quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Troca-se 160 mil por 10 milhões.

É o que se depreende do que foi noticiado no portal Itnet (veja aqui), em repercussão a outra matéria também ali postada alguns dias atrás; e por nós aqui comentada.
Na área, cada metro de frente de terreno com vinte e cinco ou mais de fundo sai no mínimo por dez mil reais, no momento atual. O edital da Justiça convocando o leilão para quitar dívidas da Olímpica de Itabaiana fixa o valor total do imóvel em um milhão de reais, e explica que se trata de “quatrocentos metros de frente”, ou seja, no mínimo o comprador já sairia com quatro milhões garantidos no bolso. Mas não é só isso. Como o dito imóvel também tem frente para a antiga e secular estrada real para São Cristóvão (além da principal, pela BR-235), e também tem área suficiente para abrir uma rua pelo meio, o mesmo pode valer rapidinho, rapidinho dez milhões. O felizardo que o comprasse em menos de seis meses teria um lucro de nove milhões de reais. Sem esforço nenhum. E tudo isso por causa de uma dívida que, explica-se agora, é de em torno de cento e sessenta mil reais.
Sinceramente, se não houve má vontade, ou má fé mesmo, só podemos concluir por burrice.

Má fé.
Nos dias posteriores ao anuncio houve algumas manifestações no rádio contrárias à liquidação salvo se distribuídos despojos aos associados. Muita gente perceptivelmente já questionando o quanto levaria. Ocorre que isso não é previsto no estatuto do clube e mesmo que o fosse, não seria aqui o clube a instituição liquidada; e sim, a sua sede. Logo, em condições regulares, ninguém levaria um tusta.
Talvez isso explique porque se chegou a esse extremo de ameaça de despejo sem que houvesse nenhuma comoção. Porém, depois de descobrir-se que não haverá “distribuição de carne”, todos agora se postam contra o “açougue”.

“Hei Jesus Cristo, o melhor que você faz é deixar o pai de lado, foge pra morrer em paz.”

Raul Seixas. In Al Capone.