sábado, 9 de novembro de 2019

UM FANTASMA DE 30 ANOS

O muro ao fim de outubro de 1989.


Há precisamente 30 anos caía o último grande símbolo da Ditadura do Proletariado: o Muro de Berlim.
A referida Ditadura foi boa pros que sob ela viveram? Muito pouco; quase nada. Boa mesmo ela foi pros que estavam do outro lado do Muro, e não apenas desse citado muro, mas do que dividiu o mundo por 69 anos. Esses viram a clássica fome insaciável dos agiotas, ameaçada pela sombra do comunismo, racionalizar-se, e legar-lhes o melhor dos mundos, que a história humana jamais conhecera; e até pobre sonhar em ser classe média. A minha mãe e o meu pai, com 23 anos de diferença etária, e que pegaram o bonde começando a andar nunca acreditaram; mas eu, com 43 e 23 respectivamente, logo nascido sob esse mundo novo fui sonhos – e sucesso - desde a infância. Mesmo quando passei a ter consciência que o "lobo" dos cifrões - o agiota - se mantinha a postos pra levar todo o produto do meu trabalho, mas eu acreditei na sua contenção; acreditei na justiça, acreditei no sistema humano.
A queda daquele muro velho, um espinho no mundo mágico que desenhara, na noite de 09 de novembro de 1989, e do modo como o foi, duzentos e dez anos depois da queda da Bastilha sinalizou pra mim que a coisa explodiria depois. Até que vem demorando, mas, por isso mesmo, tornando inexoravelmente um mundo pós-Alarico; o fim da civilização ocidental, tal qual o fim de Roma imperial, e quase dois milênios antes, o fim da Idade do Bronze, quando desapareceu a emblemática Armagedon.
Essa música pop é a voz, doce voz dos tolos a acreditar que o medo e a maldade humana, quando liberadas produzem coisas melhores.
Uma bela música; mas uma triste comemoração.
https://www.youtube.com/watch?v=qgJrT6dd__U