quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

E cadê o dinheiro roubado?

Pegou mal o retorno da “normalidade” à Prefeitura Municipal de Pirambu que indignou todo mundo que ainda tem vergonha na cara e até aos indignados de vitrine, impotentes para encarar os indignados de verdade. Explicações técnicas, a Justiça e o Ministério Público tem às pampas; difícil é convencer a um zé das cuias qualquer que roubo mudou de nome. Por exemplo, difícil é convencer aos mesmos zés das cuias que o roubo rola a solta nas prefeituras do Brasil e os promotores e juízes pagos com os impostos dos zes das cuias não sabem de nada. E olha que os zes das cuias não sabem, por exemplo, que o templo da seriedade com o dinheiro público de Sergipe, o vetusto Tribunal de Contas, não presta contas a ninguém, como mandam as constituições Federal e Estadual e o MPE tão celebrado ao atacar os bagrinhos não enxerga absolutamente nada de anormal. O difícil é convencer aos zés das cuias que a Justiça tem alguma coisa de justa quando o assunto é honestidade com o dinheiro público. Como diabos pode Canindé ganhar mais que Gramado, a capital nacional do cinema no Rio Grande do Sul e ter aspecto de Rocinha? Como explicar porque Rosário do Catete com renda muito maior que Pomerode e população equivalente tem padrão de vida de favela paulista enquanto a cidade catarinense tem padrão de primeiro mundo?
Pelo menos na era colonial, quando juízes, promotores e policiais resolveram roubar o rei na história do arresto dos bens dos jesuítas (Japoatã, Tijupeba, Tomar do Geru, etc), pagaram caro. Mesmo o malandro do Ouvidor-Mor, Dr. Miguel de Arez Lobo de Carvalho - que espertíssimo, conseguiu escapulir - pagou com o degredo numa capitania, na época de quarta categoria, a do Espírito Santo.
O pior de tudo é que no meio de toda a confusão ninguém fala no principal: cadê o dinheiro? Quando será devolvido aos cofres do Município de Pirambu? A mim não interessa ver ladrão rico na cadeia. O que interessa é a devolução do que foi roubado e mais uma "taxa de administração", pelo trabalho dado ao Poder Público para reaver o que lhe foi surrupiado.