terça-feira, 6 de outubro de 2009

Não se mexe em m.

Diz o anedotário jornalístico que quando da explosão do escândalo CAPEMI, Alexandre Garcia, hoje na Globo e na época na Revista Manchete chegou pro general Golbery que tinha parente envolvido na confusão e perguntou-lhe se queria prestar algum esclarecimento na revista que estava a fechar a edição daquela semana. Golbery ponderou, perguntando-lhe sobre as atrações populares de fim de semana no país. Alexandre discorreu sobre as mais importantes, futebol, especialmente. O velho general, alma do regime de 64 teria lhe dito então "deixa isso pra lá. Hoje é quinta-feira, e depois de tudo o que vai ocorrer sábado e domingo, ninguém mais vai se lembrar disto na segunda-feira."
O prefeito de Campo do Brito disse besteira numa entrevista a Edivanildo Santana. Pior, confessou um crime que, se não houvesse seriedade no Ministério Público apenas seletiva, ele já estaria afastado da Prefeitura, ao menos até que ficasse tudo esclarecido. Voltar a falar no assunto, tentando dizer que não disse o que disse é no mínimo arrogância. Alguém precisa avisar ao prefeito Manoel de Souza que em tempos de internet não basta ter amigos nas rádios ou jornais; é preciso não deixar vazar na rede onde cada cidadão é um potencial jornalista. É incontrolável. Nem Bush conseguiu controlar as informações vindas do Iraque e Afeganistão.
As palavras do prefeito britense agora são, no mínimo do anedotário, como as palavras do ex-deputado federal baiano João Alves, o dos Anões do Orçamento, com aquela história de ter ganhado tantas vezes na loteria porque “Deus me ajudou e eu ganhei dinheiro”. Da época de João Alves só é fácil de encontrar a transcrição do que foi dito; na época de Maim, até num celular pode ficar gravado as próprias palavras do prefeito.