domingo, 17 de agosto de 2008

Alma lavada.

Sempre fui metido à besta, e uma das muitas manias que tenho é de exigir qualidade, mesmo que nem sempre eu mesmo a tenha pra exibir. Pois bem.
Nos idos dos oitenta, enquanto via multiplicar as emissoras de rádio em meu Estado via também a perigosa associação de ganância e pouca inteligência com excesso de esperteza desgraçar de vez com esse meio de comunicação tão precioso. A idéia do rádio como palanque político semeou prefixos os mais variados numa nefasta simbiose entre extorsão e messianismo. Nada de qualidade. Acabou o rádio como peça de entretenimento e espaço cultural já que os poucos profissionais que ficaram ou os menos ainda que foram chegando logo se adaptaram às inconstâncias dos donos de rádio de olho apenas nas verbas públicas e na forma direta de as produzir: a gabolice ou o achincalhe, dependendo do caso. Um outro dado extremamente negativo foi a transformação de grandes nomes da comunicação em pistoleiros eletrônicos. Só aí começaram a ganhar alguma coisa e sobreviver dignamente(?).
Eis a minha vingança. Somente duas das quatro emissoras locais - todas mais ou menos praticantes desse tipo de comunicação descrito anteriormente – segundo o que sei, estão dependuradas em multas eleitorais que quase dão pra montar uma nova emissora. E pior, não podem abrir a boca sobre eleições, justo na hora mais necessária. Bem feito. Tivessem seus donos insistidos no “mais difícil” e até um espirro do motorista agora seria motivo de comoção, logo, com resultantes -civilizadas e concretas - sobre o dito processo. Da forma como preferiram, mal servem de alto-falantes para seu público interno. Pena que nelas estejam tantos valorosos companheiros, profissionais que, por si só, estão bem acima desse pauperismo de inteligência.