segunda-feira, 16 de junho de 2008

Quem vai decidir é a banca.

O Paulo Henrique Amorim, jornalista da Rede Record e blogueiro cunhou uma sigla interessante, conquanto que paradoxal, mas que diante dos motivos se aplica muito bem e vem ganhando corpo cada vez mais junto ao povão. Trata-se da sigla PIG, Partido da Imprensa Golpista. O paradoxo é porque, em tese, a imprensa é a maior arma contra qualquer anormalidade democrática, inclusive o golpe de Estado. De fato o PIG é bem maior que a imprensa ou a mídia paulista onde se origina já que se compõe também do PSDB paulista, de várias entidades de classe do mesmo Estado numa versão atualíssima da UDN visceralmente anti-getulista dos anos 50, além dos meninos de recado como Arthur Virgílio, Demóstenes Torres, Mão Santa, Aleluia e tantos outros fora dos clubes prives de São Paulo.
Bem, tudo isso é para comentar sobre certo segmento forte junto ao ex-prefeito Luciano Bispo que, a exemplo do PIG em maio de 2005, em relação ao presidente Lula, o dito segmento acha que Maria já era. Que Luciano já é o prefeito e que apenas por uma dessas desordens da vida foi surripiado no seu “divino direito” de manter-se à frente da Prefeitura. Mas que em janeiro, tudo “volta ao normal”. Pior – pra ele, Luciano – é que o mesmo de vez em quando dá amostras de que acredita nisso. Bem, aí vem o lado da prefeita Maria Mendonça. Certo dia tomei um moto-táxi com um moto-taxista “roxo por Chico” como se diz por aqui, e não sei por que cargas d’água quis ele saber do meu posicionamento em relação ao pleito de 05 de outubro. Deslizei, busquei ser sincero sem, no entanto fazer o jogo de ninguém já que entendi tudo o que ele queria. Eis que o mesmo finalizou a conversa asseverando que “não tem jeito”, quem vai decidir é o dinheiro. Hoje, 16, encontrei uma figura de fora dos circuitos, “ma non troppo”. O rapaz, medianamente é bem informado. Segundo ele – contrariadíssimo - o banqueiro de uma eleição anterior de certa candidatura vitoriosa já estaria fechado com a candidatura então contrária e hoje na oposição. Esse pessoal – o banqueiro – não dorme em serviço. Usa a política escanchadamente como forma de fazer fortuna. E apenas isso. Ora, então, já que todos concordam, porque contrariar a maioria?
Não há um só projeto apresentado à sociedade por Luciano enfocando o que fará no seu retorno. Isso aponta para a mera continuação da forma como estava em 2004 e que foi desaprovada pela maioria, mesmo que pequena. Da mesma forma do lado da prefeita há uma enormidade de promessas. Umas poucas obras de certo grau de visibilidade, e barbeiragens, como por exemplo, o caso da Avenida Leandro Maciel, há quase um ano começada, e que quase não sai do lugar. Pior é que já surgem denúncias até de que pedras para o dito calçamento estariam sendo retiradas pela construtora para outros municípios. Aliás, não há nenhum ineditismo nisso. Desde os anos trinta que as obras de papel são freqüentes por aqui. Enquanto isso a torcida de parte considerável do eleitorado mariano, expressa no linguajar da Rádio Capital do Agreste é a de que Luciano seja impedido de ser candidato por estar sob investigação, numa contradição brutal ao direito consolidado mundialmente. Isso acaba por mais fortalecê-lo.
Desta forma ficam num placar de 1x1 ou, pior, 0x0. Quanto ao critério de desempate? Depois a CGU e o TCE; e as justiças, estadual e federal correm atrás. Dois mais dois jamais darão cinco ou qualquer outro número diferente de quatro.
Se o governo sergipano do PT quiser fazer alguma coisa por Itabaiana que se espelhe nos governos Graccho Cardoso e José Rolemberg Leite, “meta os peitos” e faça. Da mesma forma, se o governo do PT em Brasília quiser fazer alguma coisa por Itabaiana, vá além das escolas. Por exemplo, ampliem o campo de ação de nossos comerciantes com o asfaltamento da BR-235. Até o Juazeiro já tá de bom tamanho. Foi isso - as estradas - quem realmente mudou o destino de condenado dessa terra num passado próximo.
Por aqui vamos continuar a administrar o sinecurismo; a politiquinha através de cargos públicos de quinhentos contos.
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Post Scriptum: Futuramente publicarei um micro-estudo sobre os investimentos municipais nos últimos vinte anos por aqui.