sábado, 20 de março de 2010

Vícios recorrentes.

Todos. Absolutamente todos os primeiros anos de cada mandato de Luciano Bispo de Lima ele extrapolou no gasto com pessoal.
Pra variar, o próprio repetiu o mesmo no último ano de seu penúltimo mandato, quando tentava eleger Jose Carlos Góis, e Maria Mendonça, que foi a vencedora também lhe imitou levando a folha de pagamento às alturas.

O “Imposto inflacionário” e a perda de controle

Analisando os pormenores das execuções orçamentárias de Itabaiana nos últimos 20 anos a primeira conclusão lógica a que se chega é que os administradores do período: Luciano Bispo de Lima, João Alves dos Santos – o João de Zé de Dona - e Maria Mendonça não entenderam a lógica do Real. Não aprenderam a trabalhar sem as inflações altíssimas até o segundo ano de administração de João de Zé de Dona. Mesmo Maria que retornou ao poder municipal depois de 16 anos parece ter trazido a cultura inflacionária de até 1988, então último ano de seu grupo na Prefeitura, e os vícios do empreguismo, facilmente administrável em tempos de inflação altíssima, e bem mais difícil em tempos de estabilidade.
É impressionante a espiral de gastos com pessoal. Isso não apareceu de imediato devido ao “imposto inflacionário” que até 1994 reduzia as extensas despesas com pessoal a pó. No início de 1990, por exemplo, enquanto a prefeitura recebia os repasses do FPM e ICMS corrigidos pelo índice do dia pagava os salários na prática com descontos de quase quarenta por cento em cada mês, já que a inflação chegou a cravar 80 por cento ao mês. Além disso, havia a queda real no próprio valor nominal dos salários. Em 1989, primeiro ano de Luciano, o salário mínimo começou o ano valendo R$ 538,56 (Cz$ 54.374,00) e fechou o ano valendo apenas R$ 414,61 (NCz$ 788,18) numa inflação anual de 1.782,8% medida pelo IGP-DI da Fundação Getúlio Vargas. Períodos maiores chegavam a derrubar o valor real dos salários a menos da metade do valor nominal, efetivamente pagos. Em resumo: nos governos João Germano da Trindade e primeiro de Luciano Bispo de Lima, a inflação do período permitiu aos grupos dominantes empregar o dobro do pessoal pagando de fato pela metade.
Pelo visto, dezesseis anos depois do Real e ainda há resistências em perceber o óbvio.
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Os percentuais de FPM na tabela é para demonstrar que o aumento de pessoal não pode ser debitado na conta das municipalizações da Educação e da Saúde, haja vista ter havido queda relativa do mesmo, em que pese ter havido aumento real ano após anos. Logo, a diminuição de seu percentual deve-se ao aumento geral de repasses provocados pelos fundos da Educação e Saúde: Concluindo: o pagamento do pessoal das duas área veio por fora.