terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Homenagens.

É próprio de todo grupo humano mais afeito à preguiça é à sobrevivência através da malandragem o ato de puxar o saco. Segundo um amigo em particular, “quem não puxa saco, puxa carroça”, numa brincadeira; um eufemismo, para chamar de burro ao sujeito que não puxa saco. Obviamente que o mesmo não é disso.
Se atentarmos para a pouco produtiva Câmara Municipal de Itabaiana a veremos através dos anos, décadas e séculos com seus vereadores preocupados em fazer homenagens. Isso, contudo, não é privilégio da Câmara Municipal de Itabaiana. Está em todas as casas legislativas brasileiras, inclusive na Assembléia Legislativa do Estado de Sergipe e nas duas casas do Congresso Nacional. Todavia, quantos lembram onde é o Bairro Rotary Club em Itabaiana? Está na Lei desde 1990. O Bairro Anizio Amâncio de Oliveira? Até pouco tempo atrás nem mesmo seu filho, meu amigo pessoal Tina da madeireira ou Tina de Anizio sabia disso. Qual prédio público em Itabaiana tem o nome do ex-governador e ora senador Antonio Carlos Valadares? E não é um predinho qualquer, não!
Todo esse palavrório é só para externar minha contrariedade contra uma idéia que ouvi alguém a defender numa emissora de rádio na manhã da última segunda feira: trocar o nome de Estádio Presidente Médici por um outro a ser escolhido.
Parece coisa dos vereadores de Simão Dias de fins do século XIX (fins de 1.800) trocando o nome do município para Anápolis como se isso fizesse crescer a velha terra de vaqueiros. Ainda bem que décadas depois, uma nova geração teve o bom senso de reverter a panaquice. Ou ainda dos habitantes de Vila Nova Real a mudar-lhe o nome para Neópolis. Nunca passou do que sempre foi: um ponto na passagem pelo Rio São Francisco para Penedo como o era já aos tempos dos exércitos de Maurício de Nassau.
Mesmo mudanças para palavras de sonoridade melhores como Maniçoba para Aparecida; Espírito Santo para Indiaroba; São Paulo para Frei Paulo, uma justa homenagem ao criador da cidade... mesmo essas não mexeram um dedo na auto estima de seus habitantes. Continuaram doidos pra se mandar. Ir para lugar bem melhor. Santo Antonio do Urubu de Baixo da Barra do Parapiá cresceu um século depois de criada como vila, não porque se resumiu somente a Parapiá ou Propriá, como hoje conhecemos, mas em função das toneladas e toneladas de algodão ali negociadas depois de 1860.
No caso do Estádio Presidente Médici, templo de tantas alegrias nossas, que diferença faz se o homenageado, o presidente que o construiu, foi o presidente do AI-5?
E quantos em Itabaiana têm autoridade pra falar mal dos governos dos generais?