terça-feira, 12 de maio de 2009

O gerentão.

Passados os primeiros doze meses da gestão próxima passada de Maria Mendonça; e consequente clara sinalização para a repetição de modelitos pra lá de antigos, em matéria de gestão pública, e, ou, prática política, estava eu e um amigo, que já foi titular numa das mais importantes pastas da Administração Municipal a comentar a situação. Depois de analizarmos: o histórico municipal, desde no mínimo um século, seja nas práticas políticas, seja na gestão administrativa; as rendas municipais e suas perspectivas por uma década, antes e depois; o pacto político partidário mantido pela sociedade itabaianense desde dois séculos; e a característica de escapismo político por parte das instituições locais, chegamos à conclusão que Itabaiana necessitava “do gerentão”. Alguém que organizasse a administração, de certa forma, irrevogável, e caísse fora deixando finalmente uma estrutura gerencial que viesse a ajudar os próximos políticos pretendentes ao cargo de prefeito; e, de certa forma, tosasse os ímpetos baderneiros dos que ascendem à gestão pública municipal sem o devido preparo sócio-político. Um consenso elitista; quase uma ditadura “branca”, como fizeram os técnicos do Estado Novo e os do Golpe de 1964 em nível nacional. Mas aí, veio à tona a fábula do gato e os ratos. Quem teria coragem de amarrar o guizo no pescoço do gato?
Atualizando, contentemo-nos, pois, com a eterna mediocridade. Com os campeonatos entre o partido “do bem” contra “o do mal”, é só.
Enquanto isso, Itabaiana virou o século antepassado para o passado em nono lugar em arrecadação no Estado, porém com vinte por cento da capital. Manteve a posição do século passado para este em curso, e atualmente está no nono lugar (per capita, é uma das piores arrecadações municipais de Sergipe), porém com oito por cento do da capital. Paga uma imensidão de aluguéis a “eleitores amigos”; tem perto de três mil funcionários mal pagos, não tem um projeto sério de gestão; a cidade não consegue segurar investimentos (mesmo tendo a maior inflação imobiliária de Sergipe, talvez do Nordeste, o que sinaliza excesso de liquidez; de dinheiro sobrando na praça para ser investido), não tem perspectivas de crescimento algum além do crescimento natural do comércio, sujeito às ondas.
E os dois partidos em permanencte contencioso, só tem a oferecer, empregos, sacos de cimento, pequenas reformas de casas e outros “adjutórios”, uma verdadeira compra de votos, onde, o que mais sabe comprar é o que vai levar. Inclusive a conta mais salgada que continuará depois a pagar exaurindo ainda mais os cofres públicos. Eis a armadilha.
Só uma vigorosa e inteligente intervenção externa para por ordem nessa espiral de maluquices. Mas... a pergunta: quem amarrará o guizo?