segunda-feira, 17 de outubro de 2022

FOI NOS BAILES DA VIDA...

 


"Foi nos bailes da vida ou bar em troca de pão que muita gente boa pôs o pé na profissão;" (Milton Nascimento - Fernando Brandt)


Na última década tornou-se cena comum, encontrarmos solitários músicos nas ruas centrais de Itabaiana, fenômeno cultural antes visto somente em grandes centros, tradicionais mercados de arte, como Recife, Salvador, Rio e São Paulo.
No início do mês, ao adentrar a agência da Praça Fausto Cardoso do Banco do Brasil, para realizar um pagamento no caixa eletrônico, por volta das 19 horas me vi contrariado: enquanto fazia o processo na máquina, o garotão empunhando seu plangente violão me premiava com um João Gilberto pra nenhum João Gilberto botar defeito. Virtuose nas cordas, o cab’a é também de excelente afinação e harmonia. A contrariedade surgiu quando vi que não trazia nada no bolso em dinheiro, nem também fui sacar, já que a conta paga não era minha.
Mas, vez ou outra, encontro alguém, geralmente na Rua São Paulo, Rua General Maynard, e na semana passada na Travessa Francisco Ferreira onde se localiza a Calçadão Prefeito Luciano Bispo.
Universidade para a vida artística. E sinais explícitos de civilidade na minha ainda rústica cidade, apesar do processo de refinamento.