domingo, 14 de março de 2010

Luciano e seus dias de Sebrão.


Tomei um susto quando ouvi numa reunião da CDL – onde prestava assessoria na época – a notícia da criação do feriado de N. S. do Bom Parto. Não apenas pela criação da data, mas, principalmente pelo inusitado dela: 18 de dezembro. Sem absolutamente racionalidade alguma. Cheguei a perguntar: “Como é que deixaram passar isso?”
No primeiro ano ninguém ligou; no segundo também, salvo engano até o terceiro. Aí vem a derrocada da administração de Luciano Bispo e a insatisfação geral e a busca por bodes expiatórios. Então já havia mudado o padre e obviamente que começou o zum-zum-zum pra desfazer a Lei. E aí todo mundo começou a notar que a dita data cairia no mesmo dia da semana que o 25 de dezembro e o 1° de janeiro. Luciano empurrou com a barriga, Maria Mendonça, idem.
Itabaiana é assim: os politiqueiros “espertos” varrem tudo quanto é problema para baixo do tapete até que eles explodam enlameando a todos, como tem ocorrido de vez em quando com cenas tétricas, como a observada acima: pai e filho (este com o queixo arrancado) assassinados depois de uma série de barbaridades perpetradas e sofridas (o terceiro é Manoel Teles, assassinado num claro ato de vingança; como antes do código do Talião). Tudo porque politiqueiro não negocia; toma ou cede “na tora”. Isso – negociação - é coisa de político, que é gente civilizada.
Eis Luciano revivendo Sebrão. Tomara que não venha a morrer ninguém pelas balas ou sabres de alguém, como ocorreu em 14 de junho de 1916 na esquina da casa do falecido líder Chico de Miguel, vitimando Francisco Pereira Andrade, o avô do vereador Francis de Andrade. É que o coroné coronel Sebrão resolveu que em 1916 não haveria Festa de Santo Antonio pelo motivo do padre não ser “do seu lado”. E não houve. Ameaçaram invadir a igreja, e o padre que não era santo buscou garantias. Uma dessas era o pré-falado avô de Francis de Andrade que tombou morto pelos golpes de sabre da polícia a serviço de Sebrão.
O que Luciano está a fazer não é corrigir seu erro quando permitiu o sobredito feriado em 1997. Luciano resolveu desmoralizar, passar por cima, desconhecer uma autoridade eclesiástica. Um padrequinho “baixinho, barrigudinho e teimoso” como foi chamado na última vez que foi à Câmara Municipal. “Sem parentes importantes e vindo do interior”(*), como poetisou Belchior. Até onde eu saiba, Luciano recusou qualquer negociação com o pároco; tratou como costuma tratar aos adversários desimportantes: nem água. Coisa dos coronéis politiqueiros da história de Itabaiana: você só é importante pelo risco que traz, o risco de causar danos; seja pra se aliar, seja pra ser combatido.
O padre vai ter que se mudar. É inconcebível a permanência num local de uma autoridade desmoralizada. Do mesmo modo que fez o padre Vicente de Jesus em 1° de janeiro de 1917, nos tempos do coronel Sebrão. Quanto a Luciano... com esse vácuo de lideranças que existe é bem capaz de passar mais dez anos de poder. Tomara que também não leve o cofre da Prefeitura pra casa, como fez Sebrão. E lá vamos nós continuar no noticiário.
Eta lugarzinho azarado!!!
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Político = pessoa civilizada que busca resolver conflitos primordialmente pela negociação e pela Lei;
Politiqueiro = elemento que adentra a seara política apenas com o interesse de ganhar dinheiro e posição social. Em geral é impaciente e age rudemente a cada provocação, já que seu objetivo único é se “dar bem”.
(*) Belchior, Apenas um rapaz latino-americano
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P. S. – Não sei se procede – não fui testemunha nem recebi nenhum material atestável para tal – mas soube que ontem, sábado, 13, na rádio Itabaiana FM de propriedade do deputado federal José Carlos Machado e lago de ressonâncias das ondas lucianistas foi interrompida a transmissão da missa do sábado à noite realizada na matriz do Bom Parto no momento em que o padre na homilia resolveu tocar no assunto da tentativa de negociação. Torço para que tenha sido boatos, já que conheço o caráter dos companheiros que operam naquela emissora. Dos lupinos que cercam Luciano não duvido nada.
Tá brabo!
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P.S 2: Se no meio dos seis leitores que tenho (quatro são confirmados, a quem agradeço-os) houver algum luciani$ta, virá logo a justificativa: ele "cronta" Luciano. É do "cronta"!