segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Fim definitivo de boato.


A década de 70 foi de profundas transformações por aqui. Começou com os bailinhos - para a nascente classe média e seus autoconfiantes jovens - e terminou com a consolidação da TV, a ditar as mudanças radicais de comportamento. E ai seus aspectos, vezes toscos, esdrúxulos, nem sempre indolores.
Garotas menos prendadas economicamente e mais esquentadas passaram a ser poços da malícia coletiva, em uma cidade adolescente, apesar de em 1975 ter feito o 300º (tricentésimo) aniversário.
E uma das maldades que muito testemunhei era alguém, especialmente do sexo feminino e em meio à uma contenda baixar o nível e mandar a outra pro fundo do cemitério.
O fundo do Cemitério de Santo Antônio e Almas, então desabitado e escuro era onde, diziam, ocorria coisas do arco da velha em matéria de licenciosidade nos costumes.
À abertura da Rua Manoel Domingos Pereira seguiu-se a sua natural expansão urbana com moradias, ainda na travessia dos anos 70 pros 80. A lenta pavimentação avançou pelos anos 90.
Enquanto isso, Itabaiana triplicou de tamanho, perdeu seus dois cinemas com a chegada do vídeo K7; e ganhou um invejável parque moteleiro, que no Brasil tem finalidade, senão diversa, mas bem diferente dos Estados Unidos. Fazendo assim morrer os inferninhos. Até mesmo os barezinhos de encontros típicos do sexo comprado, desapareceram.
Agora, quase cinco vezes o que era em 1970, como uma pá de cal no ex-ponto de esfregões do fundo do Cemitério, há dois meses a Prefeitura asfaltou a via, que larga e estratégica, logo se converteu numa alternativa de escape ao trânsito do Centro da cidade. Acabou qualquer tranquilidade a quem por acaso quiser reviver os bons tempos do escondidinho.