domingo, 30 de dezembro de 2007

Turbinando o usurômetro.

"(...) De qualquer modo, já que a previsão existe, em abstrato, fatalmente ocupará as fantasias dos conspiradores de sempre. Sobretudo se o governo falhar; se não falhar procurar-se-á fazer-lhe com que falhe, até pelo prazer de confirmar a profecia”

Raymundo Faoro in, A Semana Final. IstoÉ, 1212, 23/12/1992, p.21.


Corre solta por aí uma perigosa idéia contra o petismo sergipano e, desta vez, à própria mecânica da civilidade na política, reconhecida como democracia. A idéia é que o governo Déda está com tanto dinheiro; mas tanto dinheiro, que pode reeditar o fenômeno do eletrocheque de Albano e João Alves, e pelo qual Albano cuspiu a João nas eleições de 1998.
Há duas intenções na propagação dessa idéia. A primeira é que qualquer sucesso obtido pelo partido do governador será proveniente de roubo na forma de compra de votos. A segunda e atirar-lhe desde já todos os “güelas”, a urubuzada que milita no umbral da política, e com isso criar para o governador a imagem de ranzinza. De inimigo dos “amigos”. Em miúdos: ou dá ou desce!
Acostumados à velha política da roubalheira convenientemente burilada pela hipocrisia certos setores - bastante influentes - da vida nacional e sergipana não se conformam que haja vida além do roubo. Do saque direto, impiedoso e permanente ao dinheiro público.
Se quero, logo posso! Se posso, eu faço, pouco importa os arrebentados do caminho, inclusive até mesmo seus protagonistas.
O pior para Deda é que a mega-campanha de expulsão de Lula do Palácio do Planalto não funcionou porque houve uma série de medidas imunizatórias convenientemente tomadas bem antes. Já no caso do Governador, até agora não há nada de povo que o segure. E a cacicada é pior que nuvem em meio à tempestade. Fica irreconhecível a cada segundo.
Para o bem da democracia as forças conflitantes devem sempre existir. No caso de Sergipe, todavia e neste momento, a máxima do senado romano tem que ser escutada: Delenda est Cartago.