quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Saudades do Menestrel.

Quando no início dos anos 80 a classe média de direita associada à parte perseguida da classe média de esquerda conseguiu finalmente por os militares, ainda no governo, de joelhos, tudo parecia dar errado no país. O movimento com uma pitada de estímulo vindo das escolas americanas de onde proveio meio mundo de técnicos e até intelectuais brasileiros que ainda hoje estão na ativa foi fulminante para detonar de vez com a auto-imagem do país. Ainda hoje sofremos desse complexo de vira-lata, levado ao extremo naqueles tempos em que planos econômicos eram esmagados em questão de dias; crimes de Estado - por conta dos mercenários contratados para debelar os rebelados de esquerda - eram uma comum como o assassinato da secretária da OAB no Rio de Janeiro por uma bomba, além do Rio-Centro, etc. E aqui entravam as “reservas morais” da nação. Tancredo de Almeida Neves, Lins e Silva, o grande Raymundo Faoro, Barbosa Lima Sobrinho e tantos outros, inclusive um coroné do açúcar alagoano que, paradoxalmente foi transformado em símbolo de liberdade. Seu nome: Teotônio Vilela. Virou poema musicado por Milton Nascimento e também cantado e decantado na memorável campanha das Diretas-Já pela paraense Fafá de Belém. Se fosse hoje, com a internet, descontrolada e radicalmente democrática, a infernizar a vida dos heróis de plástico e aquela imagem teria sido desfeita rapidamente. Mas, o Doutor Vilela tinha seus atributos e sua imagem ficou cristalizada – até que dure – como o Sr democracia. Mesmo falsos, nossos heróis pós-64 se tornavam verdadeiros porque com alguma qualidade.
Há uma reação do pessoal ligado à prefeita por conta da polêmica levantada pelo deputado estadual Augusto Bezerra. O deputado não pára de querer aparecer em Itabaiana, de onde vem parte de sua fortuna já que seu curso pré-vestibular, o Visão da década de 80, se nutriu em muito de nossos proto-universitários. Não dá pra saber se quer ajudar seu atual aliado no município, o ex-prefeito Luciano Bispo, ou atrapalhar. Chego a imaginar que ao vociferar com tanta veemência contra as obras no centro da cidade de Itabaiana – uma também perfeita obra de engenharia de burla à Lei Eleitoral – (mais aqui, aqui, aqui, e também aqui) ele está a serviço da prefeita que assim está conseguindo a publicidade que até o momento se restringia à emissora de seu irmão e a boca-a-boca “dos mesmos”: aqueles para quem qualquer coisa que Maria fizer ou deixar de fazer, nenhuma diferença fará; ela “continuará santa”. Aliás, é lastimável você ligar a TV Senado pra ouvir Mão Santa, Demóstenes Torres e outros ora escalados pela velha UDN paulista maquiada de PSDB falar besteira o tempo inteiro. Que empobrecimento. Com um tipo de oposição daquela, o “companheiro” presidente pode preparar terno pra mais duas. No Estado, a situação de penúria é redundantemente falando, de fazer dó. Ouvir Cleonâncio Fonseca e principalmente Augusto Bezerra, a defender bandeiras nas quais nunca acreditaram, nem jamais acreditarão... Je-sus! Com uma oposição medíocre dessa o Estado vai continuar na rabeira ou mesmo fora do surto do crescimento nordestino do qual Sergipe, ao menos em relação à geração de empregos, já está bem atrás.