sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Em perfeito juízo.

A desistência de Anderson Menezes em concorrer à sua quarta reeleição à Câmara de Vereadores, é mais que louvável. Produto da vontade de seu pai, José Menezes Corcínio, o Zé das Canas, o jovem Anderson entrou nessa corrida maluca, novinho “cheirando a leite”, como se diz no popular para descobrir que a vida pública, da forma como é vivida por aqui é uma tremenda quimera. Em todos os sentidos. Para os que a julga um poço de ouro; e para os que a julga a escada perfeita para a realização de sonhos coletivistas - os mais nobres. É coisa de louco. Se os mal intencionados tivesse um pouquinho de juízo na cabeça, no mínimo pensariam duas vezes antes de achar que levarão vantagem.
Exceto para altos golpes, quase sempre sob preço absurdo, no mais, achar que é vantajoso entrar na política brasileira, especialmente no cargo de vereador, e ainda por cima gastando rios de dinheiro é pra ser mandado direto ao hospício mais próximo. Anderson – e seu pai – agüentaram muito.
A corrida eleitoral não é propriamente para ser exercitada por ricos, enquanto apenas ricos. É de um desperdício de tempo e dinheiro que não tem comparação. Quanto mais rico mais explorado pelo eleitorado malandro; e portanto, mais propenso a roubar, caso ganhe. Fica uma dança de rato correndo atrás do rabo. Zé insistiu junto ao filho para alçá-lo à condição de líder, todavia, mesmo exercendo alguma liderança, o que deu as quatro legislaturas de Anderson foi mesmo seu bolso, e o tamanho da assistência gerada pelo poder dele. Desde as distribuições de "bacalhau da Semana Santa" que seu pai promoveu a partir de meados dos anos 70, quando o próprio Anderson ainda era um garotinho.
Se quiser fazer serviço, de graça e investindo pesado ainda pode voltar. Sem máquina de governo, entretanto, ou participação intestinal e subserviente em algum esquema, será sempre assim. Anderson não é “do meio” e, pior, é “muito perigoso” se receber corda (no bom sentido). Pode depois ninguém segurar. E, de administração os políticos grandes de Itabaiana pode até não entender. Mas de manter o poder, nem toda a família Médici ganharia deles.