domingo, 22 de fevereiro de 2009

Notícia “arretada”.

Notícia colhida pelo blogueiro e radialista Edivanildo Santana junto à deputada baiana Fátima Nunes, PT da Bahia, diz que Ministro dos Transportes teria garantido começar o processo de licitação para asfaltamento da sofrida BR-235, no trecho entre a divisa de Sergipe, logo acima de Carira, até o Juazeiro, às margens do São Francisco. Seria de fato a concretização da estrada tantas vezes sonhada pelos poucos sergipanos que pensaram estrategicamente desde Tomé da Rocha, mas que nunca foi além de fato de chegar até Jeremoabo.

Estrada real da perseguição.

Já no início do século XVII a estrada, de verdade apenas uma trilha, foi aberta entre Sergipe d’El-rey (São Cristóvão) e o São João do Jirimuabo, passando pelos lugares onde seriam depois plantadas as hoje cidades de Itabaiana e Carira, e, entre outros, os povoados de Alagadiço e Tanque de São Mateus, além do Cipó de Leite, já na Bahia. Foi ela durante quase dois séculos o meio de entrada dos capitães do mato na perseguição a todo o tipo de gente que se refugiava na caatinga, desde perigosos assassinos e ladrões a gente do povo que fugia da servidão nas fazendas próximo do mar. Ao menos nos seus primeiros tempos, e até o Jeremoabo, foi a estrada usada por Fernão Carrilho na caça a negros fujões das fazendas, e a índios para servirem de marinheiros na Real Marinha Portuguesa.
A trilha ampliou-se atravessando o raso da Catarina até chegar ao Registo do Joazeiro, local onde se contava as boiadas que vinham do Piauí, assim que atravessavam o São Francisco em direção a Salvador. O Registo, obviamente, é hoje o Juazeiro do inventor da Bossa Nova João Gilberto. E da pop star Ivete Sangalo.
O projeto de uma estrada federal saindo de Aracaju e chegando a Porto Nacional, então Goiás e hoje Tocantins, apenas se concretizou pra valer dentro de Sergipe. Como de praxe, ao menos até o Juazeiro, seu traçado segue a tradição da outra anterior que também nunca deu certo.

A nossa BR

Está certo o deputado federal itabaianense José Carlos Machado ao insistir na duplicação da dita BR desde o trevo com a BR-101 até Itabaiana. Está horrível e muito perigoso viajar a certas horas de pico pela mesma, dado o número de viaturas em trânsito. Todavia, se tiver de escolher, é melhor seguir as intenções de seus colegas baianos. Vale a pena lembrar que estradas são para o povo de Itabaiana como veias por onde corre o vital sangue. E foi o pequeno trecho daqui até o Jeremoabo que primeiro nos fez respirar com força ao entrarmos para a era do caminhão. E hoje, parte da riqueza que por aqui transita já é produzida na beira do Velho Chico, inclusive nos campo irrigados do Juazeiro e Petrolina. Será a redenção do norte baiano e a consolidação itabaianense.