terça-feira, 23 de junho de 2009

A maximização do lucro.

Quando era apaixonado por um dos lados políticos – pela política serei sempre – de Itabaiana vi e ouvi muita coisa. Delas, algumas arranhavam meus ouvidos, mas, pela causa, se faz tudo. Até que a paciência encha.
Um dos acontecimentos mais comuns na vida político-partidária é a adesão de neófitos. Às vezes, ou quase sempre, a adesão se escreve com “$” ao invés de “s”; outras, em bem menos oportunidades, trata-se de alguém chateado, desiludido e às vezes até escorraçado por aqueles a quem viveu servindo e jurando fidelidade eterna em nome de um sonho que depois mais pareceu um pesadelo. Adesão é adesão. Não importa quem é o aderente. Um voto, um homem (ou mulher). É assim que funciona durante as campanhas. Depois delas, muitos que só tem um voto passam a valer milhares deles. Aqui entra a graduação. Os que valem por um; por dois; por dez; por cem; por mil e assim por diante.
Muitas vezes vi chegar – ou ao chegar – no comitê um caso de festa explícita: “Fulano mudou!” Catarse geral: Fulano mudou! Passada a eleição, meses, semestres e até anos depois, ninguém mais se lembra do Fulano se o Fulano não for “o” Fulano. Até mesmo porque o Fulano que veio já encontrou as posições tomadas pelos fulanos que cá estavam. Logo, é preciso ser um grande Fulano pra continuar sendo festejado depois da chegada. E quando se trata de alguém de visibilidade no outro lado, o primeiro a buscar arrastar-lhe o tapete é, pela ordem, o que formulou o convite; em seguida o chefe que subscreveu a aceitação.
O ex-secretário Nilson Lima, salvo o fato de que por acaso tenha feito uma adesão com “$”, está frito. Comeu os rolos de cordas dos anti-Dédas; e agora... nem mel, nem cabaça. Somente raros espécimes de ex-petistas sobreviveram fora do casulo estelar. Luiz Erundina, ex-prefeita de São Paulo é um raríssimo caso. E permaneceu orbitando em torno do PT. Lima, além de todos os erros já cometidos, começa por um partido que tem vergonha do que foi (o PPS é o antigo Partido Comunista Brasileiro).
É óbvio que todos os opositores a Déda estão fazendo o maior alarido pela deserção do ex-vermelhinho. Que sequer ficará na terceira suplência de deputado estadual.
Dentro do jogo normal, só tem lugar quem tiver estômago pra engolir toda a entomologia como meu xará, o senador. No mais, já está tudo arrumadinho.