quarta-feira, 23 de julho de 2008

O grande debate.

Numa turma de estudantes adolescentes, alguns na faixa entre dezesseis e dezoito anos, dois deles travam um debate sobre a situação política atual em Itabaiana:
- Luciano vai ganhar porque faz festa melhor que Maria – diz um.
- Que nada! Mas ele não paga os funcionários em dia – alega o outro – por isso quem vai ganhar é Maria!
Sempre tive o cuidado de observar crianças e puxa-sacos (quase nada a ver entre uns e outros). É que pelo menos num aspecto eles se parecem. As crianças seguem uma padronagem familiar. Se na sua casa falar-se mal de alguém, ela prontamente demonstrará repúdio ao ver essa pessoa. Se nada se falar, será indiferente. Se houver menções honrosas, ela verá na pessoa mencionada um protótipo de herói. No caso do puxa-saco, da mesma forma, porém por motivos diferentes, se o chefe falar bem ou demonstrar temor (às vezes até respeito), o puxa-saco buscará antecipar-se; se o chefe desconsiderar o personagem presumível, este será sumariamente ignorado pelo “puxa”. É fácil, pois, descobrir quando seu moral está lá embaixo junto ao chefão do pedaço. Já regra para o odiado pelo chefe não é seguida pelo “puxa” da mesma forma que seria no caso das crianças já que aquele é profissional na arte da mentira e do disfarce e quando muito esperto, tem medo do vento virar e ele não ter nada pra negociar um novo ninho.

Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo, tudo, tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmo e vivemos; Ainda somos os mesmo e vivemos;
Ainda somos os mesmo e vivemos como nossos pais.
Nossos ídolos ainda são os mesmos
E as aparências não enganam mais
Você diz que depois deles não apareceu mais ninguém.
Belchior – Como nossos pais