segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Paixão política ou comportamento de gangue?

O interesse da população pela vida política se manifesta, muito mais, em relação a pessoas do que a programas.(...)Não existe, em Itabaiana, movimento social. O individualismo predomina.(*)
Não é segredo pra ninguém que o comportamento, supostamente eleitoral, do itabaianense é por demais esquentado. Por trás disso está uma máquina de distribuir benesses que vai desde empregos, muitas vezes graciosos; a dinheiro vivo distribuído na campanha eleitoral. A paixão é movida, pois, a notas emitidas pela Casa da Moeda. Sintomaticamente, foi nos momentos de maior produção agrícola do município que os incidentes violentos vinculados às épocas eleitorais quase ou completamente zeraram. Meados e penúltima década do século XIX; 1966, especificamente, e 1988. Coincidentemente, no primeiro caso havia a ressaca, a sombra tenebrosa da morte de Euclides Paes Mendonça, porém, associado veio o fato de Itabaiana ter atingido em 1965 a condição de maior produtor de farinha de mandioca do Brasil. No segundo, entrou em operação a mega produção de hortaliças dos dois projetos de irrigação: Jacaracica e Ribeira.
É o empreguismo, o motor de maior poder eleitoral por aqui. Não existe a paixão, mesmo que rude, mas pura; de coração. Esse coração está, geralmente no terço médio superior da perna, à altura da coxa. O exacerbamento que ora já é visto (ver matéria aqui) em alguns pontos e momentos é fruto, insofismavelmente, de comportamento de gangue. Marcação de território. Isso tem levado aos sucessivos conflitos como em 1848, 1877, 1916, 1946-1962, além dos eventos das eleições de 1954 e 1976, e os retumbantes de agosto de 1963 e 1967, entre outros.
(*)Relatório Preliminar de Desenvolvimento Integrado. Município de Itabaiana. SERFHAU - Serviço Federal de Habitação e Urbanismo. Ministério do Interior. 1971. APES, cx 21, doc. 09.