terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Os bregueiros de Jesus.

Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino
dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.
Mt., 7, 21



Nada contra a manifestação religiosa ou dita religiosa de outrem, entretanto, a proliferação dos “bregueiros de Jesus” está se tornando, no mínimo chata. Incomoda mais que uma manada de elefantes.
Supostamente para “gritar o nome do Senhor”, gritadores auto-proclamados cantores e ou pastores se esgoelam em fazerem zoadas cada vez mais freqüentes e cada vez mais plurais; cada vez mais ensurdecedora. É um absurdo. Com aparelhos de reprodução sonora, cada vez mais potentes os “bregueiros de Jesus” conseguem incomodar tanto quanto os bregueiros convencionais que há muito resolveu que ouvidos alheios são penicos. Todos tem o direito à manifestar-se desde que, se atingido alguém com essa manifestação, aconteça de forma consentida. Isso é o que fazem e sempre fizeram boa parte dos pastores das igrejas evangélicas. Entretanto, desde que o bispo Macedo se deu bem com sua Igreja Universal e criou sua imponente indústria da fé que pipocaram outros candidatos na mesma linha numa profusão talvez nunca dantes vista, nem mesmo nos tempos de João, o batista. E até a tradicionalíssima, cheia de não-me-toques, às vezes até ranzinza “Madre” Igreja Católica resolveu entrar no ritmo com sua "poluição de Deus".
Sinceramente, prefiro ainda o velho sino a badalar a chamar os fiéis para missa ou a oração da Ave-Maria. Mesmo que eu não creia. Ou as comportadas manifestações de grupos tradicionais como da Assembléia ou mesmo da sisuda Igreja Batista. Talvez um coral protestante legítimo daqueles que, a exemplo do sul dos Estados Unidos revelou aquelas negonas de vozes divinas.
Os berros ensurdecedores de Aleluia, Aleluia, Aleluia dos “bregueiros de Jesus” – grupos católicos, inclusive - é que são de doer.
Fica a sensação que estão violentando o Terceiro Mandamento.