terça-feira, 5 de janeiro de 2010

A Vila

“He o logar da Villa de poucos moradores, (...) razão porque se faz digno de que S. Magestade seja servido de o mandar prover (...) para remédio dos Parochos, e dos poucos moradores que nelle habitão, o povo, que vem às festas, às missoens, e semanas sanctas, e mais funções da matriz e villa,(...) "
Padre Francisco da Silva Lobo, 1757.

Leio matéria interessante no itnet (aqui) e, cá com meus botões, volvo o pensamento para escritos antigos na triste constatação da demora em se resolver certos problemas estruturais, portanto inadiáveis, para um lugar que acaso queria ser mais do que apenas uma vila, onde se faz a feira (ou nela se vende), participa-se de noites de reza e depois todos vão embora sem o menor compromisso.
Quando o prefeito João de Zé de Dona aceitou aquele absurdo urbano era de se esperar que os futuros administradores, mesmo que não retornassem a centralização de passageiros na finada Estação Rodoviária, ao menos criasse uma estrutura no local. As taxas e contribuições de melhorias previstas nos inúmeros códigos tributários em que todo dia se mexe para continuar no mesmo, prevêem isso. As pessoas não reclamar por pagar. Elas reclamam por pagar muito caro e principalmente, por não ter de volta o serviço prometido. Mas como todos os prefeitos, vereadores, promotores e juízes tem seus carros (quase todos nem aqui moram), então, deixa-se a “ganhamuzada” aí. O que se viu foi a acomodação; inclusive apropriação de espaço público por entidade ou pessoa privada. Sob o ponto de vista dos transportes públicos, ressalvadas as diferenças nos veículos, voltamos aos tempos dos paus-de-arara. Sem mais a Empresa São Paulo ou a Senhor do Bomfim, sua sucessora.
O setor de transportes municipal não existe. Em que pese os esforços de alguns de seus componentes, o que foi feito até agora ainda é uma tapeação. Não há ordem, porque a fiscalização é extremamente deficitária e a própria estrutura anda anos-luz de dotar os servidores da Segurança no Trânsito de moral pra impor alguma ordem. Isso é extremamente danoso a uma cidade que vive de comércio, cuja atividade tem no transporte sua espinha dorsal. É preciso lembrar, que quando se fala em transporte não estamos apenas falando no usuário local da via pública, mas também nos milhares de pessoas de outros municípios que diariamente nos visitam irrigando nossos estabelecimentos comerciais de dinheiro.
O trânsito está uma bagunça, é fato. Mas ainda estou me perguntando o porquê de se colocar os veículos de transporte público com direção ao Malhador e à Moita Bonita no fundo do CTP. Quer dissuadi-los de vir pra Itabaiana, que se diga diretamente: “não venham mais cá!”. Dessa forma, não.