Recebo hoje, pela décima ou vigésima vez, sei lá, um videozinho enaltecendo a figura histórica do nosso negro mais importante, Quintino de Lacerda, que vem se tornando figura popular na cidade, nos últimos tempos.
Não vou me alongar sobre o personagem; já o tenho feito por várias vezes.
Porém externar uma constatação: "quando a velha não quer dar, a faca não quer cortar". Dizer antigo, a mim passado pela sabedoria dos mais velhos. Ou seja, enquanto a consciência de massa não estiver suscetível à uma ideia, por mais racional que ela não seja será tratada como esquisitice. Não ocorrerá nada. Nem sempre vale a máximo do poeta, "Quem sabe, faz a hora; não espera acontecer" É o caso do reconhecimento público de Quintino.
Denominando uma importante artéria no Centro da cidade, desde por volta dos 70, sua figura tem permanecido irrelevada, durante todos estes anos que nos separam, entre a sobredita homenagem, e a atualidade. Itabaiana tem dificuldade em reconhecer seus verdadeiros heróis (falsos, que é a maioria, também).
E um povo sem heróis - consistentes, claro; de verdade - é apenas um molho de gente. Ainda bem que temos a Serra, Santo Antônio, e o Tricolor para nos dar identidade.
Nossos logradouros do Centro homenageiam personagens que nunca ouviram falar sobre Itabaiana, ou tinham raiva de quem falava. São marechais, Floriano Peixoto e Deodoro da Fonseca; generais, Maynard Gomes, Valadão e Siqueira de Menezes; praças João Pessoa e Fausto Cardoso.
Para não dizer que nenhum filho da cidade foi lembrado, até os anos 50 (1950), só as travessas de ligação, especialmente à Praça central. As ruas, à época de suas denominações, na periferia, General José Calasans, Manoel Garangau, só em 1962. E a sua sequência, após a Avenida Ivo Carvalho, a já citada, Quintino de Lacerda, em algum momento entre 1968 e 1972.
Nome do funcionário e prefeito interino, até Ivo Carvalho, que denomina o antigo Beco da Câmara ou Cemitério, depois de alargado, somente se consolidou diante das normas da atual Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que diz que uma avenida não pode atravessar uma praça, preservando o mesmo nome. Nesse caso, a Ivo Carvalho terminaria no hoje INSS. Mas a Praça Honório Mendonça, quadra dos Correios e Associação Atlética de Itabaiana, não se confirmou; e hoje ela chega até a Avenida Airton Teles.