terça-feira, 10 de junho de 2008

Clima preocupante.

Por ser de lá do sertão, lá do serrado/Lá do interior, do mato, da catinga, do roçado/Eu quase não saio, eu quase não tenho amigo/Eu quase que não consigo ficar na cidade sem viver contrariado.
Anastácia e Dominguinhos (MORAIS, José Domingos de)


O jornalista Luis Nassif cunhou a expressão cada vez mais freqüente no mundo intelectual “Cabeça de Planilha”, numa alusão aos papagaios que só sabem repetir velhas e surradas fórmulas, mesmo que comprovadamente ineficazes ou, no mínimo de eficácia questionável. Pois bem. A política provinciana de qualquer lugar tem como característica básica a papagaiada, o “planilhismo”. Exemplo, um esquemão em 1992 derrubou Fernando Collor de Melo levando deputados que o apoiaram até dez dias antes a bradar do microfone da Câmara, “em nome da moralidade pública de meu país; e da minha cidade Itabaiana, sim!”(ao impeachment de Collor). Eis que em 2006, uns e outros quiseram repetir a fórmula que acabou não dando certo.
Mas aí, no plano local, os maiores contendedores do próximo certame eleitoral vivem de apostar no “planilhismo”, na reedição mais que cansada e cansativa de acusações inócuas que, pela própria natureza, somente preenche os egos nada louváveis da turma dos seus próprios esquemas que então estufa o peito e berra: “toma aí, seu...”. Enquanto isso, o município continua sem uma diretriz sobre o seu futuro dentro daquilo a que se pode chamar de planejamento, civilidade. É só tricas e futricas, coisa de gente miúda, no pior sentido.
O ex-prefeito e pré candidato ao retorno, Luciano Bispo, tem insistido em algo que, inclusive não faz parte de sua forma de agir: a fofocaiada. Essa de denunciar que a família da prefeita Maria Mendonça está majoritariamente ocupando os cargos públicos do município, por exemplo, que diferença faz? Será que Itabaiana já cresceu tanto que os mais interessados na vida pública não têm disso conhecimento? Por outro lado vem o pessoal da prefeita e resolve mexer no baú e botar pra fora as traquinagens políticas de Luciano mostrando que até vereador ou ex de outros municípios estiveram na folha de pagamento em 2004 (por enquanto). E daí? Será que Itabaiana não lembra quando existiam por aqui até pessoas funcionárias do esquema Maluf (antes de ser satanizado em 1985) na Prefeitura de São Paulo? No momento consta que parte considerável e estratégica nos vários escalões do governo municipal é de estrangeiros que sequer conhecem Itabaiana. Muda, portanto, em que essa infra-linguagem? Salvo em queda no nível de discussão, desviando-o de seu objetivo, que seria o de fazer Itabaiana progredir, isso só leva ao atraso. Como nos tempos de Sebrão e Itajay em que apenas os Antonio Dultra e Cajuza Queiroz da vida conseguiam salvar a situação. Ou pior ainda, fica mais próximo dos tempos dos irmãos Bezerra, ao fim do período imperial, onde quase Itabaiana acaba.