terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Há 20 anos.

Em 1990 tava um Deus nos acuda na política sergipana. O João Alves lustroso de oito anos atrás já tinha deixado de existir, Albano continuava Albano, do alto sua nobreza quiabesca, escorregadia(*); e a única coisa nova ainda era Marcelo Deda perseguido pelos companheiros “pelo estrelismo” na eleição anterior; tentando retornar, porém de forma modesta. Diante da pressão que já se avizinhava, Collor, então Presidente da República começou a fazer suas costuras nas quais cabia todo mundo: até Leonel Brizola, no Rio. Em Sergipe, coube a Valadares montar o xadrez que, entre outras coisas precisava juntar duas peças importantíssimas: João Alves Filho e Albano Franco. Valadares foi pro sacrifício. Não abriu do governo um dia sequer, num ato de desprendimento típico de sua mineirice: de bobo, nada; tudo investimento no futuro como ficaria provado na sua consagração pro Senado, quatro anos depois. Ficou sem cargo algum, mas fechou o acordão. Lembro de um vereador itabaianense, profissional na arte de tirar dinheiro de candidatos maiores, tiririca da vida: “Assim não dá! Esses ‘homi’ não pode se unir; isso é prejuízo pra gente”. A gente que o vereador falava era ele. Foi uma das eleições mais baratas da história de Sergipe. E todo mundo condenou o acordão, porém, poucos, muito poucos o fizeram por acreditar em pureza partidária...
Já pensou...?
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(*) Albano tem na sua ascendência Jose Barros Pimentel, senhor do Engenho Santa Rosa, em Itabaiana, hoje Santa Rosa de Lima; e um quiabo ensaboado em matéria de política. Flertou com os liberais liderados a partir dos revoltosos do Porto (Portugal), mas nunca se descuidou de tecer loas ao Príncipe Regente D. João, depois João VI, então no Brasil e acossado pelos do Porto; foi contra os outros vereadores de Itabaiana nas várias tentativas de sensibilizar o Príncipe pela Independência de Sergipe, mas, assim que esta se tornou irreversível, fez a maior recepção ao general Labatut, cujo intermediou a confirmação da Independência sergipana por D. Pedro I, e foi responsável pela montagem do governo sergipano pós-Independência. Resultado: golpe em Jose Matheus da Graça Leite Sampaio, o líder da Independência e, advinha quem assumiu o controle como "independentista, desde criancinha"?