sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Nó na garganta.

Eis o tipo de notícia que dá nó na garganta. A Vila Olímpica José Queiroz da Costa é casa da Associação Olímpica de Itabaiana. A Associação Olímpica de Itabaiana, do ponto de vista institucional é a maior marca, o maior símbolo de que dispomos. A Vila Olímpica vai ser leiloada(veja mais aqui). É a maldição do Campo de Aviação de Euclides(*)que nunca saiu do papel contaminando tudo. Criada a partir de 1986, quando José Queiroz da Costa se elegeu deputado federal, já começou dando prejuízo. A forma como foi feita a venda de títulos – a maioria remidos, como o que tenho – a mecânica de compensação de inflação futura criado pelo Plano Cruzado, o mesmo que ajudou a eleger Queiroz, a partir de março do mesmo 1986, levou o clube a amargar sucessivas perdas. Com a caracterização cada vez maior de uso eleitoreiro pelo próprio Queiroz tornou-se mais uma “panelinha” dos sócios pessedistas do que um clube que deveria ser plural. Pra completar o quadro ruim, a queda do time de futebol que passou quinze anos sem um título; e a queda geral no entretenimento de clubes sociais com o advento das mega festas populares de rua empurraram de vez o clube para o precipício. Sem deixar de lembrar que boas administrações em clubes sociais, de forma plural no exercício do poder por aqui é coisa rara.

Meu dinheiro em perigo: Preço sugerido está aquém.

Segundo o que está em cartório, uma vez batido o martelo pelo preço mínimo (se for o caso), o clube – e eu que sou sócio remido - terá sido lesado em mais de oitenta por cento de seu real valor.
Um metro de terra de frente com equivalência de 25 a 50 metros na localidade onde está não sai a preços de mercado por menos de dez mil reais. Isso aponta para um preço – só pela frente à BR-235 – de quatro milhões de reais, descontando o fatiamento dos fundos, pela rua Alemar Batista, antiga estrada real de São Cristóvão, de onde o preço médio não deve ficar abaixo dos quatro mil reais o metro de frente. Se resolver lotear, o novo dono ainda contará com a possibilidade de criação de vias internas ao mesmo fazendo o valor final apurado saltar aos dez milhões de reais. É muito dinheiro.
Obviamente que os preços oficiais de imóveis daqui só batem com os preços reais quando há financiamento pela Caixa Econômica. Os motivos? Quem quiser que advinhe.

(*) O terreno informado faz parte do terreno adquirido pela Prefeitura e doado ao Ministério da Aeronáutica que parece dele nunca ter se apossado, já que foi invadido pelos dirigentes da Associação Olímpica nos anos 70; e depois também pela Prefeitura, a segunda parte onde se instalou o Bairro Miguel Teles de Mendonça. Foi motivo de muita dor de cabeça para Euclides Paes Mendonça que fez o possível e o impossível para que ali fosse instalado um aeroporto. Há até uma história contada pelo jornalista Sebastião Neri, da Tribuna de Imprensa, sobre uma das torturantes visitas que Euclides fez ao Ministério da Aeronáutica quando o titular teria dito a Euclides, em presença de Leandro Maciel que estudaria a viabilidade técnica. Euclides teria desabafado com Leandro: “se dependesse só de viabilidade técnica não precisaria eu estar pedindo; eles já teriam feito.”

Ver leis municipais 191 de 30/06/1959; Mensagem Relatorial ao Balanço Orçamentário 1959; e Lei nº 138, de 06/09/1955: “Art.1º - Fica o Poder Executivo autorizado a doar um terreno situado no lugar denominado Lagoa da Areia deste subúrbio, com extensão de 1.200 metros de comprimento por 60 de largura à União Federal – Ministério da Aeronáutica, onde está sendo construído o Campo de Pouso deste Município, livre de qualquer ônus para o mesmo Ministério.”