segunda-feira, 26 de setembro de 2022

ÍMPETO CONTIDO


Na última sexta-feira, 23 deste setembro, tive que engolir o ímpeto de espalhar informações, valiosas a meu ver, mas nem tanto para expressiva maioria.
Cheguei a parar a marcha com que me deslocava até o Centro da cidade, seguindo incontinente e repentinamente, quando ouvi um rapaz explicando para outro a importância como canal de ligação com a parte do oeste da cidade, da Rua São Luiz, onde ele estava e eu passei naquele momento, ao lado esquerdo da capela de mesmo nome. De fato, a capela de São Luiz que denominou a rua e até, popularmente, não oficial, a área adjacente.
Vi (e ‘desvi’) ali uma oportunidade de compartilhar minhas descobertas ao pesquisar a história de Itabaiana. Declinei, contudo, imediatamente, por achar que o rapaz não merecia meu enchimento de saco em explicar coisas que talvez ele nunca venha ter interesse em saber.
O trecho a que me refiro – e já andei a falar disso em algum lugar aqui na rede – trata-se de um minúsculo pedaço de uma das duas primeiras “BRs” da História do Brasil e de Sergipe: o Caminho do Sertão do Meio ou estrada real Salvador-Olinda, ou ainda Estrada das Boiadas, do tempo em que Itabaiana foi a grande fornecedora de gado a Pernambuco e Bahia (1600-1660).
Na cidade, a estrada está sob o leito das ruas Manoel Garangau, Campo do Brito, São Luiz, Antônio de Oliveira Filho e Maria Santos Oliveira (a do cemitério do Campo Grande), no sentido Salvador; e, primeiro trecho da Marechal Deodoro (Rua da Pedreira), e Gumersindo de Oliveira, popularmente Rua de Maraba, no sentido Olinda-Recife.
Como Roma, Corinto, Jerusalém, Palmira e pra encurtar, Madri, Itabaiana já nasceu com o pé na estrada: o que ligava os dois maiores centros do nascente Brasil; e a outra, das entradas, que ligava São Cristóvão aos sertões; usada inicialmente para continuar o dizimar a população antiga, indígena. Na Praça João Pessoa, na Praça de Táxi está o entroncamento; encruzilhada, à época.