sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Por outro lado.


Está equivocado o vereador Arivaldo Rezende – o Vardo da Loteca – (aqui) ao falar contra o projeto da administração municipal de extinguir as escolas dos povoados Mundo Novo e Taperinha. Melhor seria questionar o porquê; e também lamentar aquilo que, acredito, seja o motivo da extinção das sobreditas unidades: a falta de gente por falta de segurança. O domínio, o império dos ladrões. O triunfo do crime sobre a cidadania e a civilização.
Com menos de 15 habitantes e um potencial de menos de oito alunos, sinceramente não dá para manter uma escola num lugar desses. O que Vardo deveria requerer, em se tratando de um caso especial seria a garantia de transporte para os prováveis cinco alunos que resistem e ainda residem no Mundo Novo. Da mesma forma, o local onde foi construído o grupo escolar da Taperinha, sem medo de errar, o foi pra beneficiar o dono do terreno; não aos alunos. Constatei isso numa visita com os colegas de SESP em 1987. Atualmente, dos 120 moradores do povoado, a sede de sítio mais próxima do grupo escolar fica a quinhentos metros, seu dono mudou-se por causa dos ladrões, e nas suas proximidades nunca residiram mais do que trinta pessoas. Os últimos moradores estão de lá a sair por falta de segurança – isso sim, é grave – também não dá pra encher metade de uma sala. Com a Escola Agrícola e a safra de ladrões que não pára de crescer, quase todos os residentes no povoado se aglomeram nas proximidades da mesma Escola Agrícola, de fato no9 povoado Roncador. Onde está, a escola é e sempre foi desperdício do meu, do seu, do nosso dinheiro.
E ainda sobre o Mundo Novo, o pior é que o Dunga, o único povoado com comunicação direta com o Mundo Novo que em 2001 tinha 41 habitantes, caiu pra 36 em 2003, e em 2007 já só tinham 32, destes, somente 15 com menos de quinze anos de idade, portanto, potenciais alunos para o primário.

Dos cento e treze povoados existentes no município de Itabaiana, levantados pela Superintendência Nacional de Campanhas Públicas, a SUCAM, em 1985, já desapareceram mais da metade por falta de população, quase sempre fugindo da ladroagem que grassa livre e solta desde a redemocratização, apenas sofrendo alguns espasmos escandalosos de mata-mata.

Coisa de primitivos.