domingo, 5 de fevereiro de 2023

ITABAIANA DOBRA EM 14 ANOS.

 

Em 2008, em foto de satélite providenciada pela Ethos incorporadora, depois agregada ao banco de dados do GoogleEarth (Ver Batalha Bilionária, Netflix), a zona urbana de Itabaiana era de 6,58 Km².
Em 2021, em nova foto, o GoogleEarth traz praticamente o dobro de área urbana de 2008, 14 anos antes.
Já a Contagem da População de 2006 deu 83.161 habitantes e o Recenseamento de 2010, de 86.967 habitantes foi pouco animador no sentido de crescimento acima da rotina verificada dos últimos 50 anos.
Porém, nos resultados preliminares de 103.620, obtidos pelo IBGE e publicados no finalzinho do ano próximo passado há um incremento de quase 17 mil pessoas (19,1%) nos 12 anos que nos separa de 2010. Porém, o mais animador na numeralha é que o número previsto pelos nascimentos versos óbitos é superado em mais de seis mil habitantes; o que significa que Itabaiana inverteu a maré de desde a década de 60, de perder habitantes; e agora incorporou seis mil imigrantes nos últimos 12 anos; quase a mesma quantidade de crescimento vegetativo do mesmo período.

A cidadezinha em explosivo crescimento eclipsa seu passado.

Sábado, pela tarde acompanhei duas amigas professoras em busca de informações sobre antepassados. E o lugar mais indicado para isso não poderia ser outro: o cemitério, onde todos acabarão um dia.

Cemitério das Flechas, à margem da Estrada dos Sertões de Jeremoabo: testemunhas da história desde o século XVII.

E lá fomos ao cemitério do povoado Flechas.
O cemitério das Flechas, como quase a totalidade dos demais do município ninguém sabe quando nem quem começou.
Certamente foi motivos de cuidados de Antônio Vicente Mendes Maciel – o Conselheiro – quando em 1878 por aqui passou, tomando a velha trilha do gado desde o velho Pambu e Santo Antônio da Glória, dela saída em Jeremoabo para chegar a Itabaiana; mas, provavelmente deve ter sido inaugurado por algum índio infeliz, depois de estropiado da longa viagem na canga, desde a serra Negra ou o Raso da Catarina. Talvez tenha ganho do capitão Fernão Carrilho, seu algoz, ao menos um enterro cristão. Disso, não há registro.
As inscrições, todas são recentes. No máximo 80 anos.
Fica ele à beira da estrada real de desde o nascimento de Sergipe; e certamente foi a via preferencial tomada por Fernão Carrilho, entradista, capitão-do-mato nomeado em 21 de maio de 1668 para invadir as aldeias indígenas dentro da área dos sertões de Jeremoabo.
Como estrada principal funcionou até a abertura das rodagens modernas, para Frei Paulo; e em seguida para Carira. A abertura da BR-235, na década de 1950, e o advento do caminhão aposentaram de uma só vez o carro de bois, a tropa de burros e a estrada que passou a ser de uso apenas local, e como tal conhecida como Estrada das Flechas, das Caraíbas, da Coité dos Borges, do Alagadiço e por aí vai.
Deu trabalho achá-la, em meio ao labirinto de ruas dos loteamentos, às margens do riacho do Fuzil. O seu curso, retificado por Euclides Paes Mendonça com a Rua Capitão José Ferreira foi seguido até a pracinha em forma de rótula; dá em diante, o trajeto para aquela que já foi a segunda mais importante “BR” a passar por Itabaiana, tem que ser feito atentamente de olho nas placas e muito rodeio até retomar o leito tradicional.
O tempo não para; muito menos o progresso humano.