos hoje, numa esquina no trecho, das mais movimentadas, eis que passo e lá está, já de muito tempo, o “passeio público” tomado por um monte de material de construção, forçando o pedestre a escolher o leito da rua, por sinal asfaltado, portanto de consistência regular. Pior, o material não se restringe apenas à calçada, “passeio público”, mas ocupa boa parte do próprio leito da rua. Não sei se foi essa combinação de fatores que levou Seu Zizu, homem temente a Deus e respeitador das leis e dos costumes a se aventurar pelo leito da rua, expondo-se ao acidente que o acabou colhendo. Sei de uma coisa: jamais ele faltaria com o respeito pisando a ruma de areia de alguém, mesmo que esse alguém estivesse por ele identificado como estando errado. Gente age assim. Bichos travestidos de gente é que agem diferente. Também sei que, só se queima quem mexe com fogo. Seja de propósito; seja empurrado por alguém ou alguma situação.
Seu Zizu agora é estatística. Iguais a outros “velhinhos” que estão morrendo atropelados nas ruas de Itabaiana ou de quedas nas calçadas cheias de buracos e outras irregularidades, que nunca foram passeios públicos. E só. Mais um velhinho que “morreu atrapalhando o tráfego”. No seu velório, não vi; e no cortejo fúnebre não apareceu um só político. Seu Zizu votou até na última eleição no “seu partido”, “o partido de Manuel Teles”, mesmo estando dispensado pela Lei já de algum tempo. Mas só tinha seu voto, e talvez o da sua esposa em situação de locomoção pior que a dele. A única filha, maior e independente não reside em Itabaiana, logo, Seu Zizu não tem aquela família grande, cheias de votos – e peditórios, também.
Estatística. Seu Zizu, tal qual as dezenas que morrem todos os anos por aqui vítimas de criminosas omissões das “altoridades”, agora é estatística.
Seu Zizu era o meu tio por cortesia de quem mais gostei.
Definitivamente, um homem bom.
Descanse em paz, meu tio!

Politicagem e darlenismo.

Essa movimentação dos prefeitos em relação à queda do FPM, em princípio não tem sentido. Quem determina os percentuais da divisão no bolo da arrecadação federal distribuída aos municípios não é o presidente da República. Sequer o Congresso Nacional. E sim o Tribunal de Contas da União, com base na Constituição. Logo, mesmo que queira Lula está de mãos atadas. Aliás, até o próprio TCU. É politicagem da oposição ao Governo Federal – sabidamente a maioria dos ministros do TCU são tucanos – encampada por quem não quer pagar o que deve. Nada, salvo um acidente ocorre na administração pública que não haja previsão de no mínimo seis meses.
Os prefeitos engajados nessa “campanha salarial”, pois, estão querendo jogar a culpa pelos seus erros e outras coisas no colo de Lula. E só.
E aproveitando para não pagar o que devem.
Também, um feriado prolongado à custa do erário público, supostamente em nome dos interesses do Município não faz mal a ninguém, né?
...
(Darlene era aquela personagem de uma novela da TV Globo que se notabilizou por gostar de aparecer a qualquer custo).

Nada a ver.

A muito bem escrita opinião do radialista e blogueiro Edivanildo Santana (aqui) de repente me reportou a um acontecido recente. É que quando lancei o terceiro bloco do documentário que a duras penas venho produzindo sobre a História de Itabaiana, com justiça e fidelidade aos fatos coloquei como um dos símbolos da mesma História o finado prédio do vapor, motivo de contenda judicial por décadas entre José Carlos Machado e outros herdeiros do saudoso Joãozinho Tavares. Sintomaticamente, deixei como brinde a uma determinada pessoa uma cópia do mesmo na quinta-feira e no domingo seguinte – viria a saber só na quarta-feira posterior – retroescavadeira, enchedeira, e caçambas limparam o terreno que ora serve de lixeira e ponto de camelôs de CDs piratas. Sopraram-me que ao chegar em mãos de autoridades da Cultura do Estado alguém haveria ventilado a hipótese de tombamento do mesmo. O dito cujo foi “tombado” rapidamente em nome dos que tem medo do passado.
Em tempo e que fique claro: até onde eu saiba, o terreno, ex-símbolo da História de Itabaiana não é de Machado.

Nada a ver II
Quando fazia levantamentos biográficos acerca dos vereadores de Itabaiana deparei-me com situações de início inusitadas, depois constrangedoras. Encontrei muita gente que simplesmente se negava a ser parente de determinados vereadores, inclusive sem tanta visibilidade histórica. Depois de muito refinar as sobreditas buscas acabei por descobrir os motivos para tanto escapismo: passagens nada abonadoras na vida das figuras em questão e que descendentes seus preferem esquecer-lhe a lembrar-se do dito e consequentemente trazer nódoas ao nome da família.
Detalhe: todos os que me foram sonegados pelas respectivas famílias tiveram seus momentos de glórias efêmeras; de ouro de tolo; e morreram senão na miséria, pior: desrespeitados. Mal-afamados e desprezados.
Vida de esperto é isso.
...
Correção:
O artigo supra-citado no blog de Edivanildo Santana - somente depois é que percebi - trata-se de uma reprodução de artigo do advogado e vereador Olivier Chagas, do PT itabaianense, portanto oposição a Machado. Disso não se conclui que o objeto seja falso; nem modifica a minha visão sobre a boa construção do mesmo. Apenas lembro aqui que pode ser - e por natureza o é - peça publicitária partidária do representante popular itabaianense.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

De foguetórios.

Um, desta terça, à noite me chamou a atenção: curto, porém contundente. Estou escrevendo aqui sem conhecimento de causa, mas, conhecendo a “ingenuidade” que existe na política de Itabaiana, acho que o mesmo deu-se pelo pré-acordo PT-PMDB em prol da candidatura à Presidência da República no próximo ano. Se “istufô”, o que representou o sobredito foguetório? O embarque de alguém que está fora da canoa, ou de quem quer entrar, aliás, quer trazer alguém para a canoa? No primeiro caso, vantagem existe, mas questionável, porém não declinarei aqui os motivos. No outro caso, engana-se quem acha que tem lugar pra tanto galo em tão pouco terreiro. É tudo suposição, hem?

Passando batido

Passou em branco, inclusive por este observador aqui, a data de 09 de julho. É simplesmente a data de criação da Comarca de Itabaiana, com Juiz de direito e Promotor, fato ocorrido há cento e cinqüenta anos na data supra. Seu primeiro juiz, Luiz Duarte Pereira dá denominação oficial a uma rua, hoje muito importante em nossa cidade – a rua da Caixa d’água até o Colégio Saber, esquina com Avenida Dr.Pedro Garcia Moreno Filho – e que alguém lá impôs outro nome, o de Antonio Santana, que vem a ser o ex-vereador Antonio Diniz Santana, Toínho do Bar, já homenageado noutra rua, que sai da Praça João Pereira.
A criação da comarca marcou - de forma atrasada, mais uma vez - a reinserção de Itabaiana dentre os municípios de importância no Estado de Sergipe.
A Justiça, e o Estado em geral sempre foi deficiente por aqui. Em que pese toda a história de Itabaiana ter sido feita por feitos, senão militares, mas de iniciativa de Estado.

Sem tempo pra sonhar.

Ocorreu hoje a I Conferência Municipal de Cultura aqui em Itabaiana, da qual tive o prazer de participar. Muita boa vontade; um esforço titânico da Secretaria responsável pela área e todos os seus membros, mas... houve até gente de poder real confundindo cultura com lazer, o que já dá a dimensão do drama.
Bem, rezemos, como costumava encerrar suas crônicas nos anos 70/80 o advogado e jornalista João Bosco Souza Carvalho n’O Serrano e noutros veículos. E torçamos.
Uma coisa é certa: sem o cultivar das tradições e sua abragência no máximo possível não há política pública que funcione, seja ela de segurança, saúde ou educação. O indivíduo é produto da cultura de seu grupo. Ou da falta dela.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Relatividades

Que tem a ver o... com as calças?
O governo Deda põe a culpa da obra mal feita na Avenida Felisbelo Menezes/Zefinha de Capitulino, no Sítio Porto, na falta das supostas obras complementares que o prefeito Luciano Bispo não fez. Nada a ver porque a obra foi estadual, executada com recursos estaduais com direção direta do Estado. Aí vem Luciano e diz que não tem nada a ver (que realmente não tem) mas justifica que sequer a obra foi inaugurada. Mas inauguração não é somente um ato protocolar que invariavelmente só serve para fazer propaganda (às vezes enganosa) da autoridade envolvida?
Senhores governantes, salvo a torcida de vossas senhorias, que acreditarão que um pão é uma pedra e vice-versa toda vez que vossas senhorias disserem, o restante da população, a maioria, costuma ver, enxergar mentiras ou expressões mentirosas. Aleivosias.
Um pouco mais de respeito! Por favor.

domingo, 18 de outubro de 2009

Passando a chuva

Quando a gente ama é claro que a gente cuida;
fala que me ama só que é da boca pra fora.
Peninha, In Sozinho




Ontem em conversa com um amigo o mesmo me confidenciava do desalento com algumas “altoridades” locais. Numa breve análise a duas cabeças ou quatro mãos, como se diz, constatou-se que:

  • Nenhum juiz mora na cidade;
  • Nenhum promotor de Justiça mora na cidade;
  • Nenhum delegado de polícia mora na cidade;
  • Das autoridades municipais – deputados, prefeito, líderes políticos de maior visibilidade, secretários, diretores... quarenta por cento moram na capital em tempo parcial(só aos fins de semana) ou no total (apenas ganham o dinheiro aqui) ou está em processo de preparação para mudança, já que investindo em imóveis pra residir na capital.

Resumo: Itabaiana é o favelão onde essa gente está ganhando dinheiro pra se mandar. Vai tomar conta de quê?
É chupar o rolete e jogar fora o bagaço.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Uma Macambira a menos por ano.

A queda de nascimentos em Sergipe observada ano a ano depois de 1996, pelo menos no que toca aos números até 2007, prevê um município inteiro de Macambira a menos por ano no Estado. Em 1996 nasceram 42.055 pessoas no Estado. Foi o maior crescimento observado no número de nascimentos que desde então despencou chegando em 2007 com 35.801 nascimentos, e que, por números preliminares continua em queda livre.

Da lógica das coisas.

Minha cédula de identidade é de 13 de setembro de 1973. Seu número está abaixo do número 300 mil. Em 1973 Sergipe tinha 1,2 milhões de habitantes de todas as idades. Logo, o potencial de então para mais cédulas de identidade era de 900 mil. De lá para cá, se observarmos a média dos 544.872 nascimentos entre os anos de 1994 e 2007, que é de 38.919 nascimentos por ano, teríamos em 2007 mais 1.128.663 habitantes, o que não quer dizer identificados pela SSP de Sergipe. Isso desconsiderando os óbitos registrados pelo SUS de 1979 até 2007, que é 246.853 no geral. Coloquemo-os como diferencial estatístico entre 2007 e agora, 2009. Somando os 900 mil de 1973 com mais 1,2 milhões (arredondando) de entre 1973 e 2009 teremos 2,1 milhões de habitantes de todas as idades, o que corresponde ao que prevê o IBGE.
Como é que já acuso no sistema de saúde onde trabalho números de série da Identidade de Sergipe acima de 3 milhões?
São procedentes os questionamentos do jornalista Cláudio Nunes (aqui) sobre o sistema de identificação em Sergipe.
...
Fonte dos dados: Datasus. (Sergipe: Mortalidade geral 1979-2007; Nascidos vivos 1994-2007)

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Atestado de otário

Todo mundo em Itabaiana acompanhou a novela que foi a história dos 600 demitidos da Prefeitura Municipal de Itabaiana pela ex-prefeita Maria Mendonça, assim que assumiu em 2005. Aí vieram quatro anos com Luciano acusando Maria de insensível e Maria acusando Luciano de irresponsável. E o processo judicial devidamente "correndo" em berço esplêndido. Pelo menos uma vizinha minha morreu vítima de câncer, no mínimo agravado, senão gerado pela depressão que a tomou por inteiro quando se viu sem eira nem beira (Nem todo mundo que pega um emprego de prefeitura é um pilantra que quer apenas o dinheiro e que tem sangue de barata). Muito bem. Eis que agora, depois que tanta gente foi prejudicada vem a Justiça e diz que não há problema. Resumindo: Aí Maria botou os dela - os “voluntários” – venceu seus quatro anos com “seu lado” arrumadinho. E Luciano fez discurso e manteve "os fiéis" firmes até outubro de 2008. Agora Luciano bota os dele – os “do seu lado” – tudo arrumadinho, e Maria faz discurso(até outubro de 2012?). E a Justiça – que fica de bem com Luciano e com Maria – parece querer passar atestado de otário aos cidadãos que nela acreditaram ao demorar justos quatro anos pra dizer que... o processo estava fora dos prazos!
Famílias estraçalhadas, gente desesperada, fome, vergonha, dor e até morte por depressão ou complicações por ela. Normal. Tudo normal.
Simbolicamente, isso me lembra as palavras de uma figura humanóide que atirou a filha numa lagoa de Belo Horizonte: “Também, essa droga de menina!”
Nada há de mais hediondo do que quem já detém o uso do poder dele ainda abusar.
Triste humanidade desumana.

sábado, 10 de outubro de 2009

Ilegalidades

Sobre as intenções - segundo afirma o radialista e blogueiro Edivanildo Santana - do vereador Jose Carlos Góis de por o nome do Senador Almeida Lima em praça do município (além da grande quantidade de leis federais e estaduais sobre o assunto) eis:

LEI ORGÂNICA MUNICIPAL de 03 de abril de 1990 (A “Constituição”, a Lei máxima de um Município no Brasil, sob a qual todas as demais leis menores devem ser feitas):

Art. 26 - compete à câmara municipal, com sanção do prefeito, dispor sobre todas as matérias de competência do município e, especialmente:
(...)
XVI. autorizar a alteração da denominação de ruas, vias e logradouros públicos;

Art 177 - O Município não poderá dar nomes de pessoas vivas a bens e serviços públicos de qualquer natureza.
PARÁGRAFO ÚNICO - Para os fins deste artigo, somente após um ano do falecimento poderá ser homenageada qualquer pessoa, salvo personalidades marcantes que tenham desempenhado altas funções na vida administrativa do Município, do Estado ou do País.


Ta parecendo as cidadezinhas minúsculas e recém criadas, que homenageiam tudo quanto é senador, deputado, governador, cabo, sargento, etc. Aqui houve tempo que o filé era generais. Quiçá alguém ainda propôs homenagear a General Eletric. Que saudades do Odorico Paraguassu e sua Sicupira!
Mas como é aqui, o lugar onde o “Código Brasileiro de Trânsito não vale,” tem até fórum federal com nome de Juiz Federal, vivinho da silva e que se Deus quiser deverá assim permanecer por pelo menos meio século! Aliás, tem leis aprovadas na Câmara Municipal versando sobre terreno a ser usado com construção pública, já com nome do ocupante do Executivo Municipal constante na sobredita Lei. Coisa de puxa-saco, mesmo, na melhor das hipóteses.
Dias Gomes melhores não virão!
...
(pros que não lembram o dramaturgo Dias Gomes, dono de uma ironia ferina, especialmente contra espertezas de resultados questionáveis, entre outras obras escreveu “O Pagador de Promessas, O Bem Amado (do personagem Odorico Paraguassu) e Roque Santeiro (Sinhozinho Malta e companhia).
...
Post Scriptum: A leve dubiedade observada no Parágrafo Único do Artigo 177, "salvo personalidades marcantes que tenham desempenhado altas funções na vida administrativa do Município, do Estado ou do País.", não elimina ou anula o disposto no Caput do mesmo Artigo. Apenas abre possibilidade de abreviar o tempo de um ano, em caso de tratar-se de "personalidades marcantes".

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Falsidade ideológica; ou como engordar malandros

Agora vos digo: Dai de mão a estes homens, e deixai-os, porque este conselho ou esta obra, caso seja dos homens, se desfará; mas, se é de Deus, não podereis derrotá-los; para que não sejais, porventura, achados até combatendo contra Deus.
Atos, 5, 38-39
No popular: "mentiras tem pernas curtas."
Políticos que mantêm o costume de dona de brega; cafetina apaixonada, deveriam ser tocado fogo.
A cafetina apaixonada é aquela que explora as outras prostitutas mais novas e menos favorecidas financeiramente tomando-lhes tudo que é possível. Aí, depois da coleta, chega o “negão”. A sua paixão. Além de ajeita-lo - às raias da humilhação - para um fortuito colóquio amoroso, a enciumada, que tem conhecimento de ser traída rotineiramente, pega o dinheiro arrecadado com as pobres “operárias do sexo” e joga tudo na mão do “negão”, para mantê-lo no bem bom, carrão importado, farras, high society e... mulheres mais jovens e supostamente melhores que ela, que sabe de tudo isso; mas, fazer o quê, né? A paixão. É a paixão.
A maioria dos políticos é assim. Os partidários trabalham a morrer; de graça. Aí vem um monte de fi’ d’uma égua, que em nada contribui, e o político lhes sai a distribuir grana. O artigo de Cláudio Nunes (aqui) é um primor na denunciação dessa prática de resultados pra lá de duvidosos. Em primeiro lugar, porque imprensa só, nunca elegeu ninguém. Antes da propaganda vem o marketing, de cujo, a propaganda é só um pedaço. “É o marketing, estúpidos!” Segundo, porque só tem influencia pela opinião gente em quem se confia. O tipo de gente que confia nos "missionários de missa encomendada" muda de opinião mais do que de roupa. Em geral é gente do "mesmo ramo".
Definitivamente o PT e demais partidos de esquerda não sabem lidar com eleitor corrupto. Há algum tempo atrás conheci um “dirigente partidário” que vivia de contabilizar a quantas reuniões ia e quanto embolsava em cada ida dessas às sobreditas reuniões. Fiquei a lembrar as viagens perdidas atrás de colaborações exíguas para pagar as despesas tanto quanto, dadas pelos companheiros que assumiram a tesouraria do PT logo que o fundamos aqui em Itabaiana. Tempos bicudos, aqueles. Voltando aos profissionais da politicagem, não é assim que funciona na Direita, muito mais eficiente na arte de manter a corrupção ou de “iniciar” alguém nela. Corrupto nenhum respeita patrão frouxo; gente que ele sabe morrer de medo de sua capacidade, real ou suposta, de causar danos. É por isso que os corruptos que cercam João Alves Filho são mais eficientes do que os que cercam Albano e principalmente dos que estão agora a cercar a Deda. O Negão (nada a ver com o outro, falado inicialmente) sabe como lidar com essa gente. Os corruptos seus partidários são realmente partidários. Inverte aqui, portanto, a lógica da cafetina com que iniciei essas mal-traçadas linhas. Já os de Albano e principalmente do companheiro Governador, ganham o dinheiro e as benesses e depois saem por aí esculhambando o chefe. Não têm o menor respeito. E não importa o nível: desde advogados, gente com cargo em comissão, a olheiros semi-analfabetos com CC no governo ou DDC - débito direto em conta (pelo partido).
O PT não pode nem deve realizar a revolução que muitos de seus fundadores imaginaram. Mas seus dirigentes têm que por uma coisa na cabeça: não dá pra fazer o mesmo que a Direita sempre fez, já que a Direita está aí, sempre renovada e há séculos e o PT nasceu exatamente para contrapor-se a ela. Dois corpos não ocupam o mesmo lugar. Ao mesmo tempo, mesmo que aqueles sonhos socialistas hoje pareçam devaneios, os costumes da política nojenta têm que serem enfrentados com coragem e acima de tudo com inteligência refinada.
Eppur se mouve, como disse Galileu Galilei.