terça-feira, 18 de novembro de 2008

Pitacaria.

Num aspecto, ao menos, o futuro governo municipal de Luciano Bispo já se parece com o primeiro: o pitacaço. O nome é esquisito, mas é por aí. Se refere a pitaco, nome a que todo mundo está familiarizado. O ato de dar opiniões, requeridas ou não, sensatas ou não, racionais ou não. O pitaco é uma boa forma de exercer a democracia. Mais direto, impossível. Cabe, porém, ao gerente da coisa discernir o que é simples pitaco e o que é idéia realmente plausível. Eis o segredo. O primeiro governo, de 1989 a 92 foi um Deus nos acuda. Foi aí, inclusive que nosso personagem central consolidou a imagem de teimoso e imprevisível: o jegue. Era tanto pitaco que o então jovem político decidiu-se assim ser: teimoso e imprevisível. De vez em quando explosivo e até deselegante.
Tudo isso é só para registrar que tem um montão de gente contrariada com as indicações de Luciano para suas secretarias. Parte por pura inveja; por não ter sido ele ou ela a convidada. Parte por manias de pitaco; já que as alegações de responsabilidades na derrota passada sobre esse pessoal – que ora volta – são meros escapismos para problemas bem mais profundos. Luciano perdeu a eleição de Carlinhos há quatro anos por uma somação de erros, dos quais, o mais grave a atual prefeita repetiu em toda a sua grandeza: criar panela partidária. O curral. Os “meus”. Dividir ao meio por achar que tinha a maior parte. E com isso esquecer que, apesar de em Itabaiana ainda não caber a chamada terceira força, aqui também existe uma considerável parcela desvinculada daqueles compromissos seculares das famílias tradicionais de mil e oitocentos e cachimbo, que permearam os destinos da política local até o fim da hegemonia dos Teles de Mendonça em 1988. E são eles quem decide. Quanto aos demais, sim, já estão “enlatrados”(*) desde 1824.
Repito o que já postei anteriormente aqui: o que importa é o projeto. E esse eu ainda não vi. O que também não quer dizer que não haja. Esperemos, pois!

(*) Termo usado por um ex-vereador local, de poucas letras e muita inteligência na arte de politicar.