sábado, 15 de setembro de 2007

Há tempos

“É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã.”
(in Pais e filhos. Dado Villa-Lobos/Renato Russo/Marcelo Bonfá)

Há tempos desapareceu o belo painel de Cris pintado no oitão da casa da esquina na Barão do Rio Branco com Av Ivo Carvalho. Ontem num programa em que se redimiu da enorme quantidade de lixo com que nos premia insistentemente, a Rede Globo apresentou um especial do poeta líder de uma Legião Urbana para quem o sonho não acabou. Nem jamais acabará. A torrente de espírito que cessou. Um espírito que se fez arder; fumificou e foi pro céu deixando-nos a lembrança de um clarão tão ofuscante que nos fez esquecer a nossa miséria humana do cotidiano. Digo torrente porque me falta termo que melhor traduza o arrebatamento poético daquela alma brilhantemente atribulada.
Cris, que nos brindou com o dito painel também nos deixou. E isso também faz muita falta.