quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Chão de estrelas

Elas sempre chegam. Logo depois de uma boa chuvarada, pipocam ao longo da BR-235, colorindo de um amarelo gracioso a rusticidade do asfalto e de boa parte dos corações que por ele trafegam, preocupados apenas com frivolidades. De aparência frágil – acho que se enquadre entre as margaridas – mas de um colorido marcante, sua permanência é rápida, mas, sinceramente, sem bairrismo algum... e tem estrada de Gramado pra se comparar à nossa com as tais floresinhas amarelas?
Eu não sei de onde elas vieram, nem mesmo seu nome. Recordo que, pelo menos até vinte anos atrás não via umazinha sequer; de uns quinze anos pra cá, entretanto, passaram a fazer parte da paisagem da dita BR-235 até Aracaju, uma paisagem que por sinal já é costumeiramente de tirar o fôlego. Desde as matas galerias a interromper os inúmeros canaviais, à superfície colinosa, presente até o Cafuz; e, enfim o começo do planalto, das nossas serras tão bem se vence o rio Cotinguiba, os coqueirais desde Areia Branca – e suas jaqueiras – até o Rio das Pedras, os exemplos de Mata Atlântica do Parque Nacional da Serra de Itabaiana. Sensação de quem sai de casa por um belo caminho e por ele retorna são e salvo à sua toca. As floresinhas vieram se somar a essa sensação.