sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Falsidade ideológica; ou como engordar malandros

Agora vos digo: Dai de mão a estes homens, e deixai-os, porque este conselho ou esta obra, caso seja dos homens, se desfará; mas, se é de Deus, não podereis derrotá-los; para que não sejais, porventura, achados até combatendo contra Deus.
Atos, 5, 38-39
No popular: "mentiras tem pernas curtas."
Políticos que mantêm o costume de dona de brega; cafetina apaixonada, deveriam ser tocado fogo.
A cafetina apaixonada é aquela que explora as outras prostitutas mais novas e menos favorecidas financeiramente tomando-lhes tudo que é possível. Aí, depois da coleta, chega o “negão”. A sua paixão. Além de ajeita-lo - às raias da humilhação - para um fortuito colóquio amoroso, a enciumada, que tem conhecimento de ser traída rotineiramente, pega o dinheiro arrecadado com as pobres “operárias do sexo” e joga tudo na mão do “negão”, para mantê-lo no bem bom, carrão importado, farras, high society e... mulheres mais jovens e supostamente melhores que ela, que sabe de tudo isso; mas, fazer o quê, né? A paixão. É a paixão.
A maioria dos políticos é assim. Os partidários trabalham a morrer; de graça. Aí vem um monte de fi’ d’uma égua, que em nada contribui, e o político lhes sai a distribuir grana. O artigo de Cláudio Nunes (aqui) é um primor na denunciação dessa prática de resultados pra lá de duvidosos. Em primeiro lugar, porque imprensa só, nunca elegeu ninguém. Antes da propaganda vem o marketing, de cujo, a propaganda é só um pedaço. “É o marketing, estúpidos!” Segundo, porque só tem influencia pela opinião gente em quem se confia. O tipo de gente que confia nos "missionários de missa encomendada" muda de opinião mais do que de roupa. Em geral é gente do "mesmo ramo".
Definitivamente o PT e demais partidos de esquerda não sabem lidar com eleitor corrupto. Há algum tempo atrás conheci um “dirigente partidário” que vivia de contabilizar a quantas reuniões ia e quanto embolsava em cada ida dessas às sobreditas reuniões. Fiquei a lembrar as viagens perdidas atrás de colaborações exíguas para pagar as despesas tanto quanto, dadas pelos companheiros que assumiram a tesouraria do PT logo que o fundamos aqui em Itabaiana. Tempos bicudos, aqueles. Voltando aos profissionais da politicagem, não é assim que funciona na Direita, muito mais eficiente na arte de manter a corrupção ou de “iniciar” alguém nela. Corrupto nenhum respeita patrão frouxo; gente que ele sabe morrer de medo de sua capacidade, real ou suposta, de causar danos. É por isso que os corruptos que cercam João Alves Filho são mais eficientes do que os que cercam Albano e principalmente dos que estão agora a cercar a Deda. O Negão (nada a ver com o outro, falado inicialmente) sabe como lidar com essa gente. Os corruptos seus partidários são realmente partidários. Inverte aqui, portanto, a lógica da cafetina com que iniciei essas mal-traçadas linhas. Já os de Albano e principalmente do companheiro Governador, ganham o dinheiro e as benesses e depois saem por aí esculhambando o chefe. Não têm o menor respeito. E não importa o nível: desde advogados, gente com cargo em comissão, a olheiros semi-analfabetos com CC no governo ou DDC - débito direto em conta (pelo partido).
O PT não pode nem deve realizar a revolução que muitos de seus fundadores imaginaram. Mas seus dirigentes têm que por uma coisa na cabeça: não dá pra fazer o mesmo que a Direita sempre fez, já que a Direita está aí, sempre renovada e há séculos e o PT nasceu exatamente para contrapor-se a ela. Dois corpos não ocupam o mesmo lugar. Ao mesmo tempo, mesmo que aqueles sonhos socialistas hoje pareçam devaneios, os costumes da política nojenta têm que serem enfrentados com coragem e acima de tudo com inteligência refinada.
Eppur se mouve, como disse Galileu Galilei.