quinta-feira, 30 de abril de 2009

Pop star desaba de emoção na Micarana.

Todo mundo mais ou menos informado em Itabaiana já sabia que Claudia Leite era meia ceboleira, dado o fato de ser sobrinha do saudoso Dr. Ormeil Câmera; e este ser reconhecidamente uma pessoa acolhedora por natureza. Óbvia, natural e principalmente, de seus parentes. Mas sua confissão (clique aqui) de meia itabaianense por entre rasgos de voz embargada na noite do último dia 26, foi do nível de uma catarse.
Certa feita perguntei ao distinto médico baiano o que motivou a um soteropolitano sair de seu lugar para vir se embrenhar em Itabaiana. O mesmo riu e me respondeu que “até hoje não sei a resposta; porque também nunca me fiz essa pergunta”.
O grande itabaianense adotivo aqui chegou trazido por Euclides Paes Mendonça em meados dos anos 50 e daqui não mais saiu. Esteve metido em tudo quanto foi de evento importante da cidade até bem pouco tempo atrás. Desde a fundação de postos de saúde, grêmio literário, cine-teatro (que só funcionou com cinema), time de futebol até o Rotary Club de Itabaiana, pioneiro, na cidade em 1969. Sua última participação mais visível foi a composição com outros sócios para a fundação daquela que foi a nossa primeira emissora de rádio: a Rádio Princesa da Serra. Aproveitou a aposentadoria para publicar vários livros, quase sempre evocando Itabaiana como epicentro, mesmo que sem perder a ligação com a velha Abbatia Onniun Sanctorum (sic Martin Waldseemüller) - Bahia de Todos os Santos.
Bem, mas voltando a Claudia, sua declaração de público, de ter sido freqüentadora habitual da casa do tio, por entre lágrimas, levou a galera presente à Micarana ao delírio, especialmente a do bloco Tchan que ela puxou no domingo, 26. Trouxe toda aquela carga que todos carregamos por toda a vida, dos nossos mais marcantes momentos, que são, insofismavelmente, a infância e a adolescência.
O “prédio de Dr. Ormeil” fica no canto da Praça Fausto Cardoso, quase de frente para a bicentenária Matriz de Santo Antonio e Almas da Itabayanna, quando ali começa o Largo José Joaquim da Fonseca (quase ninguém reconhece-lhe a existência). Com certeza a menina Claudia ainda experimentou o giro da galera – jovens e adolescentes - dado ao entorno da Praça, movimento que existiu até 1988, geralmente ao fim das missas de sábado e domingo. Era quando as paqueras aconteciam e se acertava os passeios do dia seguinte ou as baladas da própria noite. Logo, ela deve ser testemunha de um pouco da nossa história recente.
Sucessos (ainda mais), garota!
(*) O Video no youtube é uma iniciativa de zamothy (codinome, já que não lhe descobri o nome)