terça-feira, 1 de setembro de 2009

Valores


Enquanto se faz o maior alarde para construir um super-estádio para jogos de uma Copa do Mundo que jamais virá pra cá, deixa-se cair patrimônios que, apesar da aparência de pequenos e frágeis, se constituiriam num excelente capital a ser explorado pelo turismo em Sergipe. Em tempo, as placas indicativas de sítios de turismo em torno da “Rota do Sertão” foi uma medida acertadíssima, todavia, tem tanta coisa pendente que, se levantada com menos pavonice e mais seriedade científica, deixaria o turista que viesse a Sergipe por no mínimo trinta dias ocupado só com o aspecto histórico do Estado.
A igreja caindo aos pedaços acima é parte do Engenho dos capuchinhos encontrado pelos holandeses em 1637 que o publicaram no mapa (detalhe) de 1646. Esta localizada à margem da BR-235, próximo a ponte desta sobre o rio Comendaroba, poucos quilômetros depois da entrada para a Boa Luz, sentido Aracaju-Itabaiana. Pela legenda do mapa principal da coleção, “Praefectura Paranabucae pars borealis”, trata-se de um engenho movido a roda d’água com capela. Logo, a igreja em ruínas não é de 1637, porém o sítio é histórico e a edificação que ora rui certamente foi construída antes de 1757, quando da expulsão dos capuchinhos.
A outra Igreja da Comendaroba, nos arredores de Laranjeiras, e em cujo solo do engenho abandonado a cidade se desenvolveu foi ereta pelos carmelitas - outra congregação, portanto - como atesta o relatório de bens eclesiásticos de 1764 (Anais da Biblioteca Nacional, volume 32, página 79).