quinta-feira, 20 de outubro de 2022

QUEDA DE QUALIDADE

 

Porta-aviões voador, no jornalismo da CNN. Tipo de erro recorrente na mídia em geral, querendo competir com o ambiente de fofoca das redes sociais.

Antes de ontem li algo sobre a baixa qualidade das novelas, artigo muito bem argumentado, levando-me a constatar a profecia do “Macaco Simão” (José Simão, Folha de São Paulo, maio de 1999), quando da morte do dramaturgo e romancista Dias Gomes: DIAS GOMES MELHORES NÃO VIRÃO. Juntando a escalada de falta de decoro de autoridades, a contar da Presidência da República, com ojeriza total à liturgia do cargo, de educadores em geral, em nome da modernidade, com mais as barbeiragens que publico, e somente depois é que as enxergo; mas principalmente da mídia, especialmente a escrita – imprensa - é que se descobre o tamanho da nossa miséria cultural. Queda imensa de qualidade.
A toda matéria a ser publicada é obrigatório um mínimo de perfeição. Falar, se falar de qualquer jeito é tolerável; já a publicação, obviamente destinada à massa, mesmo que a setores mais restritos há que ser tecnicamente impecável, dado o peso do sentido educativo que encerra. Não pode ser às pressas, como enseja o “print” ou figura em anexo; sem revisão, como se estivesse na labuta do dia a dia num meio de feira qualquer.
Tudo isso me faz lembrar que, até quarente anos atrás, âncoras de programas noticiosos de rádio e TV eram muito raros e limitados, no linguajar e nas temáticas pelo “editor-chefe”. E em geral, “a notícia era redigida pelo redator, obviamente; e lia-se para que o ouvinte/assistente formasse ele mesmo sua opinião. Como resultado imediato, precisão maior nas informações e principalmente, nível zero de assassinato da língua. Atualmente, entre o desleixo, analfabetismo funcional e especialmente a pressa em competir com a fofocaiada das redes sociais, perdeu-se completamente o refinamento.
Tempos brutos.