quinta-feira, 2 de maio de 2024

CONTAGEM REGRESSIVA PARA OS 350.


No próximo dia 11 de julho completam-se exatos 350 anos que o aventureiro espanhol, D. Rodrigo de Castelo Branco, a serviço do ainda regente, futuro rei de Portugal, D. Pedro II (reforçando: o de Portugal) atravessou o boqueirão sul das serras, entre as serras da Cajaíba ou Cajueiro, e Boqueirão, penetrando no Domo de Itabaiana.

D. Rodrigo veio em 1674 com ordens de encontrar a prata de Itabaiana, e, se confirmada, levantar muros, torres, cavar fossos, fazer ponte elevadiça, instalar canhões e encher de soldados para garantir a segurança da prata. E, claro, como se esperava muita gente, precisaria de governo civil. Então, instalar uma Câmara Municipal, Cadeia, Alcaidaria (hoje Prefeitura)... e uma Igreja Matriz.

Pelo sim, pelo não, um ano depois e sem ainda encontrar a prata, o padre Sebastião Pedroso de Gois teve que engolir seu desprezo pelos curraleiros de Itabaiana e vir instalar nela uma paróquia, perdendo, inclusive, parte de suas volumosas receitas, e trazendo a irmandade criada dez anos antes, em São Cristóvão, em nome de Itabaiana, para Itabaiana.

Em 30 de outubro de 1675, nascia, em definitivo a cidade de Itabaiana. 

Como a prata não foi encontrada, D. Rodrigo se foi. Provocar com seu infortúnio o descobrimento de ouro em Minas Gerais. Aqui, no entanto, ficamos em primeiro com uma matriz, num povoado pequenino; depois um município, numa vila pequenina por duzentos e cinquenta anos, mesmo ganhando a honraria do título de cidade(*), em 1888, até hoje confundido com a emancipação. E então, nos últimos 75 anos, a explosão: a cidade passou dos cem mil habitantes

Mesmo que a cidade complete 350 anos de fundada em 30 de outubro de 2025, desde os 350 anos da chegada de D. Rodrigo, ou seja, 11 de julho de 2024, já se pode começar a contagem regressiva, rumo aos três séculos e meio.

Itabaiana é grande porque tem povo; que tem História. Que a traça não rói; a inflação não acaba com seu valor; nem mesmo as calamidades naturais a destrói.

Que venha 30 de outubro de 2025!


Emancipação de vila e cidade.

No mundo português, ainda hoje a vila é a sede básica do município. Com o título de cidade, num tempo em que muros não mais protege, restrita à mera homenagem, geralmente associada ao tamanho e importância regional da sede do município.

Foi assim também no Brasil, até a Ditadura do Estado Novo. Em 1938, Getúlio Vargas resolveu acabar com “o negócio” da politicagem de troca de apoio dando título de cidade, e o Decreto-Lei 311/38 colocou todas as sedes municipais com o título de cidade. 

A última emancipação como vila, em Sergipe foi de Ribeirópolis, em 18 de dezembro de 1933; que assim ficou até 1938. A primeira emancipação, diretamente como cidade foi Canhoba, em 23 de dezembro de 1938.