segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Guerra de dossiers

Olivier Chagas vai ao MP de Itabaiana para uma audiência pública acerca das clínicas de saúde empelengadas. Demonstrando superioridade, o prefeito Luciano Bispo também vai ao MP, na capital e ao Tribunal (de faz de) Contas junto a Reinaldo Moura, ex-radialista da Rádio Jornal nos tempos em que Aragão era delegado de Polícia de Itabaiana, e pai de André Moura. Na prática, isso é como aqueles dossiers tão costumeiros, e esse vai e vem de dossiers me lembra ACM e Itamar Franco.

Tão logo assentou-se como presidente substituto Itamar passou a ser fustigado por Antonio Carlos Magalhães com histórias de que em seu governo havia corrupções. Itamar já era desafeto de ACM a quem derrubou de um murro no plenário do Senado. Itamar começou a bufar. Mineiro, mineiramente se cercou de todo o arsenal que um homem de Estado deve ter e chamou pra briga.

ACM havia se acostumado durante o final do governo Sarney, assim que dele se afastou a ficar atirando em Sarney fazendo o que ora fazem os parlamentares "mulas" de Serra no Congresso em relação a Lula. Toda segunda-feira (força de expressão, claro) lá ia ACM entregar uma mala cheia de provas de corrupção. Sarney o recebia e a sua mala e, na saída, posando de paladino das virtudes celestiais ACM fazia o circo da mídia, toda ela anti-Sarney, inclusive a Globo.

Eis o grande dia e lá vai ACM, a convite de Itamar entregar sua mala de provas de corrupção no governo. Estranho! Não havia quase ninguém de peso da mídia à porta do gabinete presidencial! Ao penetrar o gabinete ACM é flagrado com meio mundo de flashes e a inquirição desafiadora de Itamar: "governador, trouxe os repórteres para aqui pra dentro para que sejam testemunhas para todo o Brasil da gravidade das denúncias que V. Sa. vem fazer, e que tomarei as providências agora!" Lívido, sem uma gota de sangue, ACM começou a puxar recortes de jornais, alguns deles um pouco mais antigos e foi embora desconversando. Itamar terminou o governo tendo outros problemas, inclusive com Zé Serra que queria melar o Plano Real do qual Fernando Henrique se apossou; com ACM, nunca mais.