sábado, 21 de março de 2009

Ao caro Zé Costa.

Artigo muito bem escrito pelo professor de Educação Física, José Costa (ver aqui, no blog de Marco Aurélio), demonstra pela enésima vez uma realidade que se parece eterna: bacharelado em pedagogia ou equivalente não faz parte do clube dos que têm bacharelado em medicina, direito, enfermagem , química... só isso para parar por aqui. Assim o entende a sociedade que vota e mantém os políticos que estão no poder. Assim, obviamente, entende os políticos que governam para essa mesma sociedade.
Caro Costa, eis algumas pérolas extraídas do baú da História sergipana:

“A instrucção Pública, que maiores desvelos merece de todos os Governos cultos, com dor o digo, tem estado nesta Província no mais completo desleixo, como a fortuna não lhe tem sido propícia.”


FALLA com que abrio a primeira sessão da quinta legislatura da Assembléa Provincial de Sergipe o Exm. Presidente da Província, Commandante Superior Seabastiaão Gaspar d’Almeida Boto, em o dia 11 de janeiro de 1842. P. 8. Typographia Provincial. 1842. Cf. Anais da Biblioteca Nacional, vol. 09, Tomo I, p.735 e aqui, na internet: http://www.crl.edu/ (ver Brazilian Provincial Reports - Sergipe).

“Dous annos de experiência devem tervos mostrado, Srs., que o Artigo 11 da Lei, dando ao Professor Público o direito de alugar o Magistério avilta-o, e estabelece alugueiros quase sempre inhabeis, e pouco moralisados; o Magistério se poem a leilão, e quem por menos faz hé o substituto.”

FALLA com o Exm. Sr. Presidente da Província abrio a primeira sessão da segunda legislatura na Assembléa Legislativa desta Provincia de Sergipe, p. 5. Typographia de Silveira. 1838. Cf. Anais da Biblioteca Nacional, vol. 09, Tomo I, p.735 e aqui, na internet: http://www.crl.edu/ (ver Brazilian Provincial Reports - Sergipe). (11/01/1838).

É da instrucção que se deriva a prosperidade pública e a felicidade individual. Podesse entre nós o ensino ser pautado pelos bons modelos que nos offerece a Inglaterra, a França, a Bélgica e os Estados Unidos da América; fosse o professorado um sacerdócio e não um meio de vida – commum como qualquer outro – que muitos procuram...”


RELATÓRIO com que o 2º Vice-Presidente Exm. Snr. Dr. Dionizio Rodrigues Dantas passou a Administração da Província de Sergipe no dia 02 de dezembro de 1869 ao Exm. Snr. Presidente Dr. Francisco Jose Cardoso Junior, p.5. Typ. Do Jornal de Aracaju. Aracaju 1869. e aqui, na internet: http://www.crl.edu/ (ver Brazilian Provincial Reports - Sergipe). (11/01/1838).

Deste último, que fecha o dito no primeiro parágrafo deste escrito, deduz-se que, a plutocracia sergipana já estava a pregar o sacrifício aos outros, em nome de “valores maiores”, enquanto já assumia seu complexo de cão vira-lata, ao se achar incapaz de atingir o nível americano, por exemplo; ao tempo em que se esbaldava com os parcos recursos de que a Província dispunha, repartindo-os entre si, como ainda hoje é. Eis porque em 1910, ainda fruto da política centralizada do início do Segundo Império, éramos a 10ª economia dentro do país e logo a seguir caímos para a rabeira de onde nunca mais saímos.
Parabéns pelo artigo, professor.