terça-feira, 26 de agosto de 2008

A vingança do Negão.

Vença quem vencer neste próximo pleito eleitoral aqui em Itabaiana, o grande vencedor será João Alves Filho.
O candidato oposicionista, Luciano Bispo, nasceu, criou-se, rebelou-se, depois ajustou-se com José Carlos Machado, o grande arquiteto da derrocada chiquista (Francisco Teles de Mendonça - Chico de Miguel) em 1988. Machado que iniciou sua vida laboral de engenheiro civil ao lado de João Alves Filho quando este ainda fazia ponta na máquina do Estado. Foi casamento ad aeternum. João foi para a Prefeitura de Aracaju e lá estava Machado. Foi pro governo do Estado e lá estava Machado. E de lá, mais ou menos, nunca mais saiu. Foi Machado quem armou a separação entre Chico e João que deu na eleição de Luciano Bispo em 1988. Foi Machado que – independentemente de interesse politiqueiro – entre outras coisas, criou e executou o programa de irrigação que até hoje ainda dá renda e bem-estar ao povo de Itabaiana e região. Isso deu uma paulada enorme na politiquinha de favores, extremamente fechada, então praticada pelos detentores do poder na Prefeitura - o grupo da atual prefeita - desde que se consolidou no poder.
A candidata situacionista, Maria Mendonça tem uma relação um pouco diferente com as hostes do “Negão”. Seu pai foi quem primeiro declarou apoio a João Alves Filho em entrevista ao jornal local Tribuna do Povo de 12 de maio de 1982 (partes replicada no Jornal de Sergipe, extinto, edição seguinte). Entretanto, durante quase todo o tempo em que João esteve no comando ela esteve na oposição. Nisso, todavia, há um porém chamado Edvan Amorim. Umbilicalmente ligado à política do grupo da prefeita na sua origem, desde sua infância, o genro de João Alves, obviamente ganhou status de ser da família do ex-governador no momento em que casou com uma de suas filhas num dos eventos mais badalados e comentados em Sergipe no início dos anos 90. Paixão tórrida que o fez esquecer um noivado de anos com moça de certa forma prendada e de reconhecida boa família. Um festão. Até ex-presidente da República (José Sarney) de padrinho houve (Guerra das festas, IstoÉ/Senhor, 1.123 de 03/04/1991, PP. 38/39). Muito bem. E o que isso tem a ver com Maria? Edvan, e principalmente seu irmão, ex-secretário de Estado da Saúde e ora deputado federal, Eduardo Amorim, nunca perderam o fio da meada. Ao contrário, intervieram fortemente na campanha de 2004 e já estão mais ou menos com a mesma intensidade nessa atual.
Resumindo: para o governador Marcelo Déda Chagas e seu PT sobra... as sobras.
Isso é mais ou menos como aquela história do professor da rede pública que ganha oitocentos Reais pra dar duzentas horas, mas só completa cento e vinte. Das ditas cento e vinte ele passa metade corrigindo testes e fazendo planos de aula para o colégio da rede privada onde também trabalha. Pergunta pra ele quem é melhor? Na lata: o colégio X, particular, naturalmente; que lhe paga metade do que recebe no Estado pelo dobro de trabalho.
Obviamente que a prefeita deve pensar e agir diferente, todavia, não é Marcelo Déda que é tido como o “redentor” dentro de seu grupo. E sim, Amorim. Não importa nem mesmo o prenome. Se o deputado, ou o empresário.
Desta forma João Alves pode apostar: em Itabaiana, os “vermelhinhos” não “armam”. Serão sempre os segundos; isso porque o segundo, só esteve em perigo de extinção por aqui em 1982, justo com o João “esperança” daquele ano. Mas, se servir de consolo, atualmente sempre sobre uma fatia razoável para o dito segundo.