
Fez-me lembrar um episódio.
Num sábado de julho de 1992, por volta das nove da manhã encontrava-me em reunião informal com os demais membros que coordenavam a campanha eleitoral de João de Zé de Dona à Prefeitura Municipal, na Associação Atlética de Itabaiana.
Aos poucos foi chegando mais gente e, entre uma discussão e outra dos aspectos da campanha, o radialista Edivanildo Santana ”fugiu da pauta” para indagar do então licenciado deputado estadual José Carlos Machado porque tinha aberto mão do cargo na Assembléia para encarar a formação de uma secretaria de Estado nova, que pareceu criada só para ele.
O deputado foi enfático (mais ou menos assim):
“Olha Edivanildo, eu já estava a me sentir cansado da mesmice. O governo tem maioria na Assembléia, sem problema nenhum e, pra falar a verdade aquilo lá pra mim estava um saco. Na legislatura passada foi bom porque tinha o PT com Deda puxando o cordão e o circo pegava fogo. Agora, com Deda fora não há aquela de ele sair espalhando fogo e eu com o extintor atrás. A calma tá tão grande que dá preguiça.”