terça-feira, 13 de maio de 2008

Vixe que atraZZo!

07 de maio do ano da graça de Nosso Senhor Jesus Cristo de 2008, cabos eleitorais fazendo a festa dentro do Cartório Eleitoral de Itabaiana (mais aqui), onde, pela Lei, não devem intervir interesses partidários de quem quer que seja.
Muitcho bem!
Numa enquete promovida entre os ditos cabos eleitorais ver-se-ia que 101 por cento deles acham tal proibição da Lei um absurdo. Para ilustrar, os rasgos de satisfação do ex-prefeito e candidato ao retorno Luciano Bispo em entrevista ao comunicador Eduardo Abril na manhã do dia seguinte, na Rádio Itabaiana FM. Luciano teceu elogios os mais intensos à administração do cartório pela prestimosidade com que se portou; ao mesmo tempo enalteceu os seus cabos eleitorais... e os dos adversários, pela civilidade com que tudo transcorreu. Esse procurador regional eleitoral, o Paulo Gustavo Guedes Fontes ta querendo complicar. Será que ele não sabe que aqui, por exemplo, já houve até chefe local de trânsito que decretou - há algum tempo atrás - que o Código Brasileiro de Trânsito não valia para Itabaiana?
Doutra feita, então a serviço da Câmara Municipal tive que ouvir o desabafo de um vereador, segundo ele, meu amigo, a descer a madeira no então presidente da Câmara Municipal, o radialista José Francisco (Francis) de Andrade pelo fato do mesmo querer segurar os ânimos dilapidadores do erário público no Poder Legislativo Municipal. O ápice da reclamação foi quando o alegado vereador me saiu com essa: “Pra que isso? O dinheiro não é nosso? Pra que informar Rotary, Maçonaria, CDL... isso é só nosso. Basta saber a gente!” Pra quem é de Itabaiana e não lembra, o dito vereador-presidente criou o hábito de informar mensalmente a vários segmentos da sociedade organizada sobre receitas e despesas no exercício. Muita gente ficou com raiva. Até quem não era, nunca foi, nem pretende ser vereador.
Noutra historinha, durante a campanha eleitoral de 2004 passei certa tarde por determinada rua e encontrei um cidadão deitado na calçada impedindo a minha passagem. Isso é o de menos. Desci da calçada e aproveitei pra lhe entregar um panfleto. Era a única coisa que poderia entregar. E aí vêm as indagações: “Vereador ganha bem, né?” perguntou o possível eleitor. “É, não é mal não”, eu respondi. “Mas ganha ainda mais quando o prefeito quer aprovar uma Lei, né?” voltou a perguntar ele. Bem, a seguir acabei por dar-lhe uma lição sobre como deve funcionar o relacionamento de um vereador com os cofres públicos, explicações que percebi, ele não aceitou nenhuma. Fui-me embora convencido de que não perdi meu tempo apenas porque aprendi ainda mais sobre o existir da corrupção generalizada nos governos.