sexta-feira, 11 de abril de 2008

E se...?

A dengue anda a mil. Disso ninguém tem mais dúvida. Uma olhadela por aí nos meus arquivos e recobrei um assunto (ver aqui também) que havia esquecido lá no fundo do baú: a resistência do transmissor da dengue, o mosquito aedes aegypti, especialmente o de Itabaiana. O estudo – infelizmente em inglês e não tive tempo pra traduzir – publicado, entre outros, pela Organização Mundial de Saúde, feito por esse pessoal da Faculdade de Medicina de Botucatu (SP) mostra que em matéria de resistência aos venenos nosso mosquito está um pouquinho acima da média pesquisada. Esses levantamentos de campo vêm desde 1999. A pesquisa não explica o interstício de tempo exato, entretanto, como me lembro de ter lido esse artigo há pelo menos cinco anos, com certeza de lá pra cá muito mais veneno foi jogado ao léu por aqui o que quer dizer que o nível de resistência do mosquito pode ter aumentado bastante, especialmente em relação aos venenos então mais eficazes.
Um dado na pesquisa chama a atenção: o malathion. Os pesquisadores não se referiram a esse aspecto, porém, como bom itabaianense acostumado a ver e ouvir sobre uso excessivo de venenos em verduras e hortaliças arriscaria que parte dessa resistência nasceu exatamente daí. O malathion é usado e abusado de várias formas por aqui desde início da década de 70.
Isso serve de aviso aos adeptos das soluções “arrasa quarteirão” prometidas ou sugeridas pelo uso do carro “fumacê”, de que não basta envenenar o ambiente.
Disso também se conclui que é inquietante a noção de que talvez estejamos nos envenenando de graça, pondo cérebro, baço, fígado e todo o organismo à mercê de toda a sorte de perigos, dentre eles o câncer, enquanto o mosquito ri da nossa cara.